Uma descoberta significativa em Marte reacende o debate sobre a possibilidade de vida antiga no planeta. Cientistas identificaram os maiores compostos orgânicos já encontrados por lá, o que pode indicar que condições habitáveis existiram no ado marciano
Uma descoberta feita pelo rover Curiosity, da NASA, revelou os maiores compostos orgânicos já detectados no Planeta Vermelho. Os elementos foram encontrados em uma amostra de rocha com 3,7 bilhões de anos. A rocha estava enterrada na Baía de Yellowknife, região onde existiu um lago com condições ideais para o surgimento de vida em Marte.
Esses compostos são alcanos de cadeia longa. Na Terra, eles são encontrados nas membranas celulares de organismos vivos. Porém, também podem se formar por processos químicos sem envolvimento de vida.
Os cientistas destacam que, apesar da descoberta, não foi identificada nenhuma bio — evidência direta de vida ada ou presente.
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A doutora Caroline Freissinet, química analítica envolvida no estudo, explicou que as moléculas detectadas podem ter origem biológica ou química: “Essas moléculas podem ser feitas por química ou biologia. Se tivermos ácidos graxos de cadeia longa em Marte, eles podem vir — e é apenas uma hipótese – da degradação da membrana de células presentes há 3,7 bilhões de anos.”
Vida em Marte: novas técnicas revelam compostos maiores
A equipe de pesquisa desenvolveu um novo procedimento para analisar uma parte maior da amostra de siltito. O resultado foi a detecção de moléculas maiores, como decano, undecano e dodecano.
Essas substâncias são exemplos de alcanos de cadeia longa, mais complexos do que os encontrados anteriormente.
A amostra analisada recebeu o nome de Cumberland. Os testes indicam que ela continha ácidos carboxílicos, também conhecidos como ácidos graxos. Durante o aquecimento no processo de análise, eles se transformaram em alcanos.
De acordo com os pesquisadores, mesmo que os processos que formam esses ácidos sejam químicos, eles continuam sendo produtos típicos da bioquímica terrestre — e talvez também da marciana.
Em outro ponto do estudo, foi observada uma característica curiosa na formação desses compostos: eles se desenvolvem com a adição de dois átomos de carbono por vez. Isso também acontece nos organismos da Terra.
“Aquele do meio com 12 carbonos é mais abundante que os outros dois. Temos a mesma tendência em Marte , mas uma tendência desenhada a partir de três moléculas não é uma tendência real. Ainda assim, é muito intrigante”, disse Freissinet.
Indícios promissores para futuras descobertas
A nova descoberta reforça a ideia de que compostos orgânicos podem permanecer preservados por bilhões de anos na rocha marciana. Isso aumenta a chance de encontrar sinais antigos de vida em Marte.
O Curiosity, inclusive, já está transportando outra amostra de rocha que pode conter compostos orgânicos ainda maiores.
A missão do Curiosity começou em 2011. Desde então, o rover já percorreu mais de 32 quilômetros na Cratera Gale. Durante esse trajeto, vem encontrando pistas sobre o ado do Planeta Vermelho.
Seis anos após o início da missão, em 2017, ele já havia detectado compostos orgânicos em siltitos antigos, mas eram moléculas pequenas, com cadeias curtas de carbono.
Desde outubro de 2023, o veículo está em uma nova fase de exploração. Ele se encontra em uma região de Marte com presença de sulfato, que pode guardar novas evidências sobre a composição química do planeta.
Além disso, o Curiosity ou mais de sete anos escalando o Monte Sharp, um local com formações em camadas que ajudam a contar a história geológica de Marte.
Curiosity segue sua missão em busca de respostas
A análise atual representa um marco importante na missão. Com compostos orgânicos maiores, cresce o interesse da comunidade científica sobre a possibilidade de vida ada no planeta vermelho. A pesquisa não confirma essa possibilidade, mas abre caminhos promissores para novas investigações.
A nova amostra que o rover está carregando pode fornecer mais respostas. Ela tem potencial para revelar compostos ainda mais complexos, o que pode reforçar as evidências de ácidos graxos com cadeias de carbono pares — uma característica comum em processos biológicos.
Essa descoberta marca mais um o no trabalho contínuo da NASA para entender Marte. O Curiosity segue sua jornada, ampliando o conhecimento sobre o planeta vizinho da Terra.
Com informações de Interesting Engineering.