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Estratégias de Petróleo e Gás: O guia essencial que você precisa conhecer

Escrito por Adalberto Schwartz
Publicado em 02/06/2025 às 18:00
Bombas de extração de petróleo em operação ao entardecer, com fumaça ao fundo em instalação de gás natural.
Bombas de petróleo e instalações de gás compõem o cenário energético global ao pôr do sol.

Descubra como as estratégias de petróleo e gás evoluíram ao longo do tempo e continuam a impactar a economia, a geopolítica e o futuro da energia no mundo.

A indústria do petróleo e gás, portanto, é uma das mais estratégicas e influentes do mundo.

Desde o início do século XX, esses recursos energéticos aram a desempenhar um papel central não apenas na geração de energia, mas também nas relações internacionais, na economia global e nas transformações sociais dos países.

Ao longo das décadas, as estratégias de petróleo e gás adaptaram-se aos novos cenários, moldando decisões políticas, ambientais e econômicas.

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Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, 2023), o petróleo e o gás natural respondem por mais de 50% do consumo energético mundial até hoje, destacando sua importância contínua no mix energético global.

Assim, entender essas estratégias é essencial para compreender o funcionamento de um setor que ainda move o mundo, mesmo em meio à crescente busca por fontes de energia renovável.

Neste artigo, exploraremos como surgiram essas estratégias, como evoluíram ao longo do tempo e, por fim, quais fatores influenciam suas decisões hoje.

O início da era do petróleo como recurso estratégico

Infográfico ilustrando o início da era do petróleo como recurso estratégico, com imagens de um carro antigo, uma torre de extração de petróleo, um avião biplano, um mapa-múndi e um aperto de mãos.

O petróleo ou a ser considerado uma fonte de energia essencial com o avanço da industrialização. Inicialmente, sua principal função era a iluminação.

No entanto, a invenção do motor a combustão interna tornou o petróleo indispensável para o transporte, especialmente com a popularização dos automóveis e aviões.

Já o gás natural, por sua vez, ganhou relevância como alternativa mais limpa ao carvão.

De acordo com o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE, 2022), a produção comercial de petróleo começou no século XIX, com o primeiro poço perfurado em 1859 pelo americano Edwin Drake.

No início do século XX, países como Estados Unidos, Reino Unido e, mais tarde, a União Soviética, perceberam rapidamente a importância estratégica desses recursos.

Por isso, o controle dos campos petrolíferos ou a oferecer uma vantagem geopolítica. Muitas vezes, isso determinou o rumo de guerras e alianças.

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o abastecimento de petróleo foi decisivo para o desempenho militar das nações envolvidas.

Dessa forma, políticas energéticas e estratégias de exploração e refino foram intensificadas. Grandes empresas multinacionais dominaram o setor, como a Standard Oil, fundada por John D. Rockefeller, a Royal Dutch Shell e a Total.

Nesse contexto, a busca por novos reservatórios expandiu a indústria para regiões como o Oriente Médio, América Latina e África. Assim, a descoberta de grandes campos em locais como o Golfo Pérsico aumentou a importância estratégica desses territórios.

Eles aram a ser alvo de intensa disputa política e econômica. Segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP, 2024), a região do Golfo concentra cerca de 48% das reservas comprovadas mundiais de petróleo.

Estratégias corporativas e o papel das estatais

Infográfico ilustrando as estratégias corporativas e o papel das estatais no setor de petróleo e gás, com ícones representando diversificação geográfica, inovação tecnológica, verticalização e companhias nacionais.

Ao longo das décadas, as empresas do setor desenvolveram estratégias complexas para garantir competitividade e sobrevivência.

Entre elas, destacam-se a diversificação geográfica das operações, a verticalização (controle desde a extração até a distribuição) e os investimentos em inovação tecnológica para alcançar novos reservatórios.

Por exemplo, a prospecção em águas profundas só se tornou viável graças ao avanço de tecnologias sofisticadas.

O pré-sal brasileiro é um caso emblemático: sua exploração demandou grandes investimentos, mas colocou o Brasil entre os grandes produtores globais.

Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP, 2024), o pré-sal responde hoje por mais de 70% da produção nacional de petróleo, demonstrando o sucesso dessa estratégia.

Outro ponto importante foi a criação e fortalecimento de companhias nacionais para que os países mantivessem maior controle sobre seus recursos, como a Petrobras no Brasil, a Saudi Aramco na Arábia Saudita e a PDVSA na Venezuela.

Além disso, essas empresas diversificaram seus negócios, investindo em petroquímica, distribuição e até energias renováveis, para garantir sustentabilidade financeira e ambiental a longo prazo.

Essa mudança reflete a evolução das estratégias, que antes focavam exclusivamente na extração e comercialização de petróleo bruto.

O desenvolvimento tecnológico também melhorou a eficiência da produção, a segurança das operações e reduziu os impactos ambientais.

Assim, ferramentas digitais e inteligência artificial aram a otimizar a exploração e monitorar riscos, elevando o padrão do setor.

Sustentabilidade e transição energética no século XXI

Infográfico sobre sustentabilidade e transição energética no século XXI, com ícones representando gás natural, matriz energética limpa, energias renováveis e captura de carbono, conectados por setas.

A partir da década de 1990, a crescente preocupação global com as mudanças climáticas ou a influenciar as estratégias de petróleo e gás.

O Protocolo de Kyoto, adotado em 1997 pelas Nações Unidas, e o Acordo de Paris, firmado em 2015, estabeleceram metas para a redução das emissões de gases do efeito estufa.

Isso pressionou o setor a buscar soluções mais sustentáveis. Logo, a exploração de gás natural, que emite menos CO₂ que o petróleo e o carvão, tornou-se uma opção de transição.

Além disso, empresas começaram a investir em energias renováveis, eficiência energética e captura de carbono.

Hoje, muitos países elaboram suas estratégias energéticas considerando o conceito de “matriz energética limpa”, que prioriza fontes como solar, eólica e hidrogênio verde.

No entanto, o petróleo e o gás ainda permanecem necessários, principalmente em setores como aviação, transporte marítimo e indústrias pesadas, onde a substituição é mais difícil.

Segundo o Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, 2023), a transição energética deve ocorrer de forma gradual para garantir segurança energética e evitar impactos econômicos severos.

Destaca-se, por conseguinte, o esforço do setor para reduzir impactos ambientais, controlando vazamentos e tratando resíduos. O debate sobre o futuro dos trabalhadores da indústria também ganha espaço, já que eles precisam se qualificar para os novos desafios da economia verde.

Nesse cenário, a transição energética não significa o fim do petróleo, mas sim sua coexistência com outras fontes. Busca-se equilibrar desenvolvimento econômico e preservação ambiental.

Estratégias de petróleo e gás: Inovação, geopolítica e segurança no cenário atual

No século XXI, novos elementos aram a compor as estratégias de petróleo e gás. A geopolítica continua decisiva, como demonstram os conflitos no Oriente Médio, as sanções econômicas à Rússia e as disputas no Mar do Sul da China.

Portanto, o o aos recursos energéticos permanece motivo de tensão internacional.

Além disso, a segurança energética tornou-se uma preocupação central. Consequentemente, países buscam reduzir sua dependência externa, aumentar a produção interna e diversificar fornecedores.

A pandemia de COVID-19 (2020-2022) e a guerra na Ucrânia (iniciada em 2022) evidenciaram a vulnerabilidade das cadeias de suprimento globais, incentivando políticas de estocagem e independência energética.

A inovação tecnológica tornou-se um pilar das estratégias atuais. Assim, a digitalização da indústria — por meio de inteligência artificial, big data, automação e monitoramento em tempo real — aumentou a eficiência, reduziu custos e elevou a segurança das operações.

Novas tecnologias para captura e armazenamento de carbono (CCS) e o desenvolvimento do hidrogênio como combustível mostram que o setor se prepara para um futuro com emissões drasticamente reduzidas.

Por fim, a cooperação internacional será cada vez mais necessária para garantir estabilidade no mercado de energia e viabilizar a transição energética global.

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Soluções para o setor de petróleo e gás | Firjan

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Milton Pitzer
Milton Pitzer
02/06/2025 23:54

Parabéns pela matéria. Sugerimos prosseguir com outras correlatas, por exemplo, como funcionam as plataformas de extração, como é trasportado o petróleo e o gás natural, como é a logística de abastecimento de regiões desprovidas de extração e/ou refino por perto, como está o projeto de expansão do gasoduto da Bolívia, entre outros: o assunto é amplo.

Adalberto Schwartz

Adalberto Schwartz é engenheiro de energia e analista técnico com mais de 20 anos de experiência no setor de petróleo, gás, energias renováveis e infraestrutura energética. Formado em Engenharia de Energia em 2003, com especialização em transição energética e exploração offshore, construiu uma carreira sólida atuando em projetos de usinas, plataformas e soluções de baixo carbono. Desde 2015, atua como comunicador técnico, produzindo conteúdos jornalísticos e análises aprofundadas sobre o cenário energético global. Seus textos unem racionalidade técnica, dados confiáveis e linguagem ível, sendo referência para profissionais do setor, investidores e interessados em geopolítica da energia.

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