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A fabricante chinesa BYD, antes desacreditada, lidera as vendas de carros elétricos no Brasil com modelos como o Dolphin e o Song Plus. Entenda como ela superou a concorrência e conquistou o mercado.
A fabricante chinesa BYD (Build Your Dreams) já foi subestimada por muitos brasileiros, considerada por alguns como sinônimo de carros de baixa qualidade. Mas em 2025, o cenário mudou completamente. A marca, que tem sede em Shenzhen, deu a volta por cima de forma surpreendente e hoje lidera as vendas de carros elétricos no Brasil, com destaque absoluto para os modelos Dolphin e Song Plus.
Impulsionada por uma estratégia agressiva de expansão, forte investimento em tecnologia e uma política de preços competitivos, a BYD se consolidou como uma das marcas mais desejadas no setor automotivo nacional. Neste artigo, você vai entender como a fabricante chinesa deixou de ser alvo de piadas para se tornar referência entre os carros elétricos mais vendidos do Brasil.
A ascensão da BYD: de desconhecida a fenômeno nacional
Quando a BYD começou a se aventurar no mercado brasileiro, por volta de 2015, seus veículos ainda enfrentavam resistência, principalmente por conta do preconceito com carros chineses e da desconfiança quanto à durabilidade, segurança e pós-venda.
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No entanto, a virada começou com investimentos robustos em tecnologia própria, uma linha de montagem em operação no Brasil e o reposicionamento da marca como líder global em eletrificação. Em 2023, a fabricante já havia ultraado a Tesla em volume de vendas de carros 100% elétricos no mundo — e essa credencial foi decisiva para seu avanço em solo brasileiro.
BYD superando a Tesla
De acordo com dados do último trimestre de 2023, divulgados pela Counterpoint Research e confirmados pela Bloomberg, a BYD ultraou a Tesla em vendas globais de veículos elétricos pela primeira vez, considerando apenas os modelos 100% elétricos (BEVs). A fabricante chinesa entregou 526 mil veículos elétricos no quarto trimestre de 2023, contra 484 mil unidades da Tesla.
A ultraagem marca um momento simbólico na disputa pelo domínio global do setor, com a BYD se beneficiando de custos de produção mais baixos, domínio sobre sua cadeia de baterias e forte presença na Ásia, Europa e América Latina — enquanto a Tesla sofre com alta nos preços e concorrência crescente.
A BYD também lidera o mercado chinês, maior consumidor de carros elétricos do mundo, com mais de 33% de participação em 2024, consolidando-se como a nova referência mundial em eletrificação automotiva.
Carros elétricos mais vendidos do Brasil: BYD domina o ranking em 2025
Segundo os dados mais recentes da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) e da Fenabrave, a BYD já lidera o ranking de carros elétricos mais vendidos no Brasil, com seus modelos Dolphin e Song Plus figurando entre os cinco primeiros colocados com folga.
Ranking parcial de carros elétricos mais vendidos em 2025 (até maio):
- BYD Dolphin
- BYD Song Plus
- GWM Ora 03
- Volvo EX30
- Tesla Model Y
O Dolphin é hoje o carro elétrico mais vendido do Brasil, com uma proposta imbatível: motor de 95 cv, autonomia de até 291 km no ciclo PBEV, interior tecnológico e preço abaixo de R$ 150 mil. Já o Song Plus DM-i, um SUV híbrido plug-in, caiu no gosto dos brasileiros por combinar desempenho, luxo e economia.
Por que a BYD está vencendo? Estratégias que mudaram o jogo
A ascensão da BYD não foi fruto do acaso. Ela resulta de uma série de ações coordenadas que combinaram inovação tecnológica, inteligência comercial e adaptação ao mercado brasileiro.
Preço competitivo e tecnologia de ponta
A BYD reduziu significativamente o custo de seus veículos ao fabricar suas próprias baterias (Blade Battery), reconhecidas mundialmente pela segurança, durabilidade e densidade energética.
Além disso, o preço agressivo dos modelos — com o Dolphin abaixo de R$ 150 mil e o Song Plus na faixa dos R$ 210 mil — tornou a marca muito mais ível do que rivais europeus ou norte-americanos.
Expansão de concessionárias
De menos de 10 lojas em 2022, a BYD superou 150 concessionárias em 2025 no Brasil, cobrindo praticamente todas as capitais e principais centros urbanos. Isso facilitou o o aos veículos e ao serviço pós-venda, reduzindo a resistência inicial do consumidor.
Campanhas de marketing eficazes
A BYD entendeu como dialogar com o público brasileiro. Apostou em campanhas que destacam sustentabilidade, conectividade e custo-benefício, sempre com apoio de influenciadores, mídia especializada e test drives públicos.
Dolphin: o elétrico compacto que virou fenômeno urbano
O BYD Dolphin foi o divisor de águas da marca no Brasil. Lançado oficialmente em 2023, o hatch 100% elétrico redefiniu o segmento de entrada da mobilidade elétrica.
Com visual futurista, espaço interno surpreendente, digital completo, conectividade via Android Auto e Apple CarPlay e uma autonomia prática para o uso urbano, o Dolphin se tornou símbolo de modernidade e status consciente.
Ficha técnica do BYD Dolphin:
- Motor elétrico de 95 cv e 18,3 kgfm de torque
- Autonomia: até 291 km (PBEV)
- Carregamento rápido em até 30 minutos (30 a 80%)
- Preço médio: R$ 149.800
Seu sucesso foi tanto que, em 2025, a BYD lançou o Dolphin Mini, ainda mais compacto e com preço próximo de R$ 99 mil, atingindo um novo público.
Song Plus: SUV híbrido plug-in que desbanca concorrentes a gasolina
Já o BYD Song Plus DM-i é um SUV que desafia diretamente modelos como o Jeep Com, o Toyota Corolla Cross e até o Tiguan.
Com motorização híbrida plug-in (PHEV) que combina autonomia elétrica de 50 km com motor a combustão para longas distâncias, o Song Plus entrega excelente consumo, conforto e potência — tudo por um preço competitivo.
Destaques do Song Plus:
- Motor 1.5 a gasolina + motor elétrico
- Autonomia combinada: mais de 1.000 km
- Consumo na cidade: até 25 km/l (com bateria carregada)
- Preço médio: R$ 209.800
O modelo oferece nível de acabamento , bancos em couro, teto solar panorâmico, câmeras 360°, frenagem autônoma e piloto automático adaptativo. Ou seja: tecnologia de luxo com preço de SUV médio.
Fábrica da BYD no Brasil: marco para o setor elétrico
Outro fator crucial para o sucesso da fabricante chinesa foi o anúncio da fábrica da BYD em Camaçari (BA), onde antes operava a Ford. Com previsão de produção nacional já em 2025, a marca pretende fabricar localmente o Dolphin, o Song Plus e até modelos novos, como o King e o Seal.
A iniciativa reduz impostos, melhora o preço final ao consumidor e amplia o o à manutenção, reforçando o comprometimento de longo prazo da marca com o país.
Segundo a própria BYD, o investimento supera R$ 3 bilhões, e deve gerar mais de 5 mil empregos diretos e indiretos na Bahia e região.
Comparativo: BYD vs concorrentes no Brasil
| Fabricante | Modelo mais vendido | Autonomia (km) | Preço (R$) | Tipo |
|---|---|---|---|---|
| BYD | Dolphin | 291 | 149.800 | 100% elétrico |
| GWM | Ora 03 | 300 | 150.000 | 100% elétrico |
| Volvo | EX30 | 340 | 219.950 | 100% elétrico |
| Tesla | Model Y | 430 | 360.000 | 100% elétrico |
| BYD | Song Plus | 1.000 (combin.) | 209.800 | Híbrido plug-in |
A BYD lidera com folga em custo-benefício, seja no segmento de entrada com o Dolphin, seja no segmento de SUV com o Song Plus.
O que esperar da BYD nos próximos anos?
A trajetória da BYD no Brasil está apenas começando. Para os próximos anos, a marca já anunciou novos lançamentos, incluindo:
- BYD Seal (sedã elétrico esportivo)
- BYD King (sedã híbrido com preço abaixo do Corolla)
- Nova linha de ônibus e caminhões elétricos para frotas públicas
Além disso, o aumento na rede de concessionárias, a fabricação nacional e a ampliação de modelos populares devem consolidar a BYD como a principal fabricante de carros elétricos do país até 2026.
A BYD provou que preconceitos podem ser superados com estratégia, qualidade e inovação. De fabricante desacreditada a líder de mercado, sua jornada revela como o setor automotivo brasileiro está sendo transformado pela eletrificação.
Com produtos íveis, confiáveis e bem adaptados ao gosto do consumidor nacional, a fabricante chinesa está liderando o movimento dos carros elétricos mais vendidos do Brasil, quebrando paradigmas e impulsionando a transição para uma mobilidade mais sustentável.
