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Do que adianta investir em energia renovável e esquecer a transmissão?

Escrito por Carla Teles
Publicado em 08/05/2025 às 10:38
Do que adianta investir em energia renovável e esquecer a transmissão?
Mesmo com muita energia solar e eólica sendo gerada, o Brasil ainda enfrenta um problema: a rede de transmissão está ultraada. Sem modernização, essa energia limpa não consegue chegar a quem precisa.

Enquanto a geração cresce, o Brasil esbarra em uma rede elétrica antiga que pode comprometer todo o avanço da energia limpa

Mesmo com o crescimento expressivo de fontes como a solar e a eólica, o Brasil enfrenta um entrave silencioso: a rede de transmissão. Sem modernizar essa infraestrutura, o país corre o risco de desperdiçar o potencial da energia renovável e travar sua transição energética.

O desafio da infraestrutura no caminho da energia limpa

A expansão da energia renovável no Brasil não depende apenas da instalação de painéis solares ou turbinas eólicas. Conforme destacou a revista Exame, o grande obstáculo está na rede de transmissão, que precisa ser modernizada para lidar com a intermitência e a descentralização típicas dessas fontes. Boa parte das linhas ainda segue padrões antigos, desenhados para um sistema centralizado e inflexível.

Essa defasagem tecnológica representa um problema real: mesmo que haja oferta abundante de energia limpa, ela pode não chegar até os consumidores se a rede não estiver preparada para receber e distribuir esse volume de forma dinâmica e segura. Essa situação coloca em xeque a eficácia da própria transição energética.

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Tecnologias que prometem transformar

O caminho para superar esse entrave a pela adoção das chamadas Grid Enhancing Technologies (GETs), já aplicadas com sucesso em países como Bélgica e Estados Unidos. Essas tecnologias modernizam a rede elétrica sem exigir novas linhas ou grandes obras de infraestrutura.

Entre as principais soluções citadas pela Exame, estão o Dynamic Line Rating (DLR), que ajusta a capacidade das linhas conforme o clima, e o uso de cabos de alta capacidade, que aumentam o transporte de energia com menos perdas. Além disso, há a tecnologia HVDC (corrente contínua de alta tensão), ideal para longas distâncias, e os sistemas FACTS, que otimizam o controle da rede. A implantação de baterias também tem papel fundamental, ajudando a armazenar a energia nos momentos certos.

Brasil começa a avançar, mas ainda de forma tímida

No cenário brasileiro, os primeiros os estão sendo dados. De acordo com a Exame, a ANEEL já autorizou o uso de FACTS em São Paulo, e alguns projetos-piloto adotam cabos de maior capacidade. No entanto, o ritmo ainda é lento, e especialistas alertam para a urgência de uma estratégia nacional robusta voltada à modernização da infraestrutura.

A plataforma especializada Canal Energia também reforça a necessidade de um planejamento coordenado, destacando que o investimento em transmissão deve caminhar lado a lado com os leilões de geração. Caso contrário, haverá um desequilíbrio estrutural entre o que se produz e o que se consegue efetivamente entregar ao consumidor.

Sem rede moderna, não há energia sustentável de fato

O recado é claro: o futuro da energia limpa no Brasil não será definido apenas pela quantidade de usinas construídas, mas pela inteligência da rede que conecta tudo isso. Modernizar a transmissão é mais do que uma etapa técnica, é uma decisão estratégica que envolve segurança energética, competitividade e sustentabilidade a longo prazo.

Não é à toa que o lema americano “no transition without transmission” vem ganhando espaço nas discussões globais sobre energia. No Brasil, essa frase cai como uma luva: de nada adianta multiplicar parques solares e eólicos se a rede elétrica não consegue acompanhar. Sem transmissão moderna, a transição energética vira promessa vazia, e o país continua refém de uma infraestrutura do século ado para lidar com desafios do presente.

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Carla Teles

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