Falta de mão de obra no campo está travando o agronegócio brasileiro e gerando uma crise sem precedentes. Mesmo com alta tecnologia, a carência de trabalhadores qualificados continua a afetar as propriedades rurais.
A falta de mão de obra qualificada está se tornando um dos maiores desafios para o agronegócio no Brasil.
Segundo Gustavo Sartorello, do site Farmnews, esse problema, que já afeta os centros urbanos, toma proporções ainda mais críticas no campo devido a uma série de fatores específicos do setor.
70% das propriedades rurais relatam dificuldades na contratação de pessoal qualificado.
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Além disso, a rotatividade de funcionários no setor agrícola aumentou 35% na última década, o que agrava ainda mais a escassez de trabalhadores para as atividades essenciais.
O custo com treinamento de mão de obra representa menos de 1% dos gastos operacionais das fazendas, de acordo com estudos recentes.
O paradoxo da mecanização: mais produtividade, mais especialização necessária
A mecanização, que revolucionou a produtividade agrícola, gerou uma nova demanda por habilidades especializadas.
Segundo o estudo “História das Agriculturas no Mundo” de Mazoyer e Roudart (2010), a mecanização aumentou a produtividade por trabalhador de 1 hectare/homem/ano para até 1.000 hectares/homem/ano.
Contudo, esse avanço exponencial exige uma força de trabalho altamente qualificada e adaptável.
O agrônomo do futuro: de especialista em campo a estrategista digital
O setor agrícola está em transformação, e essa mudança está reformulando o perfil do agrônomo.
Com a ascensão de tecnologias como Big Data, Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e Blockchain, o papel do agrônomo está se tornando cada vez mais estratégico.
Agora, é necessário que o agrônomo não apenas compreenda as práticas agrícolas, mas também seja capaz de interpretar grandes volumes de dados e implementar soluções digitais para otimizar a produção.
Do arado à inteligência artificial: a mudança geracional no campo
A evolução das gerações no campo reflete mudanças socioeconômicas profundas.
Baby Boomers (nascidos entre 1946-1964): Eles são conhecidos pela forte ética de trabalho e disposição para realizar tarefas manuais intensivas.
Suas exigências eram focadas principalmente em estabilidade e sustento básico.
Geração X (1965-1980): Embora compartilhassem algumas características dos Baby Boomers, a Geração X começou a demonstrar interesse em melhorar as condições de trabalho e moradia.
Geração Y (Millennials, 1981-1996): Essa geração trouxe uma mudança significativa. Mais escolarizada, começou a buscar oportunidades que oferecessem crescimento profissional e pessoal.
Buscavam ambientes de trabalho que oferecessem flexibilidade, propósito e reconhecimento.
Geração Z (nascidos entre 1997-2012): Como nativos digitais, os membros da Geração Z têm expectativas elevadas em relação ao ambiente de trabalho.
Valorizam a diversidade, sustentabilidade e buscam constante aprendizado.
Essa geração apresenta desafios específicos para o agronegócio, com alta rotatividade e dificuldades de adaptação ao ambiente rural.
Como atrair e reter profissionais no agronegócio?
Entender as causas do gargalo da mão de obra no campo e como a evolução do trabalhador rural pode adaptar o setor à nova realidade é essencial.
Aqui estão algumas ações práticas para atrair e reter profissionais no agronegócio:
Moradia e conectividade
85% dos jovens rurais consideram a internet essencial (IBGE, 2021).
A ação: Implemente internet de alta velocidade e modernize as acomodações, oferecendo condições de moradia e conectividade de acordo com as expectativas das novas gerações.
Segurança e bem-estar
Fazendas com programas de bem-estar reduziram acidentes em 60% (SENAR, 2022).
A ação: Invista em EPIs de última geração e programas de saúde preventiva, criando um ambiente seguro para os trabalhadores.
Treinamento contínuo
Estudos mostram que cada 1% investido em treinamento aumenta a produtividade em 3,4% (Embrapa, 2023).
A ação: Estabeleça parcerias com instituições de ensino e tecnologia agrícola, garantindo que sua equipe esteja sempre atualizada com as melhores práticas do mercado.
Plano de carreira estruturado
Fazendas que implementam planos de carreira apresentam uma rotatividade 40% menor (ABAG, 2022).
A ação: Implemente um sistema de progressão baseado em meritocracia e habilidades, promovendo o crescimento dos colaboradores.
Tecnologia como catalisador
Propriedades que adotam AgTech aumentam a eficiência em 25% (McKinsey, 2023).
A ação: Integre sistemas de IA, IoT e análise de dados em suas operações, para otimizar a gestão e produtividade no campo.
Gestão de mão de obra: um imperativo econômico
A gestão eficaz da mão de obra no campo não é apenas uma questão de recursos humanos, mas também um imperativo econômico.
Análises econômicas demonstram que propriedades com estratégias avançadas de gestão de pessoas têm:
- ROI 22% superior à média do setor.
- Custos operacionais 18% menores.
- Produtividade por hectare 30% maior.
A falta de mão de obra qualificada no agronegócio é um desafio crescente, mas as soluções podem estar ao alcance de quem está disposto a investir em melhorias contínuas.
Na sua visão, leitor, como será possível sanar a escassez de mão de obra no agro? Deixe seu comentário! Até a próxima.