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Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 210 comentários

Falta de mão de obra chega na engenharia e setor sofre com a falta de 75 MIL trabalhadores no Brasil

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 23/12/2024 às 16:29
Brasil enfrenta déficit de 75 mil engenheiros, afetando infraestrutura e tecnologia. Investir em educação é a chave para mudar o cenário.
Brasil enfrenta déficit de 75 mil engenheiros, afetando infraestrutura e tecnologia. Investir em educação é a chave para mudar o cenário.

Falta de engenheiros no Brasil ameaça setores cruciais como infraestrutura e tecnologia. Com evasão escolar crescente e currículos desatualizados, o país precisa de soluções urgentes, desde investimentos na educação básica até reformas no ensino superior.

A engenharia, tradicionalmente associada ao progresso e à inovação, enfrenta um desafio inquietante no Brasil.

Apesar de ser uma das áreas mais estratégicas para o desenvolvimento do país, a escassez de profissionais ameaça travar o avanço de setores cruciais como infraestrutura e tecnologia.

O cenário é alarmante: faltam 75 mil engenheiros para atender às demandas do mercado, expondo um déficit que é tanto educacional quanto estrutural.

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De acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a formação de engenheiros no Brasil não acompanha a necessidade crescente do mercado.

A evasão escolar, os currículos desatualizados e a falta de investimentos em educação básica e infraestrutura criaram um gargalo difícil de superar.

Este panorama é reflexo de problemas que atravessam décadas e que, se não enfrentados com urgência, podem comprometer o futuro do país.

Formação insuficiente e comparações internacionais

O Brasil forma cerca de 40 mil engenheiros por ano, um número que parece irrisório quando comparado a outras nações emergentes.

China e Rússia, também integrantes dos BRICS, formam mais de 450 mil profissionais anualmente. Essa discrepância escancara o atraso brasileiro em um setor essencial para a competitividade global.

Entre 2014 e 2021, aproximadamente 150 mil estudantes abandonaram os cursos de engenharia no Brasil, segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).

Essa evasão resulta de fatores como a crise econômica e a baixa perspectiva de empregabilidade.

Conforme Marcos Gabriel Oliveira de Souza, estudante de engenharia mecatrônica na UnB, “trabalhar como engenheiro exige obstinação e, muitas vezes, conexões familiares que facilitem o o ao mercado.”

Deficiências no ensino básico e desinteresse pela área

O problema começa muito antes da entrada no ensino superior.

A qualidade deficiente do ensino básico em matemática e ciências exatas dificulta a formação de uma base sólida para futuros engenheiros. Especialistas, como Michelly de Souza, da Fundação Inaciana Pe.

Saboia de Medeiros (FEI), defendem a necessidade de estimular o interesse por exatas desde cedo.

Segundo ela, “o interesse precisa ser despertado de forma lúdica, mostrando como resolver problemas reais.”

Iniciativas como as promovidas pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) buscam reduzir esse desinteresse, oferecendo estágios e parcerias com instituições renomadas.

Mônica Vargas, superintendente do CIEE, ressalta que esses esforços são essenciais, mas ainda insuficientes para superar a aversão à matemática ou o desconhecimento sobre as possibilidades da engenharia.

Currículos desatualizados e evasão universitária

Outro entrave significativo está nos currículos dos cursos de engenharia, considerados ultraados por estudantes e especialistas.

As grades curriculares, muitas vezes focadas em disciplinas experimentais sem aplicação prática, não refletem a realidade do mercado.

“Temos muitas matérias que não agregam à prática da profissão”, critica Marcos Gabriel, da UnB.

Michelly de Souza sugere uma reforma urgente, enfatizando a inclusão de experiências práticas e projetos conectados ao mercado. Além disso, ambientes universitários mais acolhedores, com laboratórios modernos e metodologias ativas, poderiam reduzir a evasão, especialmente nos primeiros semestres.

Impactos da falta de engenheiros no Brasil

A escassez de engenheiros já impacta setores fundamentais.

A expansão de infraestrutura, o desenvolvimento tecnológico e até mesmo a execução de grandes obras sofrem atrasos e custos adicionais devido à ausência de profissionais qualificados.

Conforme relatado pelo Correio Braziliense, áreas como transporte e energia enfrentam grandes desafios, enquanto multinacionais e órgãos públicos oferecem as únicas oportunidades atraentes para esses profissionais.

Marcos Gabriel destaca que muitas empresas sequer cumprem o piso salarial da categoria, estimado em R$ 7 mil no Distrito Federal.

Isso desestimula ainda mais os jovens a seguir na profissão, aumentando o ciclo de dificuldades enfrentado pelo setor.

Soluções possíveis para um futuro sustentável

Embora o cenário seja desafiador, há caminhos possíveis para reverter a crise.

Investir na educação básica, promover reformas curriculares e ampliar o o a estágios são os essenciais para tornar a engenharia mais atrativa.

Além disso, comunicar à sociedade a importância da engenharia para problemas reais pode ajudar a atrair novos talentos.

Como conclui Michelly, “a engenharia tem um papel fundamental na construção de um futuro mais justo e sustentável, com tecnologias limpas e soluções para otimizar recursos.”

Mas o Brasil está preparado para enfrentar esse desafio e valorizar seus engenheiros?

E você? Acredita que o Brasil conseguirá superar esse déficit e colocar a engenharia no lugar de destaque que ela merece? Deixe sua opinião nos comentários!

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Eliana mendes
Eliana mendes
23/12/2024 20:04

Interessante. Meu filho e formado em engenharia de produção mecânica e não está conseguindo colocação. Salário que não condiz com a profissão.
Gostaria de saber onde estão estas vagas.

Dely Oliveira
Dely Oliveira
Em resposta a  Eliana mendes
23/12/2024 21:07

Já ia dizer o mesmo. Isso é uma grande mentira. Devem estar querendo dar as vagas pra chineses e russos. Com Universidades caríssimas e um salário vergonhoso nas poucas ofertas que tem, os engenheiros mudam de profissao ou estao desempregados, pois, o que eles não dizem é a quantidade de engenheiros desempregdos.

José W Carriço
José W Carriço
Em resposta a  Dely Oliveira
24/12/2024 13:14

Sou engenheiro naval a 35 anos, sempre trabalhei fora do Brasil, por falta. Oportunidade e ofertas honestas de trabalho.
E olha que ja trabalhei muito para organizações militares,más nada substitui a própria pratica.
Só nunca tivemos estaleiros de verdade sob gerenciamento Brasileiro.
Projetos e construções.

Sacodecimento
Sacodecimento
Em resposta a  José W Carriço
25/12/2024 05:45

Como vc conseguiu que seu diploma fosse aceito fora do Brasil? Geralmente um diploma brasileiro não vale nada lá fora.

Thiago Gomes
Thiago Gomes
Em resposta a  José W Carriço
25/12/2024 09:40

Precisa melhorar o português, está envergonhando nossos engenheiros.
Acredito que a engenharia não seja apenas cálculos, possui manuais e procedimentos escritos.
Fato, há técnicos que fazem esse trabalho , porém é vergonhoso ver alguém de 35 anos de experiência não conseguir usar corretamente a concordância da própria língua.

Antônio
Antônio
Em resposta a  Thiago Gomes
25/12/2024 14:53

Ñ tem nada ver escrever aqui, e usar corretamente a concordância berbal ou nominal. este engenheiro de 35 de experiência mesmo ñ escrevendo corretamente vc ñ chegarà em uma unha dele, vengonhoso è vc ser ****.

Gincozinhi
Gincozinhi
Em resposta a  Thiago Gomes
25/12/2024 21:50

Falou pouco, mas falou ****, você tá achando que aqui é o soletrando do Luciano Huck? Kkkkkkkk. ou vergonha kkkkk. Engenheiro que não faz cálculo serve para que? Para de falar **** tenta apagar que acredito que você fez até sua 3° geração ar vergonha kkkk

Agnaldo Pacheco de Castro
Agnaldo Pacheco de Castro
Em resposta a  Eliana mendes
24/12/2024 00:05

Mesmo caso da minha filha!

Marcelo
Marcelo
Em resposta a  Eliana mendes
24/12/2024 07:48

Realmente notícia estranha, parece fake news. A realidade é outra, o que ocorre é o que estes comentários estão dizendo.

Amilton
Amilton
Em resposta a  Eliana mendes
24/12/2024 10:55

Tenho vaga para engenheiro de produção na área industrial (65) 984112120

Não interessa
Não interessa
Em resposta a  Eliana mendes
24/12/2024 14:44

Essas vagas está na fonte de lolo que o editor da matéria deve está baforando antes de escrever esse lixo

Ads
Ads
Em resposta a  Eliana mendes
24/12/2024 19:07

O que você está vivendo é eu é a realidade. Meu currículo é experiência é incrível está difícil pra todos. Infelizmente sim.

Adriano
Adriano
Em resposta a  Ads
25/12/2024 07:36

Também com essa gramática que ninguém entende nada, fica difícil mesmo.

Rubmar Coelho
Rubmar Coelho
Em resposta a  Eliana mendes
24/12/2024 23:21

O mercado reclama que não há profissionais, mas também não paga para te-los. Assim fica difícil mesmo. Hipocrisia de mercado.

Emanuel
Emanuel
Em resposta a  Eliana mendes
25/12/2024 05:39

tem vários processo seletivos, manda ele para exército.

Eliane
Eliane
Em resposta a  Eliana mendes
25/12/2024 14:44

Eu também. Me formei em Engenharia Civil em 2022 com duas pos graduação. Tenho 58 anos e com todas as qualificações + o etarismo no mercado ta grande . Tem empresa pedindo engenheiro com uma cartilha de 100 páginas de qualificação para ganhar abaixo do piso. Só minha turma no ano de 2022 formou 60 engenheiros.

MARCO
MARCO
Em resposta a  Eliana mendes
25/12/2024 18:59

Na verdade isso é armação dos grandes investidores de educação no Brasil (os fundos de pensões) isso aconteceu a exatamente a 15 anos atrás, até parece que foi a mesma postagem, em que dizia exatamente isso. Como o cursos de engenharia estão em baixa e precisam encher suas UNI-ESQUINAS, postam essas mentiras, ninguem se interessa mais por engenharia para ganhar miseros 5.000,00 e ainda PJ pessoa juridica? qualquer Uber ou vender **** quente na rua terá um salário maior do que esses e ainda ter tempo de sobra pra fazer outras coisas

Vânia Lucia Giordano
Vânia Lucia Giordano
Em resposta a  MARCO
25/12/2024 21:13

Infelizmente vc está corretíssimo, triste ver isso, exigem demais e pagam de menos, desanimador!

Marcelo
Marcelo
Em resposta a  MARCO
28/12/2024 08:25

Fora a enorme responsabilidade. Você é responsável por um projeto por toda a vida útil dele, se der algum problema a mídia é a primeira a apontar “quem é o engenheiro que autorizou e assinou isso?”.

Ueliton
Ueliton
Em resposta a  Eliana mendes
27/12/2024 01:06

Concordo com você, sou formado engenheiro civil, tecnólogo em petróleo e gás, pós graduado em petróleo e gás. Porém, mesmo procurando bastante, nunca consegui ser contratado, até o estágio foi difícil conseguir.
Sempre vejo esse tipo de matéria falando sobre emprego sobrando, deve ser para ar a imagem que o país está em pleno crescimento econômico, ou então, é em outro planeta.

Luiz Lós
Luiz Lós
23/12/2024 20:20

Deve ser falta de Engenheiros recém formados, que aceitam salários aquém do mínimo estabelecido pelo CREA, pois com mais de 20 anos de experiência de campo e extensa capacitação, pós graduado em Gestão de Obras Civis, ainda fico sendo preterido por todas as vagas anunciadas. Notícia estranha, bizarra.

José W Carriço
José W Carriço
Em resposta a  Luiz Lós
24/12/2024 13:18

Falou o que precisava realmente o Brasileiro saber,,a verdade,,

Angela
Angela
23/12/2024 20:23

Meu filho tem faculdade de engenharia de producao e pos engenharia de soldagem e nao trabalha

Elizete
Elizete
Em resposta a  Angela
24/12/2024 10:24

Meu esposo é engenheiro de agrimensura e engenheiro em segurança do trabalho e várias especializações, como projeto de incêndio, doenças ocupacional e não conseguiu trabalho ainda.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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