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Encontrado o mais completo e raro filhote de mamute da Era Glacial, com 30 mil anos congelado e perfeitamente preservado no Canadá

Publicado em 31/05/2025 às 10:05
Mamute, Filhote, Filhote de Mamute
Crédito: Governo de Yukon

Descoberto em terras tribais do Yukon, o mamute Nun cho ga impressiona pela preservação e reforça pesquisas sobre a vida na Era Glacial

Garimpeiros nas minas de ouro de Klondike, em Yukon, Canadá, encontraram um raro filhote de mamute-lanoso, em um estado de preservação impressionante. A descoberta ocorreu em terras tribais dos Trʼondëk Hwëchʼin, que batizaram o animal de “Nun cho ga”, que significa “bebê grande” na língua Hän. Segundo especialistas, trata-se do mamute mais completo já descoberto na América do Norte.

Mamute da Era Glacial

O filhote Nun cho ga pertence à espécie Mammuthus primigenius, também conhecida como mamute-lanoso. Esses animais viveram durante o Pleistoceno, período que antecedeu o Holoceno, quando a espécie foi extinta.

São um dos animais pré-históricos mais estudados, principalmente devido a exemplares preservados já encontrados na Sibéria e no Alasca.

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O mamute-lanoso tinha porte semelhante ao dos atuais elefantes africanos. Os machos adultos chegavam a medir entre 2,7 e 3,4 metros na altura da cernelha, com peso de até 6 toneladas.

As fêmeas eram um pouco menores, variando de 2,6 a 2,9 metros e pesando até 4 toneladas. Suas presas, que chamam atenção, são na verdade dentes incisivos modificados.

Sonho realizado

Para o paleontólogo da era glacial Dr. Grant Zazula, a descoberta foi marcante. “Um dos meus sonhos de vida era ficar cara a cara com um mamute-lanoso de verdade. Esse sonho se tornou realidade hoje. Nun cho ga é linda e um dos animais mumificados da era glacial mais incríveis já descobertos no mundo. Estou ansioso para conhecê-la melhor”, afirmou.

Os registros fósseis mostram que a população de mamutes-lanosos começou a declinar no final do Pleistoceno. Mesmo assim, alguns grupos resistiram em locais isolados. Na Ilha de St. Paul, sobreviviam há cerca de 5.600 anos; na Ilha Wrangel, até cerca de 4.000 anos atrás.

Há ainda indícios de que pequenos grupos tenham vivido em Yukon até aproximadamente 5.700 anos atrás, segundo DNA ambiental antigo encontrado.

Encontrado por acaso durante mineração

Nun cho ga ficou congelada no permafrost por mais de 30.000 anos. Naquela época, o Yukon abrigava uma fauna diversificada da Era Glacial, como cavalos selvagens, leões-das-cavernas e bisões-gigantes-das-estepes.

O tamanho do filhote é comparável ao de outros achados semelhantes: “Lyuba”, um filhote de 42.000 anos encontrado na Sibéria em 2007, e “Effie”, um exemplar parcial encontrado no Alasca em 1948.

A descoberta aconteceu durante escavações de mineração de ouro em Eureka Creek, próximo à divisa Baker-Minook. Participaram da recuperação dos restos mortais geólogos do Serviço Geológico de Yukon e da Universidade de Calgary.

Eles atuaram em parceria com a Associação de Mineradores de Placer de Klondike e a comunidade de Trʼondëk Hwëchʼin. Essa colaboração foi essencial para o sucesso do resgate e preservação.

Reforço à pesquisa científica

A importância científica do achado foi destacada por Ranj Pillai, Ministro do Turismo e Cultura de Yukon. Ele lembrou que a região já é reconhecida por suas pesquisas sobre a Era Glacial e a Beríngia. “Yukon sempre foi um líder internacionalmente reconhecido em pesquisas sobre a Era Glacial e a Beríngia. Estamos entusiasmados com esta descoberta significativa de um filhote de mamute-lanoso mumificado: Nun cho ga. Sem parcerias sólidas entre os mineradores de placer, Trʼondëk Hwëchʼin e o governo de Yukon , descobertas como esta não poderiam acontecer”, afirmou o ministro.

Valor cultural e científico

A comunidade de Trʼondëk Hwëchʼin também destacou o significado cultural da descoberta. “Esta é uma recuperação notável para a nossa Primeira Nação, e estamos ansiosos para colaborar com o governo de Yukon nos próximos os do processo para avançar com esses vestígios de uma forma que honre nossas tradições, cultura e leis“, acrescentaram.

A preservação quase intacta de Nun cho ga oferece uma oportunidade única para aprofundar os estudos sobre a vida pré-histórica na América do Norte. O filhote agora se junta a um seleto grupo de descobertas que ajudam a revelar mais detalhes sobre a fauna que habitava o planeta durante a Era Glacial.

Com informações de Daily Galaxy.

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Romário Pereira de Carvalho

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