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Empregos: agronegócio brasileiro bate recorde histórico na geração de vagas

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 07/04/2025 às 16:15
Setor agro bate recorde com 28 milhões de empregos em 2024 e revela nova era no campo com mais tecnologia, mulheres e qualificação.
Setor agro bate recorde com 28 milhões de empregos em 2024 e revela nova era no campo com mais tecnologia, mulheres e qualificação.

O agronegócio brasileiro surpreende ao bater recordes de empregabilidade em 2024, impulsionado por industrialização, tecnologia e inclusão. Os números revelam transformações profundas no campo, e apontam para um novo perfil profissional que está ganhando força no setor rural.

O agronegócio brasileiro encerrou o ano de 2024 com um recorde histórico: mais de 28 milhões de pessoas estavam empregadas no setor, o equivalente a 26,02% do total de ocupações no país.

O dado, que representa o maior número já registrado desde o início da série histórica em 2012, mostra um crescimento de 1% em relação a 2023, com a criação de 278 mil novas vagas.

As informações fazem parte do Boletim Mercado de Trabalho do Agronegócio Brasileiro, divulgado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

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O avanço expressivo reflete a contínua expansão da agroindústria, que tem estimulado diversas cadeias produtivas e impulsionado setores como logística, transporte, comércio e tecnologia agrícola.

Esse crescimento evidencia não apenas o peso econômico do campo na geração de empregos, mas também a sua capacidade de adaptação às transformações exigidas por um mercado cada vez mais competitivo e tecnológico.

Setores da agroindústria puxam crescimento do emprego

Entre os setores que mais contribuíram para o aumento do número de vagas, destacam-se o abate de animais, a fabricação de alimentos processados e a produção de móveis de madeira.

O abate de animais cresceu 7,2%, com a geração de 43.760 novos postos de trabalho.

Já a fabricação de massas e outros alimentos apresentou alta de 10,4%, criando 40.617 vagas.

O setor moveleiro também teve desempenho notável, com crescimento de 6,6% e a abertura de 32.167 postos.

Essas áreas estão diretamente ligadas à transformação de matérias-primas em produtos industrializados, um processo vital para o fortalecimento da cadeia produtiva do agronegócio.

Além de agregar valor à produção rural, a industrialização também estimula a criação de empregos mais especializados e qualificados, especialmente em regiões tradicionalmente dependentes da agricultura.

Um destaque adicional foi a moagem e produção de amidos, que apresentou uma impressionante alta de 14,6%, com a geração de 22.588 vagas.

Esse crescimento demonstra a força de nichos produtivos que, embora menos visíveis, exercem papel importante na diversificação do setor.

Modernização no campo impulsiona demanda por profissionais qualificados

O crescimento do emprego no agronegócio não se limita ao aumento numérico: há também uma transformação qualitativa na composição da mão de obra.

Segundo o Cepea, aumentou a participação de trabalhadores com ensino superior completo, evidenciando uma tendência de modernização e profissionalização do setor.

Essa mudança no perfil dos trabalhadores acompanha o avanço tecnológico no campo, com o uso cada vez mais intenso de máquinas agrícolas, softwares de gestão rural e práticas sustentáveis.

Como resultado, há maior demanda por profissionais capacitados em áreas como engenharia agronômica, logística, ciência de dados, istração e veterinária.

Outra transformação importante diz respeito à presença feminina no setor.

O agronegócio tem se tornado um espaço mais inclusivo, com maior participação de mulheres em cargos operacionais, técnicos e de liderança.

De acordo com dados do Caged e do IBGE, a presença feminina na agropecuária tem crescido de forma contínua nos últimos anos, contribuindo para a diversidade e a inovação nas práticas do campo.

Empregos formais e informais: um retrato da pluralidade no setor

Embora o número de trabalhadores com carteira assinada tenha aumentado, a informalidade ainda representa uma parcela significativa dos empregos no campo.

O relatório do Cepea destaca que o crescimento foi impulsionado tanto por vínculos formais quanto informais, o que reflete a complexidade da dinâmica de trabalho no agronegócio.

Segundo especialistas, a pluralidade de formas de contratação está ligada à sazonalidade de algumas atividades, à diversidade de produtores rurais e à diferença no porte das propriedades.

Pequenos produtores ainda enfrentam dificuldades para formalizar a mão de obra, o que exige políticas públicas voltadas à inclusão produtiva e ao fortalecimento da agricultura familiar.

Apesar dos desafios, há avanços.

Programas de capacitação, o ao crédito e iniciativas de fomento à formalização têm ajudado a reduzir a informalidade em determinadas regiões.

A tendência é que, com o fortalecimento da agroindústria e da assistência técnica, esse cenário continue a melhorar nos próximos anos.

Projeções para 2025 apontam continuidade na geração de empregos

As perspectivas para o mercado de trabalho do agronegócio em 2025 são positivas.

Especialistas projetam que o setor continuará gerando empregos, especialmente com o avanço da agricultura de precisão, da biotecnologia e das práticas de sustentabilidade.

De acordo com a CNA, a previsão é de expansão da produção agrícola e pecuária, impulsionada por exportações recordes, investimentos em infraestrutura e políticas de incentivo à inovação.

O Brasil, maior exportador mundial de produtos como soja, carne bovina e milho, segue fortalecendo sua posição estratégica no comércio global.

Além disso, a digitalização no campo — com o uso de drones, sensores e inteligência artificial — deverá demandar profissionais com formação técnica e superior em áreas interdisciplinares.

Isso significa que o agronegócio não apenas continuará a empregar, mas também exigirá um novo perfil de trabalhador: mais preparado, versátil e conectado às demandas da economia verde.

Agronegócio se consolida como motor de desenvolvimento econômico e social

Com 28 milhões de pessoas empregadas, o agronegócio brasileiro reafirma seu papel como um dos pilares da economia nacional.

Mais do que um setor produtor de alimentos e matérias-primas, ele se tornou um agente de transformação social, econômica e tecnológica.

O recorde de geração de vagas em 2024 é resultado de um esforço conjunto entre produtores, indústrias, instituições de ensino e políticas públicas.

Trata-se de um marco que deve ser interpretado não apenas como uma conquista estatística, mas como reflexo de um setor em constante evolução.

À medida que se moderniza, o agro brasileiro amplia seu impacto positivo sobre diferentes regiões do país, reduz desigualdades e gera oportunidades para milhões de brasileiros.

E você, acredita que o agronegócio pode se tornar ainda mais sustentável e inclusivo nos próximos anos? Qual mudança você gostaria de ver no campo brasileiro? Deixe seu comentário e participe da conversa!

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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