Quando se pensa em exportação de carros brasileiros, modelos de luxo ou picapes podem vir à mente. No entanto, o título de carro nacional mais vendido para fora do Brasil pertence ao popular Volkswagen Gol.
O Volkswagen Gol, um ícone da indústria automotiva brasileira por 42 anos, não apenas motorizou gerações de brasileiros, mas também conquistou um feito notável: tornou-se o carro nacional mais vendido para fora do Brasil (o mais exportado) em toda a história. Surpreendentemente, este título não pertence a um sedã de luxo ou a uma picape robusta, mas a um veículo concebido para ser ível.
Muitos podem se surpreender ao saber que o carro nacional mais vendido para fora do Brasil não é um modelo sofisticado ou uma picape imponente. O título pertence ao Volkswagen Gol, um veículo popular lançado em 1980 e produzido por 42 anos, com um total de 8,6 milhões de unidades fabricadas. Sua história de exportação é um exemplo de como um carro projetado para o Brasil pôde ter sucesso global.
A trajetória do Volkswagen Gol
O sucesso do Gol começou no Brasil, onde foi líder de vendas por impressionantes 27 anos consecutivos, de 1987 a 2014. Essa hegemonia no mercado interno, com milhões de unidades produzidas (mais de 7 milhões até agosto de 2012), criou a base para sua expansão internacional.
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Até o final de 2012, mais de 1,1 milhão de unidades do Gol já haviam sido exportadas. Em 2017, o Gol foi o modelo mais exportado pela Volkswagen do Brasil, com 73.848 unidades. Ao todo, o Gol chegou a ser exportado para mais de 65 países, com a América Latina sendo o principal destino, incluindo mercados chave como Argentina, México, Chile, Peru e Colômbia.
Por que este carro nacional mais vendido para fora do Brasil conquistou tantos mercados?
Diversos fatores impulsionaram o sucesso internacional do Gol. Primeiramente, seus atributos intrínsecos: robustez mecânica, custo de aquisição e manutenção íveis, e uma simplicidade que se traduzia em confiabilidade, características ideais para as condições de rodagem de muitos países em desenvolvimento.
Segundo, a visão estratégica da Volkswagen do Brasil, que utilizou suas instalações como uma plataforma de exportação para a América Latina e outras regiões. A empresa investiu no desenvolvimento de produtos adaptados, como o Gol, que não compartilhava inicialmente sua plataforma com modelos globais. Terceiro, a capacidade de realizar adaptações técnicas específicas para diferentes mercados, como motorizações distintas para atender a regulamentações de emissões ou preferências locais, foi crucial.
O Gol no cenário da exportação automotiva brasileira, contextualizando sua liderança histórica
Embora o Gol seja o líder histórico, outros modelos brasileiros também tiveram sucesso no exterior. A Fiat Strada, por exemplo, é exportada como Ram 700 para o México, e outros modelos da Volkswagen (T-Cross, Nivus) e de outras marcas como Jeep, Hyundai e Renault também são produzidos no Brasil com foco em exportação.
Contudo, a liderança histórica do Gol em unidades totais exportadas por um modelo de carro brasileiro é amplamente aceita, com base em reportagens consistentes da mídia especializada e declarações da Volkswagen ao longo de décadas, apesar da dificuldade em obter estatísticas oficiais detalhadas por modelo de órgãos como a ANFAVEA.
O Volkswagen gol “last edition” e a celebração de seu importante legado exportador
Em 2022, a Volkswagen anunciou a despedida do Gol com a “Last Edition”, limitada a 1.000 unidades. Significativamente, 350 dessas unidades foram destinadas à exportação para países como Colômbia, Bolívia, Uruguai e Paraguai.
Uma diferença notável foi a motorização: enquanto a versão brasileira recebeu o motor 1.0 de três cilindros, as unidades de exportação foram equipadas com o motor 1.6 8V, refletindo as preferências e regulamentações (como o Proconve L7 no Brasil) desses mercados externos. Esta decisão final reforçou a importância estratégica que a Volkswagen atribuiu aos seus parceiros internacionais.