A nova tecnologia promete gerar economia e praticidade no recolhimento de energia em regiões montanhosas ao utilizar a técnica de hidrelétrica com o uso de caminhões
As usinas hidrelétricas, sem sombra de dúvidas, são as mais “verdes”, por produzirem energia limpa e sustentável, em comparação a todas as outras fontes convencionais de energia. No entanto, as condições ambientais das represas atualmente quase impossibilitam a instalação de novas usinas desse tipo. Atualmente, já existem algumas alternativas que possam substituir as grandes represas construídas em tempos ados, tais como balões de água, hidrelétricas marinhas, hidrelétricas submersas e também as turbinas de correnteza. Mas, a ideia do engenheiro Julian Hunt e sua equipe de fazer o uso de caminhões elétricos para o transporte de água pode mudar esse cenário nas regiões montanhosas.
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Projeto internacional em parceria com engenheiros brasileiros pode ser mais uma solução para usinas hidrelétricas
Visando uma abordagem muito mais simples e adequada a regiões montanhosas, o uso de energias renováveis para fazer o bombeamento de água entre reservatórios, em níveis diferentes de altitudes nas montanhas, pode ser uma solução.
No período noturno, ou quando houver incidência de ventos mais fracos, a água desce através tubos do depósito acoplado na região mais alta para o depósito na parte mais baixa, gerando eletricidade e garantindo o fornecimento de energia à toda a rede de forma contínua. Tendo esse conceito em vista, e agora com uma inovação bem curiosa, engenheiros brasileiros da Universidade Federal do Espírito Santo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da USP participarão de um projeto internacional, que consiste na criação de uma hidrelétrica em um caminhão elétrico.
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A ideia do engenheiro Julian Hunt e sua equipe é fazer uso de caminhões elétricos para o transporte de água entre os depósitos que ficam nas regiões montanhosas, e por isso, chamaram esse conceito de “hidrelétrica de caminhão elétrico”.
Conheça a nova hidrelétrica de caminhão sem o uso de represa
Avaliação do sistema de Hidrelétrica de Caminhão Elétrico na região da usina Kaprun, na Áustria, que gera eletricidade com bombeamento. [Imagem: Julian David Hunt et al. – 10.1016/j.energy.2022.123495] O caminhão vazio sobe a montanha para coletar os contêineres cheios de água no local de carga, e desce a montanha gerando eletricidade. A água é então descarregada no local de descarga. [Imagem: Julian David Hunt et al. – 10.1016/j.energy.2022.123495]
A nova hidrelétrica usará a infraestrutura rodoviária que já existe para fazer o transporte de água nas regiões montanhosas em contêineres sem a necessidade de uma represa, conseguindo até mesmo tirar proveito dos freios regenerativos do caminhão elétrico, que serão úteis para transformar a energia da água em eletricidade suficiente para recarregar a bateria do caminhão.
A energia que fosse gerada poderia ser vendida para a rede distribuidora ou até mesmo ser usada pelo próprio caminhão, servindo para se manter ativo para realizar o transporte de mais mercadorias. Essa hidrelétrica também pode gerar energia, ao combinar recursos solares e eólicos ou até mesmo fornecer serviços de armazenamento de energia para a rede.
Após estudos, foi verificado que as regiões com maior potencial são os Andes e o Himalaia, mesmo que as regiões montanhosas da América do Norte e da Europa também possam ter seus benefícios.
Economia
De acordo com dados da equipe de engenheiros, essa nova tecnologia seria uma inovadora e limpa fonte de energia, que iria competir com outras fontes renováveis, tais como a energia solar, eólica e hidrelétrica convencionais, pois as estimativas de custo revelaram que o custo nivelado da Hidrelétrica de Caminhão Elétrico ficará entre US$30 e US$100 por MWh, sendo mais barato do que a energia hidrelétrica convencional, atualmente na faixa de US$50-200 por MWh.
A equipe de engenheiros também fez uma estimativa a nível global da hidrelétrica de caminhão elétrico, onde chegaram à conclusão de que essa tecnologia poderia gerar cerca de 1,2 PWh de eletricidade/ano, equivalente a cerca de 4% do consumo mundial de energia, em dados do ano de 2019.
Créditos: Inovação Tecnológica
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