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Fim das rachaduras? Novo estudo revela como a radiação pode ativar mecanismos de autorregeneração no concreto, aumentando a resistência e estabilidade de edifícios e pontes

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 14/03/2025 às 10:14
Fim das rachaduras? Novo estudo revela como a radiação pode ativar mecanismos de autorregeneração no concreto, aumentando a resistência e estabilidade de edifícios e pontes
Imagem gerada por inteligência artificial

Concreto que se regenera: Novo estudo mostra como a radiação pode ativar um processo de autorregeneração e melhorar a estabilidade do material.

O concreto é um dos materiais mais utilizados na construção civil e essencial para estruturas que exigem alta resistência, como as usinas nucleares. Com o avanço das pesquisas científicas, um novo estudo da Universidade de Tóquio revelou um efeito surpreendente: a radiação pode desencadear um processo de autorregeneração nesse material, tornando-o mais estável a longo prazo. Continue lendo e descubra tudo sobre esse concreto que se regenera.

O impacto da radiação no concreto

Os pesquisadores estavam investigando como a radiação nuclear afeta o envelhecimento do concreto, já que ele é utilizado tanto para a estrutura quanto para o isolamento de reatores. O estudo focou no impacto da radiação sobre o quartzo, um mineral comum na composição do concreto, independentemente do local onde ele é produzido. Os resultados indicaram que a radiação causa uma distorção na estrutura cristalina do quartzo, levando à sua amorfização e expansão volumétrica.

Entretanto, a pesquisa revelou que, devido ao papel do silício e do oxigênio na composição do quartzo, ocorre um fenômeno de autorreparação que reduz os efeitos da expansão. O professor Ippei Maruyama, um dos principais pesquisadores do estudo, explicou que “uma taxa de radiação mais baixa permite mais tempo para esse processo de recuperação, garantindo maior estabilidade estrutural ao concreto”.

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Estudo detalha testes com quartzo irradiado

Para entender o comportamento do material, os cientistas irradiaram diferentes tipos de quartzo, incluindo quartzo sintético, meta quarcita, arenito e granodorita, a temperaturas entre 45 e 62 graus Celsius. O dano por átomo deslocado variou entre 0,01 e 0,23 unidades. Os testes revelaram que grãos minerais maiores apresentaram menor expansão, o que sugere que a degradação do concreto nas usinas nucleares pode ser menos severa do que se imaginava.

Os pesquisadores destacam que essas descobertas podem permitir um uso prolongado das usinas nucleares, aumentando sua segurança estrutural e reduzindo custos de manutenção. “A estabilidade do concreto pode ser melhorada ao selecionar cuidadosamente os minerais utilizados em sua composição”, afirma Maruyama.

Pesquisadores irão avaliar como outros minerais presentes no concreto reagem à radiação

Embora os resultados sejam promissores, a equipe da Universidade de Tóquio ressalta que há muitos desafios a serem superados. Os pesquisadores estudam o impacto da radiação no concreto desde 2008, mas apontam que as pesquisas são caras e demoradas. Agora, o próximo o será avaliar como outros minerais presentes no concreto reagem à radiação e se o efeito de autorreparação pode ser potencializado.

A equipe também busca entender melhor como prever e mitigar rachaduras causadas pela expansão dos minerais submetidos à radiação, bem como aprimorar a seleção de materiais para a construção de reatores mais duráveis.

O futuro do concreto que se regenera 

O desenvolvimento de um concreto capaz de se regenerar tem sido uma meta perseguida por cientistas ao redor do mundo. Além do impacto nas usinas nucleares, esse avanço pode contribuir para tornar o concreto mais durável e sustentável. Hoje, a produção desse material é uma das principais fontes de emissão de CO2, e sua manutenção tem custos elevados.

Caso as pesquisas avancem, o desenvolvimento de um concreto que se regenera pode reduzir consideravelmente o impacto ambiental e os custos de infraestrutura, abrindo novas possibilidades para construções mais resistentes e de longa duração.

Fonte: Xataka

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos íveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: [email protected]

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