Concreto começa a substituir o asfalto nas rodovias brasileiras, trazendo uma durabilidade muito maior e impactos ambientais diferentes. O que faz essa mudança ganhar força em meio ao aumento dos custos e desafios técnicos do setor?
No Brasil, onde cerca de 87% da malha rodoviária ainda é formada por estradas de terra, o asfalto domina os 12,3% restantes de vias pavimentadas.
Entretanto, essa supremacia do asfalto começa a ser questionada com o avanço do concreto à base de cimento Portland, considerado a principal alternativa para pavimentação rígida no país.
De acordo com executivos de departamentos governamentais ligados à infraestrutura rodoviária, consultados pelo Valor Econômico, a utilização do concreto na pavimentação das rodovias brasileiras tem perspectiva de dobrar nos próximos dez anos.
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Essa projeção está associada principalmente ao aumento do preço do ligante asfáltico comercializado pela Petrobras, bem como aos efeitos das mudanças climáticas, que aumentam a vulnerabilidade do asfalto a temperaturas elevadas e variações extremas.
Durabilidade e economia no ciclo de vida
Estudos técnicos indicam que o pavimento de concreto pode apresentar vida útil entre 20 e 30 anos, dispensando grandes intervenções ao longo desse período.
Por outro lado, asfalto exige recapeamento a cada 8 a 10 anos para manter as condições de segurança e conforto do tráfego, o que implica custos adicionais e maiores períodos de obras.
A Associação Brasileira de Cimento Portland (AB) estima que, considerando o custo total do ciclo de vida – que inclui implementação e manutenção –, o pavimento rígido pode ser até 40% mais econômico que o asfalto.
Além da economia financeira, o concreto reflete maior parte da radiação solar, o que reduz a temperatura superficial da via, contribuindo para minimizar o fenômeno conhecido como “ilha de calor” nas áreas urbanas.
Impactos ambientais e técnicos
No aspecto ambiental, o concreto também apresenta vantagens relacionadas à menor emissão de gases de efeito estufa durante sua vida útil, especialmente quando incorporados materiais reciclados em sua composição.
Já o asfalto, por conter derivados de petróleo, está sujeito a variações de preços internacionais e a maior emissão de carbono durante a produção e manutenção.
A durabilidade do concreto é uma das principais razões para seu crescimento.
Rodovias pavimentadas com concreto rígido podem permanecer em condições adequadas por até três décadas, enquanto as vias asfálticas requerem reparos mais frequentes, gerando custos adicionais e transtornos para os usuários.
Foto: Roberto Dziura Jr/AEN
Experiência de estados brasileiros com pavimentação em concreto
Alguns estados brasileiros já adotam o concreto em seus projetos viários.
O Paraná, por exemplo, conta com cerca de 340 km de rodovias construídas em concreto, incluindo trechos importantes da SC-160 e PRC-280.
Em Santa Catarina, iniciativas para capacitação técnica visam garantir a qualidade das obras com pavimento rígido.
Projetos semelhantes estão em andamento em Maranhão, Paraíba, Piauí, Rondônia, Sergipe e Bahia.
Desafios para a expansão do concreto nas rodovias
Apesar das vantagens, a pavimentação em concreto enfrenta desafios, como o custo inicial mais elevado e a necessidade de profissionais qualificados para execução e fiscalização das obras.
O tempo maior de cura do concreto, que pode demandar mais dias antes da liberação para o tráfego, também é fator considerado em projetos de infraestrutura.
De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a participação do concreto na malha rodoviária federal é atualmente de aproximadamente 2%, mas há previsão de crescimento para cerca de 10% nos próximos dez anos, refletindo uma mudança gradual na política de pavimentação.
Além dos aspectos técnicos e econômicos, o impacto ambiental também tem sido considerado na decisão sobre o tipo de pavimento a ser adotado.
O concreto rígido, com sua maior durabilidade e capacidade de refletir o calor, contribui para a redução do aquecimento das cidades e da emissão de poluentes relacionados à manutenção das vias.
O avanço do concreto nas rodovias brasileiras levanta questões importantes sobre os custos, a adaptação às condições climáticas e a capacitação técnica necessária para garantir a qualidade das obras.
Com o custo inicial mais alto e o tempo maior para execução, será que o concreto realmente vale o investimento para as rodovias brasileiras, ou o asfalto ainda vai manter seu domínio?
Não sei de onde vem essa autônomia do concreto durar 30 anos, o que eu vi na prática no trecho duplicado de Caéte até Barão de Cocais na 381 foi em 5 anos a estrada está cheia de buracos, rachaduras profundas e desníveis.
Alguma coisa não está certa e com certeza é a obra realizada, porque no Brasil 70% do investimento é roubado e os outros 30% que eles usam para executar a obra.
Não é que o asfalyo de concreto não dura os 20 ou 30 anos como fala a matéria o problema é o Brasil que com certeza não aplica toda a qualidade desejada, pois fazem com menos qualidade e cobra o preço de primeira alguém compra fazenda apartamento, sítios e assim por diante.
Tudo mentira,bolha o Rodoanel não durou nada teve que voltar com o asfalto , essa matéria é um lixo, o concreto racha em pouco tempo péssima opção o Rodoanel prova bem isso só concreto vai ver agora estão voltando para o ASFALTO
O problema do concreto é sua durabilidade. O asfalto tem de ser refeito a cada 4 ou 5 anos, a propyna é mais frequente do que 30 anos. Os políticos não gostam disto.