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Físicos criam o menor violino do mundo com nanotecnologia — mede apenas 35 micrômetros de comprimento e 13 micrômetros de largura

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 05/06/2025 às 08:39
violino
Foto: Reprodução

Pesquisadores britânicos criam o menor violino do mundo, com apenas 35 micrômetros, usando avançada técnica de nanolitografia.

Pesquisadores da Universidade de Loughborough apresentaram uma criação surpreendente: o menor violino do mundo.

Embora não possa ser tocado como um instrumento comum, a peça de platina representa um avanço importante no campo da nanotecnologia.

Tamanho impressionante

O violino microscópico mede apenas 35 micrômetros de comprimento e 13 micrômetros de largura.

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Para efeito de comparação, um fio de cabelo humano possui entre 17 e 180 micrômetros de espessura.

Até mesmo os tardígrados, pequenos seres microscópicos, variam de 50 a 1.200 micrômetros. Ou seja, o violino é menor que muitos elementos visíveis ao microscópio.

Apesar de seu tamanho minúsculo, o violino foi fabricado com extrema precisão e serve como demonstração prática das capacidades de um novo sistema de nanolitografia desenvolvido na universidade.

O papel da nanolitografia

O desenvolvimento do violino faz parte de pesquisas avançadas conduzidas pelo departamento de Física da Universidade de Loughborough. A professora Kelly Morrison, chefe do departamento, explicou como o sistema funciona.

Nosso sistema de nanolitografia nos permite projetar experimentos que investigam materiais de diferentes maneiras — usando luz, magnetismo ou eletricidade — e observar suas respostas“, afirmou Morrison.

Ela acrescentou que, a partir da compreensão desses comportamentos, será possível desenvolver novas tecnologias, melhorar a eficiência de computadores e buscar novas formas de coleta de energia.

Como o violino foi criado

A fabricação do violino começou com o revestimento de um chip com duas camadas de um material resistente semelhante a gel.

Depois disso, entrou em cena a NanoFrazor, uma máquina gigante de nanolitografia. Esse equipamento utiliza uma técnica chamada litografia por sonda de varredura térmica.

A litografia por sonda de varredura térmica emprega uma ponta aquecida, capaz de atingir temperaturas entre 24 e 1.012 °C. Com precisão extrema, essa ponta grava os padrões desejados na camada superior do chip.

Após o desenho ser gravado, a equipe dissolveu a camada inferior exposta da resina. Assim, formou-se uma cavidade com o formato do violino.

Em seguida, foi depositada uma fina camada de platina sobre o chip. Para finalizar, uma lavagem com acetona removeu o material restante e revelou o violino completo.

Todo o processo ocorreu em um ambiente controlado, fechado e livre de poeira e umidade. Essa medida foi essencial para garantir precisão e evitar qualquer contaminação que pudesse comprometer as pesquisas.

Detalhes quase invisíveis

O resultado final é tão pequeno que só pode ser visto em detalhes com o uso de um microscópio. Na superfície do chip, o violino microscópico tem dimensões comparáveis às de partículas de poeira.

Embora a criação do violino seja, em parte, uma demonstração técnica, ela também faz referência a uma conhecida expressão da cultura pop: “Você consegue ouvir o menor violino do mundo tocando só para você?” Essa frase é usada de forma irônica para zombar de quem faz reclamações exageradas e se popularizou em programas como MASH*.

Avanços para eletrônicos de última geração

Apesar do tom lúdico, o desenvolvimento do violino representa um o significativo na pesquisa de dispositivos eletrônicos modernos.

Segundo a equipe, após a conclusão bem-sucedida desse teste, novos projetos mais desafiadores já estão em andamento.

O grande desafio atual da tecnologia digital é aumentar a eficiência reduzindo o tamanho dos dispositivos e melhorando a velocidade.

Além disso, há a questão do gerenciamento de calor, já que muitos dispositivos desperdiçam eletricidade na forma de calor.

Com o novo sistema, os pesquisadores pretendem explorar como a distribuição desigual de calor pode gerar efeitos físicos úteis. Isso pode abrir caminho para novos dispositivos de computação, mais rápidos e com menor consumo de energia.

Explorando novas formas de armazenamento de dados

Outro objetivo dos pesquisadores envolve o armazenamento de dados magnéticos. O Dr. Fasil Dejene, da mesma universidade, está estudando como materiais quânticos podem melhorar o armazenamento de dados.

A ideia é desenvolver dispositivos de memória menores, mais rápidos e com maior confiabilidade. Atualmente, de acordo com informações da Science Direct, discos rígidos convencionais armazenam dados em bits magnéticos de tamanho nanométrico sobre um disco giratório.

O violino microscópico criado na Universidade de Loughborough não é apenas uma curiosidade tecnológica.

fEle representa um marco em técnicas de fabricação em nanoescala e pode influenciar o desenvolvimento de futuros eletrônicos e sistemas de armazenamento mais eficientes.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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