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Estados Unidos criticam políticas de transição energética e defendem uso contínuo de energias fósseis em cúpula da AIE

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 24/04/2025 às 15:56
Estados Unidos criticam políticas de transição energética e defendem uso contínuo de energias fósseis em cúpula da AIE
Imagem gerada por inteligência artificial

Declarações da istração Trump marcam ruptura com agenda climática anterior dos Estados Unidos e reacendem debate sobre renováveis.

Durante a cúpula sobre segurança energética organizada nesta quinta-feira (24) pela Agência Internacional de Energia (AIE), em Londres, os Estados Unidos adotaram uma postura crítica em relação à redução do uso de energias fósseis em favor das fontes renováveis. A fala do enviado norte-americano, Tommy Joyce, marcou uma mudança na política energética dos EUA, sinalizando o novo posicionamento da istração de Donald Trump.

“Nos opomos a essas políticas nefastas e perigosas”, afirmou Joyce, que ocupa o cargo de secretário adjunto interino de energia para assuntos internacionais. Segundo ele, a tentativa de eliminar progressivamente os combustíveis fósseis em nome da neutralidade de carbono não contribui para a segurança energética global. “Alguns querem regular todas as formas de energia, exceto as chamadas renováveis, até seu desaparecimento total. Isso não é segurança energética, e sabemos exatamente aonde isso leva”, declarou.

Declarações revelam mudança na política energética dos Estados Unidos

A participação dos Estados Unidos na cúpula da AIE marcou um distanciamento das diretrizes da istração anterior, liderada por Joe Biden, que havia colocado os EUA na linha de frente da transição para energias renováveis. Sob o governo de Donald Trump, os EUA adotam agora uma posição de ceticismo climático e reafirmam o papel estratégico do petróleo e do gás natural para o país.

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A crítica de Tommy Joyce também teve como alvo a própria Agência Internacional de Energia, que, em 2021, recomendou que não fossem iniciados novos projetos de energias fósseis caso os países quisessem atingir a meta de neutralidade de carbono até 2050. À época, a recomendação gerou forte reação entre produtores de petróleo e gás.

Apesar da nova postura dos Estados Unidos, o diretor-executivo da AIE, Fatih Birol, tentou adotar um tom conciliador. Durante seu discurso, ele reconheceu que o petróleo e o gás ainda são “elementos importantes da nossa mistura energética” e continuarão sendo por muitos anos.

Divisões marcam debate sobre o futuro da energia

A cúpula reuniu representantes de 60 países e de cerca de 50 empresas do setor energético. As discussões ocorrem em meio a um cenário global instável, com conflitos armados na Ucrânia e no Oriente Médio, além de disputas comerciais e mudanças na política ambiental de potências como os Estados Unidos.

As divergências entre os participantes ficaram evidentes logo nos primeiros discursos. Enquanto parte dos países defende a aceleração da transição para fontes renováveis, outros argumentam que abandonar rapidamente as energias fósseis pode comprometer a segurança no abastecimento e gerar riscos econômicos, especialmente em nações que ainda dependem fortemente desses recursos.

O posicionamento dos EUA, um dos maiores produtores e consumidores de petróleo do mundo, reforça a tensão entre objetivos ambientais e interesses energéticos nacionais. A defesa da continuidade das energias fósseis coloca os Estados Unidos em desacordo com países europeus e com o próprio rumo que a AIE vinha adotando nos últimos anos.

Impactos e repercussões no cenário internacional

A fala do representante dos Estados Unidos reflete uma tendência mais ampla da atual istração em reavaliar compromissos ambientais assumidos em fóruns internacionais. Sob o governo Trump, os EUA demonstram uma prioridade clara: fortalecer sua segurança energética por meio do aproveitamento de suas reservas fósseis, mesmo que isso represente um retrocesso nos compromissos climáticos.

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Esse reposicionamento pode ter impactos diretos nas negociações multilaterais sobre o clima, especialmente em fóruns como a COP e outras reuniões globais sobre o meio ambiente. A nova postura dos EUA também pode influenciar países que ainda hesitam em adotar metas mais ambiciosas de redução de emissões.

Apesar do aumento global no investimento em fontes renováveis, como solar e eólica, as energias fósseis continuam dominando a matriz energética de muitos países, incluindo os próprios Estados Unidos. O debate entre segurança energética e descarbonização permanece um dos grandes desafios da atual década.

EUA e o futuro das renováveis: dilema entre independência energética e compromissos climáticos

Mesmo com o avanço das fontes renováveis nos Estados Unidos, a fala do representante norte-americano sinaliza uma preferência clara pela continuidade do uso de petróleo, gás e carvão. O dilema entre reduzir emissões e garantir fornecimento constante de energia segue presente nas políticas do país.

Com essa postura, os Estados Unidos parecem indicar que, sob a gestão atual, as metas de transição energética serão reavaliadas à luz da segurança nacional e da independência energética. O futuro das energias renováveis nos Estados Unidos dependerá, portanto, da capacidade de equilibrar esses interesses com as exigências do mercado global e dos acordos internacionais.

A cúpula da AIE encerrou-se com um consenso parcial: petróleo e gás ainda terão papel relevante no curto e médio prazo. Mas a pressão por soluções sustentáveis continua, e a atuação dos Estados Unidos será central na definição dos rumos que o mundo adotará na busca por uma matriz energética mais limpa e segura.

Fonte: UOL

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Débora Araújo

Escrevo sobre energias renováveis, automóveis, ciência e tecnologia, indústria e as principais tendências do mercado de trabalho. Com um olhar atento às evoluções globais e atualizações diárias, dedico-me a compartilhar sempre informações relevantes.

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