Previsões indicam que a IA pode superar a inteligência humana até 2040, mas alguns especialistas alertam que esse marco pode ocorrer antes do esperado
Em 1950, Alan Turing apresentava uma questão que ecoa até hoje: “As máquinas podem pensar?” A ideia levou ao famoso Teste de Turing, um experimento para avaliar se uma máquina pode se ar por humano em uma conversa escrita.
Com o avanço da inteligência artificial, essa pergunta evoluiu. Agora, a dúvida central não é mais se as máquinas podem imitar a inteligência humana, mas quando alcançarão um nível de estudo semelhante ao nosso — e quais serão as consequências disso.
O caminho para a inteligência geral artificial
O conceito de Inteligência Geral Artificial (AGI) refere-se a um sistema capaz de realizar qualquer tarefa intelectual tão bem quanto um ser humano. Diferentemente das IAs atuais, que se destacam em tarefas específicas, a AGI teria flexibilidade cognitiva, podendo aprender e raciocinar em diversos contextos.
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Prever a chegada da AGI tem sido um desafio. Pesquisas recentes apontam uma chance de 50% de que ela possa surgir até 2040. Alguns especialistas acreditam que avanços podem acontecer já nos anos 2030.
No entanto, a história mostra que a compreensão sobre IA nem sempre se concretiza. Nos anos 1960, acreditava-se que as máquinas poderiam substituir o trabalho humano em poucas décadas.
Nos anos 1980, o Japão investiu bilhões em um projeto para desenvolver tecnologia avançada, mas os resultados ficaram aquém das expectativas.
Hoje, o cenário mudou. O avanço de modelos como o GPT-4 e o desenvolvimento de sistemas de IA capazes de criar vídeos realistas, como o modelo Sora, da OpenAI, mostram que a tecnologia evolui rapidamente.
Esse progresso intensificou os debates sobre os impactos da AGI e o que ela pode representar para a humanidade.
O que está impulsionando o avanço da IA?
O crescimento da IA é impulsionado por três fatores principais: aumento da capacidade de processamento, melhorias em algoritmos de aprendizado profundo e disponibilidade de grandes volumes de dados.
Modelos de linguagem, como o GPT-4, já demonstram habilidades em áreas como planejamento, escrita e raciocínio lógico. Algumas análises sugerem que eles podem representar versões iniciais de AGI.
Um relatório da Microsoft, publicado em 2023, analisou o desempenho do GPT-4 em várias áreas e sugeriu que, em alguns aspectos, ele já se aproxima das habilidades humanas.
No entanto, o modelo ainda apresenta limitações. Embora seja eficiente em resolver problemas matemáticos ou gerar códigos de programação, não possui criatividade lógica ou intuição, características fundamentais da inteligência humana.
Pesquisadores de tecnologia como Ray Kurzweil, conhecido por suas previsões, acreditam que a inteligência artificial atingirá o nível humano até 2029.
Kurzweil sugere que a AGI poderá superar a inteligência humana e se aprimorar em uma velocidade incontrolável, uma característica chamada de Singularidade Tecnológica.
A singularidade está próxima?
A Singularidade refere-se ao momento em que a IA se tornará mais inteligente que os humanos e resultarão em evolução independente, sem depender de programadores.
Kurzweil estima que até 2045 poderemos aumentar nossa inteligência em milhões de vezes por meio de interfaces específicas avançadas, combinando a biologia humana com máquinas.
Embora essa visão seja otimista, nem todos concordam com a mesma opinião. Alguns pesquisadores argumentam que a inteligência humana é muito complexa para ser replicada por algoritmos. Yann LeCun, pioneiro do aprendizado profundo, defende que o termo AGI deve ser abandonado, pois ele cria a falsa ideia de que máquinas poderão substituir a cognição humana em todos os níveis.
Outros apontam que a inteligência não significa necessariamente autonomia ou criatividade, tornando a AGI um objetivo mais difícil do que parece.
Os riscos da inteligência artificial avançada
Se a AGI for alcançada, seus impactos podem ser revolucionários. Ela pode transformar áreas como saúde, ciência climática e economia. No entanto, também levanta preocupações. Um dos maiores riscos é a possibilidade de que máquinas inteligentes possam agir de forma imprevisível ou fora do controle humano.
Uma revisão de 16 artigos acadêmicos sobre AGI apresentou preocupações como:
- O risco de que um AGI possa escapar do controle humano;
- A dificuldade de garantir que seus objetivos estejam alinhados com os interesses da sociedade;
- A possibilidade de que sistemas avançados tomem decisões sem considerar valores éticos ou morais;
- O impacto da automação no mercado de trabalho.
Esses riscos levaram ao crescimento de um campo de pesquisa chamado alinhamento de IA, que busca garantir que sistemas inteligentes sigam diretrizes que beneficiem a humanidade.
Desafios e limites da IA
Apesar dos avanços, a IA ainda tem limitações significativas. Mesmo os modelos mais sofisticados cometem erros, interpretam informações equivocadamente e têm dificuldades com tarefas que ativam e intuitivamente.
Além disso, muitos sistemas de IA funcionam como “caixas-pretas”, ou seja, nem mesmo seus criadores conseguem explicar exatamente como tomar certas decisões.
Outro desafio é a dependência da IA em grandes volumes de dados para funcionar. Isso significa que qualquer visão apresentada nas informações utilizadas para treinar esses modelos pode ser refletida em seus resultados. Em áreas como saúde e segurança, isso pode gerar consequências graves.
Com informações de ZME Science.