Diante de apagões no Rio Grande do Sul, brasileiros recorrem à energia solar para economizar e ter autonomia.
A crise no fornecimento de energia elétrica no Rio Grande do Sul tem despertado um movimento crescente de consumidores em busca de soluções mais confiáveis e sustentáveis. Diante da instabilidade provocada por frequentes apagões e do alto custo da energia, a energia solar vem se firmando como uma saída viável, econômica e estratégica para milhares de brasileiros.
Com sistemas fotovoltaicos cada vez mais íveis e eficientes, residências e empresas têm investido em autossuficiência energética, enquanto a rede elétrica estadual enfrenta dificuldades históricas.
Rio Grande do Sul enfrenta crise de abastecimento: distribuidoras estão entre as piores do país
O cenário energético gaúcho é preocupante. Em 2024, a CEEE Equatorial, uma das principais distribuidoras do estado, obteve o pior desempenho do país no ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
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Mesmo desconsiderando os eventos climáticos extremos que marcaram a região, a empresa figurou na última colocação, revelando falhas sistemáticas de gestão e infraestrutura.
Outra fornecedora do estado, a RGE, também apresentou queda de desempenho, caindo seis posições em relação ao ano anterior e ocupando apenas o 15º lugar.
Essa instabilidade tem gerado insegurança e desconforto para milhares de consumidores, que, diante da fragilidade da rede elétrica, buscam alternativas mais confiáveis.
Energia solar: economia, autonomia e estabilidade em tempos incertos
Nesse contexto de incertezas, a energia solar desponta como uma solução cada vez mais adotada pelos gaúchos.
O avanço da tecnologia, somado à significativa redução dos custos de instalação, tem impulsionado a popularização dos sistemas fotovoltaicos no Brasil.
Entre 2022 e 2025, o preço dos painéis solares caiu cerca de 60% para o consumidor final, segundo dados da plataforma Meu Financiamento Solar.
O investimento inicial, que varia entre R$ 15 mil e R$ 35 mil para uma residência padrão, pode parecer elevado à primeira vista.
No entanto, o retorno é altamente compensador: a economia gerada na conta de luz frequentemente supera o valor das parcelas de financiamento, tornando o sistema mais atrativo até do que muitos produtos financeiros.
Geração distribuída ganha força e transforma consumidores em protagonistas
Com a possibilidade de gerar e consumir sua própria energia, os usuários ganham autonomia e ajudam a aliviar a carga da rede pública.
A chamada geração distribuída, especialmente no setor residencial, lidera esse crescimento e simboliza uma verdadeira mudança de paradigma.
Cristiano Mendes Ghessi, Técnico em Eletrotécnica e Gerente Técnico e Comercial da empresa Drystore, reforça essa perspectiva:
“Quando você instala energia solar em uma residência, todo o sistema de fornecimento é ajudado porque reduz o consumo e o que ‘sobra’ é realimentado para a rede, diminuindo a sobrecarga da rede de transmissão, além, é claro, de uma redução considerável na conta.”
Mercado solar em expansão no Brasil: dados históricos reforçam tendência
O ano de 2024 marcou um recorde histórico na importação de módulos fotovoltaicos.
Segundo a consultoria Greener, o Brasil trouxe 20,19 GW em equipamentos solares — o maior volume já registrado. Esse número confirma o apetite crescente dos brasileiros por uma matriz energética mais limpa e segura.
Empresas do setor acompanham essa onda de crescimento. A Drystore, especializada em soluções solares, registrou um aumento de 73% nas vendas no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024.
Os números saltaram de R$ 499,2 mil para R$ 777,8 mil — resultado que revela não apenas a expansão do setor, mas também a confiança dos consumidores na tecnologia.
Energia solar como resposta estratégica à crise energética
Além de proporcionar economia, a energia solar também impulsiona o desenvolvimento sustentável, gera empregos, atrai investimentos e fortalece a independência energética nacional.
No Rio Grande do Sul, onde os apagões se tornaram frequentes, adotar a geração solar é mais do que uma tendência — é uma necessidade estratégica e urgente.
Para muitos consumidores, a espera por melhorias no serviço das concessionárias já não é uma opção. O momento exige ação e visão de longo prazo.
Investir em energia solar representa, acima de tudo, um compromisso com um futuro mais seguro, limpo e eficiente — não só para o presente, mas para as próximas gerações.
Fonte: Correio do Povo