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Americanos desenvolvem tecnologia de perfuração por ondas milimétricas para cavar o buraco mais profundo do mundo em busca de energia geotérmica

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 30/05/2025 às 16:04
energia geotérmica
Foto: Reprodução

Empresa dos EUA testa tecnologia de perfuração por ondas milimétricas capaz de alcançar rochas superaquecidas a até 20 km de profundidade.

A indústria de petróleo e gás, hoje uma das maiores fornecedoras globais de energia, pode ser a base para um novo avanço. Uma empresa norte-americana busca transformar essa infraestrutura já existente em uma fonte de energia limpa e abundante, explorando o potencial da energia geotérmica superaquecida.

Objetivo de revolucionar o setor de energia

Fundada em 2018, a Quaise Energy tem como principal missão revolucionar o setor energético.

O caminho escolhido é o aproveitamento da energia geotérmica superprofunda, uma fonte praticamente intocada até agora devido aos desafios tecnológicos.

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Para atingir essas profundezas extremas, a empresa está desenvolvendo uma inovadora tecnologia de perfuração baseada em ondas milimétricas.

Essa técnica permite chegar a profundidades muito além dos limites da perfuração convencional, onde as altas temperaturas podem gerar energia limpa e abundante, ível em escala global.

Demonstração prática da tecnologia em Houston

Recentemente, a tecnologia de perfuração por ondas milimétricas foi demonstrada com sucesso em uma plataforma de petróleo e gás de grande porte em Houston, Texas.

Segundo a empresa, trata-se da primeira sonda de perfuração híbrida, capaz de combinar métodos convencionais e de ondas milimétricas.

Esta é a primeira sonda de perfuração híbrida, combinando capacidades convencionais e de ondas milimétricas“, declarou a empresa. O avanço representa um o importante rumo à produção de energia geotérmica superaquecida.

Infraestrutura de petróleo e gás pode acelerar o processo

A Quaise Energy destaca que a atual indústria de petróleo e gás perfura cerca de 70.000 poços por ano no mundo, utilizando quase 2.000 sondas.

Toda essa estrutura e conhecimento operacional seriam fundamentais para viabilizar a expansão da energia geotérmica.

Usando esses recursos para perfurar poços geotérmicos superaquecidos, podemos gerar energia de base abundante em tempo recorde. Não há outra solução energética capaz de atingir a mesma escala e velocidade“, afirmou a empresa.

Profundidades superiores ao poço mais profundo do mundo

Os planos da Quaise Energy envolvem perfurações que podem alcançar profundidades entre 3 e 20 quilômetros. Esse patamar supera até mesmo o poço de Kola, na Rússia, que atinge 12,2 quilômetros de profundidade.

Em tais profundidades, é possível encontrar a chamada “rocha superaquecida”, onde as temperaturas ultraam 375°C.

Esse calor intenso pode ser convertido em energia geotérmica em larga escala, colaborando com a meta do Departamento de Energia dos EUA de multiplicar por 20 a produção desse tipo de energia nos próximos anos.

Atualmente, a energia geotérmica representa menos de 1% da eletricidade total gerada nos Estados Unidos.

O maior desafio para o crescimento dessa fonte está justamente na limitação das tecnologias convencionais de perfuração, que não conseguem alcançar essas zonas profundas e superaquecidas. A perfuração por ondas milimétricas surge como solução para esse entrave.

Como funciona a perfuração por ondas milimétricas

O método desenvolvido pela Quaise utiliza um dispositivo chamado girotron. Esse equipamento emite ondas milimétricas de alta frequência e potência, que conseguem vaporizar rochas, funcionando como um “micro-ondas turbinado” capaz de perfurar o subsolo com precisão.

Atualmente, a Quaise Energy, em parceria com a Nabors Industries, conduz testes detalhados para integrar a nova tecnologia às plataformas já existentes de petróleo e gás.

“Pegamos uma sonda de perfuração em escala real e integramos nosso sistema de perfuração de ondas milimétricas. Chamamos isso de sonda híbrida, capaz de realizar perfurações convencionais e de ondas milimétricas para liberar energia geotérmica em grandes profundidades em todo o mundo“, explicou Andres Calabressi, chefe de fabricação da Quaise.

Em uma demonstração recente, relatada pelo New Atlas, a empresa conseguiu derreter um buraco em uma combinação de granito e rocha basáltica.

O teste foi realizado utilizando um girotron de 100 kW, alimentado com 50.000 volts de corrente contínua, acoplado a um equipamento Nabors F.

Durante o procedimento, a perfuratriz operou com potência de aproximadamente 48 kW, queimando a rocha a uma taxa de 2 centímetros por minuto.

Segundo a empresa, o sucesso do teste reforça o potencial da tecnologia para tornar a energia geotérmica superaquecida uma realidade global.

Com os testes ainda em andamento, a expectativa da Quaise Energy é dar início à mobilização de recursos e à preparação de seu primeiro projeto geotérmico comercial nos próximos anos.

Após a conclusão desses testes, começaremos a mobilizar tudo e nos preparar para nosso primeiro projeto geotérmico comercial nos próximos anos“, concluiu Calabressi.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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