Estimativas indicam prazo para o fim das reservas de petróleo no mundo e mostram avanço de alternativas energéticas

O futuro do petróleo: quanto tempo ainda temos antes da transição energética se consolidar?

Desde a crise do petróleo de 1973, o debate sobre o fim das reservas permanece em pauta. Após meio século, a grande pergunta continua sem uma resposta definitiva: por quanto tempo ainda teremos petróleo disponível no planeta?

As previsões mais recentes indicam que as reservas comprovadas são suficientes para manter o abastecimento global por, pelo menos, mais 50 anos.

No entanto, os preços do barril oscilam constantemente, reflexo da incerteza que envolve não somente a quantidade real disponível, mas também a velocidade com que novas tecnologias e fontes alternativas se consolidam no mercado.

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Reservas de petróleo: Projeções e o “pico de extração”

A discussão sobre o futuro do petróleo ganhou novos contornos com o avanço da transição energética. Especialistas acreditam que o mundo está próximo do chamado “pico de extração” — o ponto onde a demanda atinge o seu máximo antes de iniciar um declínio progressivo.

Segundo Atul Arya, estrategista-chefe de energia da S&P Global, a preocupação global deixou de ser a escassez de petróleo e ou a ser a sua possível obsolescência diante das mudanças no padrão de consumo de energia.

Esse cenário é reforçado por dados do think tank Ember, que apontam para um pico histórico no uso de combustíveis fósseis já este ano.

O relatório destaca que, em 2023, a capacidade global de produção de energia limpa cresceu no ritmo mais acelerado das últimas duas décadas, puxada principalmente pela expansão da energia solar na China.

Novas fronteiras na extração de petróleo e uso

Enquanto isso, formas não convencionais de exploração ganham espaço. Areias e xistos betuminosos são alternativas concretas ao petróleo tradicional. Mesmo exigindo técnicas mais complexas e maior custo de extração, esses recursos podem praticamente dobrar as reservas atuais conhecidas.

O gás natural também assume um papel de destaque. Considerado mais limpo e versátil, ele já é amplamente utilizado na indústria e na petroquímica, servindo como substituto direto do petróleo em diversas aplicações.

Substitutos ganham tração

Outras fontes de energia já estão consolidadas ou em desenvolvimento acelerado. O álcool e o biodiesel, por exemplo, não só já abastecem veículos como também são utilizados na fabricação de plásticos e outros produtos.

A gasolina sintética, obtida a partir do carvão, também é conhecida desde a Segunda Guerra Mundial e ainda é estudada como alternativa viável.

Além disso, a energia nuclear, apesar de cercada por debates sobre segurança, é considerada uma fonte estável e competitiva em termos econômicos.

Já o hidrogênio verde surge como uma promessa de energia limpa para o futuro, embora ainda enfrente obstáculos tecnológicos e logísticos para ser produzido em escala global.

Um futuro em transição

Apesar do avanço de novas tecnologias e fontes energéticas, o petróleo ainda é um componente essencial da matriz energética mundial. Porém, com a pressão por soluções sustentáveis e as mudanças no perfil de consumo, o mundo parece caminhar para uma transição energética inevitável — e, segundo especialistas, esse processo já começou.

A mudança não deve ser abrupta. O que se desenha é uma substituição gradual, movida tanto pela busca por alternativas econômicas quanto pela necessidade de reduzir emissões e enfrentar as mudanças climáticas. O petróleo ainda tem um papel a cumprir. Mas o relógio está correndo.

Com informações de Noticiário Financeiro.