Estados Unidos concluem montagem da primeira bomba nuclear B61-13, com ogiva de 360 quilotons, marcando uma nova fase na modernização do arsenal estratégico do país.
A istração Nacional de Segurança Nuclear dos Estados Unidos concluiu, em tempo recorde, a produção da primeira unidade da bomba nuclear B61-13.
A confirmação foi feita pelo Secretário de Energia, Chris Wright, no dia 19 de maio.
O armamento foi montado na fábrica da Pantex, localizada em Amarillo, no Texas, e marca um avanço significativo na modernização do arsenal nuclear norte-americano.
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A produção do B61-13 foi finalizada quase um ano antes do previsto. O programa havia sido anunciado publicamente há menos de dois anos.
Essa velocidade de desenvolvimento chamou a atenção de especialistas e autoridades, por lembrar o ritmo acelerado dos projetos nucleares da Guerra Fria.
Uma nova geração de bomba nuclear
O B61-13 foi desenvolvido em parceria com a Força Aérea dos Estados Unidos.
Trata-se de uma versão mais moderna da tradicional família de bombas B61, que vem sendo utilizada desde a década de 1960. O novo modelo é resultado direto da versão anterior, o B61-12, cuja produção terminou há apenas cinco meses.
Segundo o secretário Chris Wright, a nova bomba reforça a estratégia de dissuasão do país. “A velocidade dessa conquista reflete tanto a engenhosidade do nosso empreendimento nuclear quanto a urgência dos nossos tempos”, afirmou. Para ele, a modernização do arsenal é peça-chave na política de “paz através da força”.
A nova ogiva será usada exclusivamente por bombardeiros estratégicos, como o B-2 Spirit. Também deve equipar o futuro B-21 Raider. Esses aviões operam a partir de bases dentro do território continental dos Estados Unidos.
Capacidade de penetração e maior rendimento
O principal diferencial da B61-13 é sua capacidade de penetrar alvos militares de grande porte e bem protegidos.
A bomba foi projetada para atingir estruturas subterrâneas ou centros de comando fortemente blindados. Isso representa uma função estratégica clara: neutralizar instalações críticas em caso de conflito.
Embora compartilhe elementos de design com o B61-12, a nova bomba apresenta rendimento maior, semelhante ao B61-7, que tinha potência estimada em 360 quilotons.
Essa característica torna o B61-13 mais adequado para operações de dissuasão que exigem tanto poder destrutivo quanto precisão.
As atualizações incluem melhorias em segurança e em sistemas de orientação, como o uso de navegação inercial. Isso permite maior precisão no ataque a alvos específicos, mesmo em cenários complexos.
Programa acelerado com foco em inovação
A rapidez do programa foi possível por uma estratégia diferente. Em vez de seguir todas as etapas tradicionais de validação de projeto, conhecidas como “portas de projeto”, os engenheiros optaram por consolidar ou pular fases.
A decisão foi baseada em décadas de conhecimento acumulado sobre a linha B61.
Com isso, os testes de hardware começaram apenas três meses após a autorização do Congresso. Esse ritmo é considerado incomum na era pós-Guerra Fria.
David Hoagland, interino para Programas de Defesa, elogiou a execução do projeto. “A entrega do B61-13 sem impactar nossos outros esforços de modernização demonstra uma disciplina programática genuína. A flexibilidade e a inovação demonstradas aqui devem servir de modelo para cronogramas futuros de modernização”, declarou.
Recalibração do poder de dissuasão
A família B61 é composta por diferentes variantes. Entre elas estão os modelos táticos B61-3 e B61-4 e os estratégicos B61-7 e B61-11. O B61-12 já havia introduzido um sistema de orientação avançado, com potência ajustável de baixa a média. No entanto, seu rendimento máximo era de 50 quilotons.
O B61-13, por sua vez, retoma o alto rendimento com recursos modernos, oferecendo uma combinação de potência e precisão inédita.
A intenção é garantir que os EUA mantenham capacidade de resposta frente a ameaças emergentes, com foco em alvos reforçados e subterrâneos.
Embora não seja uma invenção totalmente nova, o B61-13 representa uma evolução estratégica importante. Ele reforça o papel da dissuasão nuclear, combinando o poder herdado do ado com a tecnologia do século XXI.