Engenheiros desenvolveram um processo inovador de impressão 3D capaz de reduzir drasticamente o peso de peças usadas em veículos — em alguns casos, em até 80%
Engenheiros da Universidade de Nottingham criaram uma nova forma de produzir peças automotivas que pode mudar a indústria. Usando impressão 3D, eles conseguiram reduzir o peso das peças em até 80%, o que traz impactos diretos na eficiência dos veículos e nas emissões de poluentes.
A técnica usada no projeto se chama fusão seletiva a laser, conhecida como SLM. Ela permite que peças sejam fabricadas em camadas, usando modelos 3D feitos por computador. Isso permite criar estruturas complexas com alumínio em pó, formando peças resistentes, mas muito mais leves.
Como o processo é feito camada por camada, é usado apenas o material necessário. Não há sobras. E o que sobra pode ser reaproveitado.
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Assim, há menos desperdício e mais economia de recursos. Além disso, não são usados fluidos tóxicos, o que melhora a segurança para o ambiente e os trabalhadores.
Projeto FLAC: menos peso das peças, mais eficiência
A iniciativa faz parte do projeto FLAC, sigla para “Estruturas Funcionais para Componentes Automotivos”. O objetivo é reduzir o peso de peças em até 80%. Com isso, os carros gastam menos combustível e emitem menos dióxido de carbono (CO₂).
A redução no número de peças também ajuda. Com menos partes, o processo de montagem é mais simples e rápido. Isso pode diminuir os custos para as fábricas e acelerar a produção. Outra vantagem é a possibilidade de criar peças com formas muito mais eficientes, que seriam difíceis ou impossíveis de fabricar por métodos tradicionais.
Primeiros testes em carros de luxo e corrida
A aplicação inicial será em veículos de alta performance. Isso inclui carros de luxo e de competição, onde cada grama conta e a inovação é bem-vinda. As peças testadas incluem pinças de freio, sistemas de resfriamento para faróis de LED e partes do trem de força.
Essas peças já estão sendo avaliados, e os resultados apontam para ganhos reais em desempenho. Com o tempo, a expectativa é que a tecnologia chegue a carros comuns.
Tecnologia que pode mudar o setor automotivo
A proposta vai além de apenas produzir peças melhores. A ideia é mostrar que a tecnologia pode ser usada em larga escala. Para isso, o projeto também estuda como adaptar a cadeia de produção atual para incluir essa forma de fabricação.
A Universidade de Nottingham recebeu mais de 368 mil libras para sua parte na pesquisa. O valor faz parte de um investimento maior, de 1,7 milhão de libras, feito pela agência britânica Innovate UK.
Menos CO₂ e produção mais verde
O impacto ambiental é um dos pontos fortes do projeto. Com menos peso nos carros, as emissões de CO₂ caem. A estimativa é de até 16,97 gramas a menos por quilômetro rodado, por veículo. Em larga escala, isso pode representar uma grande mudança.
Outro fator positivo é o uso de alumínio reciclável. A economia de material e a ausência de produtos químicos perigosos ajudam a tornar o processo mais sustentável do começo ao fim.
Para um futuro com menos impacto e mais inovação
Se a tecnologia for adotada em larga escala, ela pode contribuir para a redução global de emissões no setor de transporte. Também pode estimular um modelo de economia circular, onde o material é reaproveitado em vez de descartado.
A fabricação local, com impressoras 3D, também pode reduzir a necessidade de transporte de peças. Isso diminui o impacto ambiental das cadeias logísticas e promove mais independência na produção.
A fusão seletiva a laser se apresenta, assim, como uma ferramenta promissora. Ela une inovação, economia de recursos e responsabilidade ambiental em um único processo. Uma combinação que pode levar a indústria automotiva a um novo patamar de eficiência e sustentabilidade.