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Morador usa mais de 1.000 baterias de laptops para gerar energia em casa há oito anos — e virou referência em soluções caseiras de baixo custo

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 29/05/2025 às 23:14
Atualizado em 31/05/2025 às 20:04
Morador usa mais de 1.000 baterias de laptops para gerar energia em casa há oito anos — e virou referência em soluções caseiras de baixo custo
Foto: Reprodução/Xataka

Um usuário conhecido como Glubux criou um sistema de energia sustentável com 1.000 baterias de notebooks usadas e mantém sua casa funcionando desde 2016. Veja como ele fez.

Em um mundo onde a busca por autonomia energética cresce a cada dia, um morador foi além da instalação de painéis solares e surpreendeu a internet com uma solução ousada: ele reuniu mais de 1.000 baterias de notebooks usadas para alimentar sua casa. O projeto, que começou em 2016, ainda está em funcionamento, sem incidentes graves, e se tornou um exemplo de reaproveitamento tecnológico sustentável. Essa história viralizou após o usuário conhecido como Glubux compartilhar seu sistema no fórum do site TechSpot, explicando como utilizou baterias de laptops para alimentar sua casa com segurança e eficiência, aliando conhecimento técnico, criatividade e persistência ao longo de quase uma década.

Como começou o projeto de 1.000 baterias de notebooks?

Segundo Glubux, tudo começou por volta de 2016, quando percebeu que muitas baterias de notebooks usadas ainda possuíam células funcionais. Ao invés de descartá-las, ele começou a coletar, desmontar e testar cada unidade individualmente. O objetivo era montar, aos poucos, um sistema de energia de backup para sua casa.

Com o tempo, o que era um hobby se transformou em um projeto completo de energia residencial alternativa, baseado na reutilização de componentes eletrônicos que iriam para o lixo.

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Montagem e estrutura do sistema

Armazenamento

O sistema de Glubux foi instalado em um galpão a 50 metros de sua casa, por razões de segurança. As 1.000 baterias de notebooks foram agrupadas em es personalizados e organizadas em packs, conforme sua voltagem e capacidade.

Ele utilizou ferramentas específicas para medir a capacidade de cada célula (em mAh) e descartou aquelas que estavam comprometidas ou inoperantes. Só foram aproveitadas as células de lítio com pelo menos 70% de capacidade funcional.

Integração com painéis solares

Antes mesmo de iniciar o projeto das baterias, Glubux já possuía 24 painéis solares de 440W cada, conectados ao sistema elétrico da casa. O diferencial foi conectar essa geração de energia ao novo banco de baterias recicladas, criando um sistema híbrido de geração e armazenamento.

Controladores e segurança

  • Glubux implementou controladores de carga, inversores e mecanismos de proteção contra sobrecarga e descarga profunda.
  • Testes foram feitos durante anos para alcançar equilíbrio ideal entre carga e descarga, com circuitos de proteção térmica.
  • Até o momento da postagem, não houve incêndios, explosões ou baterias inchadas, riscos comuns em projetos mal dimensionados com baterias de lítio.

O desafio do reequilíbrio energético

Durante a montagem do sistema, vários testes de reequilíbrio foram necessários. Cada pack de bateria precisava de ajuste para manter a estabilidade do sistema, já que cada célula possui níveis de desgaste diferentes. Isso exigiu:

  • Medições constantes de voltagem individual;
  • Substituição de unidades com variação muito alta ou baixa;
  • Adição de balanceadores eletrônicos.

Esse trabalho técnico intenso é o que permitiu que o sistema permanecesse operando de forma segura e eficaz desde 2016, demonstrando que, com conhecimento e dedicação, é possível criar soluções energéticas alternativas com baixo custo e alta eficiência.

Por que baterias de notebooks?

As baterias de notebooks, especialmente as de lítio-íon, possuem células chamadas 18650, que são amplamente utilizadas também em carros elétricos e outros dispositivos de alta potência. Elas oferecem:

  • Alta densidade energética;
  • Vida útil razoável mesmo após anos de uso;
  • Custo zero quando coletadas de dispositivos descartados;
  • Facilidade de montagem em sistemas customizados.
Créditos: Reprodução – Xataka

Esses fatores tornam as baterias de notebooks uma opção atrativa para sistemas de energia residencial alternativos, principalmente em países ou regiões com alto custo de baterias novas.

Economia e impacto ambiental

Além de manter sua casa com energia por quase uma década, Glubux:

  • Reduziu sua conta de energia elétrica a praticamente zero;
  • Impediu que mais de mil baterias fossem descartadas no meio ambiente;
  • Demonstrou que a economia circular é possível mesmo em pequena escala.

Com o aumento da discussão sobre lixo eletrônico e sustentabilidade, o projeto serve como um case prático de reaproveitamento tecnológico com impacto ambiental direto.

Vale a pena tentar fazer o mesmo?

Apesar do sucesso de Glubux, replicar um projeto como esse exige conhecimentos técnicos sólidos. É preciso entender:

  • Eletrônica básica e avançada;
  • Soldagem de células de lítio;
  • Controle de carga e inversores;
  • Segurança contra sobrecarga e aquecimento.

Especialistas alertam que baterias de lítio podem ser perigosas se manuseadas incorretamente. Portanto, esse tipo de sistema não é recomendado para leigos.

No entanto, a ideia de utilizar baterias de notebooks para alimentar casas já atrai comunidades de “makers”, engenheiros eletrônicos e entusiastas de energia alternativa ao redor do mundo.

Energia para casa usando baterias de laptops: tendência futura?

O projeto de Glubux antecipa o que pode se tornar uma tendência nos próximos anos: o reaproveitamento de componentes eletrônicos como alternativa energética em residências.

Com o avanço dos carros elétricos, sistemas fotovoltaicos e a necessidade de armazenamento local de energia renovável, as baterias usadas podem ter uma segunda vida útil como parte de sistemas híbridos, especialmente em locais onde o o à rede elétrica é precário.

Empresas como Tesla, LG e BYD já apostam em baterias estacionárias de lítio — mas, enquanto essas soluções são caras, projetos caseiros como o de Glubux mostram que existe espaço para soluções alternativas, de baixo custo e com alto potencial de impacto ambiental positivo.

O que começou como uma experiência quase solitária se transformou em um exemplo de inovação e sustentabilidade. Com mais de 1.000 baterias de notebooks, Glubux criou um sistema que prova que é possível pensar fora da caixa — ou melhor, fora da tomada.

Seu projeto não apenas fornece energia para casa usando baterias de laptops, mas também inspira debates sobre lixo eletrônico, eficiência energética e criatividade na resolução de problemas.

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Irlan
Irlan
01/06/2025 06:43

Notícia mentirosa! Sem base, sem informações verídicas… Eu questiono aqui e peço esclarecimentos, como podem me provar a veracidade dessa notícia para mim e para o leitor?

Juliano
Juliano
01/06/2025 09:23

Seria quase impossível isso acontecer! Uma por que se fosse verdade, a notícia séria sobre alguém que usou de forma errada para burlar o sistema de distribuição de energia e foi preso ou multado, porque tudo no Brasil tem que ser taxado. E outra, bateria de laptop tem uma vida útil considerável pequena… Teria que ser substituída em tempo e tempo. Logo, seu estoque acabaria ou seria inviável comprar para manter seu sistema funcionando!

Nao Digo
Nao Digo
Em resposta a  Juliano
01/06/2025 12:00

E onde constou na reportagem tratar-se de um brasileiro ?

Tomaz
Tomaz
Em resposta a  Juliano
01/06/2025 20:25

Rapaz tenho máquina velha ainda funcionando com essas baterias. Esse tempo em tempo que você fala se refere a quanto tempo ? 10, 15 anos? Tenho note que durou 10 anos sem bo hoje não tem mais baterias. Mais tem umas marcas que não dura 3 anos. Dell linha profissional dura mais de dez anos fácil. O que eu achei estranho foi, como ele testa uma a uma já que são gradeadas. Tive um bo em uma patinete e para tratar tinha de ser uma a uma. Tem algo estranho aí porém já vi carro elétrico com essas baterias. Coisa de gambiarras mesmo.

Carlos
Carlos
01/06/2025 22:49

A única coisa mentirosa na matéria é a afirmação que desde 2016 ele tem esse sistema… sendo que na verdade ele começou naquele ano e demorou muito até chegar na auto sustentabilidade…🤡🤡🤡🤡

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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