Localizados no Anel de Fogo do Pacífico, Chile e Equador figuram entre os países com mais vulcões no mundo. Descubra sua geologia, vulcões icônicos e como convivem com essa força da natureza
Com dezenas de vulcões ativos, Chile e Equador estão entre os países com mais vulcões no mundo. Explorando os fundamentos geológicos dessa proeminência, seus vulcões mais notáveis, os riscos associados e como essas nações convivem e aproveitam sua herança vulcânica.
Chile e Equador se destacam globalmente por sua extraordinária concentração de vulcões, uma característica geológica que molda suas paisagens e a vida de suas populações. Situados no epicentro da atividade vulcânica, estas nações sul-americanas são laboratórios naturais para o estudo desses fenômenos.
A origem da intensa atividade vulcânica no Chile e Equador
A notável concentração de vulcões no Chile e Equador deve-se à sua localização no Anel de Fogo do Pacífico, uma vasta zona de intensa atividade sísmica e vulcânica. O motor primário é a subducção da Placa de Nazca sob a Placa Sul-Americana. Este processo gera magma que ascende à superfície, formando os vulcões andinos.
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No extremo sul do Chile, a subducção da Placa Antártica também contribui para o vulcanismo. No Equador, a subducção da Dorsal de Carnegie (uma cordilheira submarina na Placa de Nazca) influencia a geoquímica e a localização dos vulcões, podendo levar à fusão da crosta oceânica e à formação de lavas adakíticas. Essa dinâmica complexa coloca essas nações entre os países com mais vulcões no mundo.
Chile, um inventário de gigantes adormecidos e ativos na imponente Cordilheira dos Andes
O Chile possui um dos maiores inventários vulcânicos do planeta, com 91 vulcões ativos no Holoceno (últimos 11.700 anos), segundo o Global Volcanism Program (GVP). Desses, 35 tiveram erupções desde 1800. O Serviço Nacional de Geologia e Mineração do Chile (SERNAGEOMIN) monitora cerca de 45 dos aproximadamente 90 vulcões considerados potencialmente ativos.
Entre os mais perigosos e historicamente ativos estão o Villarrica (frequentemente em erupção), Calbuco (última grande erupção em 2015), Llaima, o complexo Nevados de Chillán (com atividade persistente) e o Láscar. Esses vulcões apresentam riscos como fluxos de lava, lahars (fluxos de lama vulcânica) e grandes quedas de cinzas.
A famosa “Avenida dos Vulcões” e a singularidade vulcânica de Galápagos
O Equador, apesar de menor, possui 36 vulcões Holocênicos segundo o GVP, com 18 ativos desde 1800. O Instituto Geofísico da Escuela Politécnica Nacional (IGEPN) é responsável pela vigilância. O vulcanismo continental forma a “Avenida dos Vulcões”, enquanto o Arquipélago de Galápagos tem origem em um hotspot.
Ícones equatorianos incluem o Cotopaxi (um dos mais perigosos do mundo, reativado em 2015), Tungurahua (“Garganta de Fogo”, ativo recentemente), Sangay e El Reventador (ambos frequentemente em erupção), e o Guagua Pichincha, próximo a Quito. Muitos vulcões andinos equatorianos possuem coberturas glaciais, aumentando o risco de lahars devastadores.
Riscos, turismo e energia geotérmica nos países com mais vulcões no mundo
A geologia vulcânica impõe perigos como fluxos de lava, lahars, queda de piroclastos (cinzas, bombas), fluxos piroclásticos e gases tóxicos. Erupções recentes no Chile (Calbuco 2015) e Equador (Sangay 2021, Tungurahua 2006) causaram evacuações, perdas econômicas e danos à infraestrutura.
No entanto, essa geologia também oferece oportunidades. O turismo vulcânico é um setor em expansão em ambos os países, com atividades como escalada de vulcões (Villarrica, Cotopaxi) e visitas a paisagens cênicas. Além disso, Chile e Equador possuem significativo potencial para energia geotérmica. O Chile inaugurou a usina de Cerro Pabellón em 2017, e o Equador avança com o projeto Chachimbiro.
Lições de resiliência e a importância da vigilância constante
Globalmente, Chile (5º) e Equador (8º) estão entre os países com mais vulcões no mundo em número de vulcões Holocênicos, atrás de EUA, Japão, Rússia e Indonésia. A densidade vulcânica (vulcões por área) também é significativa nessas nações andinas.
A convivência com essa força da natureza exige vigilância constante, pesquisa científica e educação pública, papéis desempenhados por instituições como SERNAGEOMIN e IGEPN. Os vulcões são parte integral da identidade cultural e histórica desses países, e a compreensão de seu legado geológico é chave para um futuro resiliente.