Estudo revelou que veículos elétricos geram entre 70% e 77% menos emissões do que os movidos a gasolina, mesmo quando consideradas as emissões associadas à fabricação de suas baterias

Um estudo recente confirmou que os veículos elétricos emitem entre 70% e 77% menos gases poluentes do que os automóveis a gasolina, mesmo levando em conta as emissões geradas durante a fabricação de suas baterias

A substituição de carros a gasolina por veículos elétricos está longe de ser apenas uma tendência. Um novo estudo revelou que os veículos elétricos a bateria geram de 70% a 77% menos emissões do que os veículos com motor de combustão interna (ICEVs), mesmo considerando as emissões da fabricação das baterias.

É um número que chama atenção e pode mexer com o futuro do transporte.

A pesquisa analisou todo o ciclo de vida dos carros, desde a produção até o uso. Mesmo com o peso das baterias no início, os elétricos conseguem compensar rapidamente esse impacto.

E fazem isso principalmente por dois fatores: eficiência energética e energia elétrica mais limpa.

O peso da bateria no começo

A produção das baterias é o ponto mais delicado. Ela responde por até 60% das emissões iniciais de um veículo elétrico, principalmente quando a bateria precisa ser substituída ao longo da vida útil do carro.

O problema está na mineração e no processamento dos materiais usados, como lítio, níquel, cobalto, cobre e grafite.

Boa parte dessas baterias é produzida em países que ainda usam carvão como principal fonte de energia. A China, por exemplo, é um grande centro de fabricação, mas também tem uma matriz energética altamente poluente. Isso eleva bastante as emissões na fase de produção.

Mas o local de fabricação faz diferença. Se a bateria for feita em países como a Suécia, onde há maior uso de energia limpa, as emissões podem ser 25% menores.

Eficiência energética: onde o elétrico brilha

Depois de sair da fábrica, o veículo elétrico mostra sua força. Um motor a combustão usa apenas entre 16% e 25% da energia da gasolina para movimentar o carro. O resto é perdido em calor e ruído. Já os elétricos aproveitam de 87% a 91% da energia elétrica.

Esse número faz diferença no dia a dia. Para percorrer 100 quilômetros, um SUV a gasolina consome entre 6,7 e 21,7 litros. Um SUV elétrico usa entre 20,9 e 44,6 kWh, equivalendo a cerca de 2,3 a 5 litros de gasolina. Ou seja, os elétricos usam até quatro vezes menos energia.

Quando a energia é limpa, tudo melhora

A matriz energética também influencia diretamente nas emissões. No Canadá, a eletricidade emite, em média, 61% menos que a gasolina. E em províncias como Quebec, onde a energia hidrelétrica é predominante, as reduções podem chegar a 83%.

Mesmo nas regiões mais poluentes, como Alberta ou Nunavut, os BEVs continuam em vantagem. A eficiência energética compensa, e o saldo final é sempre positivo em termos de emissões.

PHEVs: um meio termo

Os veículos híbridos plug-in também ajudam a reduzir emissões, mas com menos impacto. Tudo depende de quanto o modo elétrico é usado.

Um PHEV usado em modo elétrico 54% do tempo emite, em média, 172 gCO2e/km. Um SUV a gasolina emite 332 gCO2e/km. Se o modo elétrico for usado só 26% do tempo, a emissão sobe para até 291 gCO2e/km.

Ou seja, o PHEV pode ser uma boa opção — mas só se o motorista realmente aproveitar a parte elétrica.

o ainda é um obstáculo

Apesar de todas as vantagens, os BEVs ainda enfrentam um desafio importante: o preço. A maioria dos modelos mais limpos ainda está fora do alcance de grande parte da população. E com a possível redução de subsídios governamentais, o problema pode piorar.

Hoje, mesmo os elétricos mais baratos ainda são mais caros que modelos a gasolina da mesma categoria. A falta de oferta ível pode frear a transição.

O que pode melhorar o cenário

Inovação em bateria: Pesquisadores buscam alternativas mais eficientes e menos poluentes. As baterias de estado sólido, por exemplo, prometem maior densidade de energia e menor impacto ambiental.

Infraestrutura de carregamento: A expansão dos pontos de carregamento é essencial. Não basta ter o carro se não há onde carregar com facilidade. Algumas estratégias incluem:

• Aumentar o número de estações de carregamento rápido
• Criar sistemas inteligentes para usar energia renovável no carregamento
• Investir em tecnologias sem fio para maior conveniência

Informação clara para o público: É comum haver dúvidas sobre custos, manutenção e impacto ambiental dos elétricos. Por isso, campanhas de educação são fundamentais. Algumas ideias incluem:

• Explicar os benefícios reais dos elétricos
• Oferecer test drives gratuitos
• Mostrar que, no longo prazo, o custo total de um elétrico pode ser menor

Rumo a um futuro mais limpo

O estudo destaca que os veículos elétricos são uma ferramenta-chave na luta contra as mudanças climáticas. E não é só uma questão de emissão de gases. Há outros impactos positivos:

• Menor demanda total de energia
• Redução da poluição nas cidades
• Melhoria na saúde pública
• Estímulo ao desenvolvimento de cadeias de suprimento sustentáveis

Além disso, com redes elétricas cada vez mais limpas e processos de produção mais conscientes, os benefícios tendem a crescer. Mas o sucesso depende de três pontos principais: o, infraestrutura e inovação.

Mesmo que uma bateria de carro elétrico precise ser substituída, os elétricos ainda emitem de 59% a 69% menos que um veículo a gasolina durante toda a vida útil. Isso reforça a ideia de que, apesar de alguns desafios, a mobilidade elétrica continua sendo um dos caminhos mais promissores para um transporte mais limpo e eficiente.