Ex-ministro Adolfo Sachsida revela que a Petrobras estaria a caminho da privatização se Jair Bolsonaro tivesse ganhado um segundo mandato.
Em um momento decisivo para a economia brasileira, Adolfo Sachsida, ex-ministro de Minas e Energia (MME) durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL), revela que a Petrobras estava na rota para ser privatizada caso Bolsonaro tivesse assegurado um segundo mandato. O plano estratégico envolvia a venda da gigante petrolífera estatal em um período máximo de um ano e meio após a reeleição.
Reestruturando a Petrobras: Competição e Desestatização
O modelo de privatização proposto procurava fomentar a competição no setor petrolífero brasileiro e expandir a atuação da Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA), já em estágio avançado de seu processo de privatização. A lei proposta, que visava privatizar a Petrobras, teria, na verdade, enviado ao Congresso uma oferta de vendas futuras de 30 anos, com potencial para render aproximadamente R$ 390 bilhões.
As considerações para a venda da Petrobras surgiram em meio à discussões acerca da alta nos preços dos combustíveis por volta de maio do ano anterior. Para Sachsida, a criação de competição de mercado através da privatização da estatal era uma das poucas soluções para aliviar o preço elevado.
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As palavras do ex-presidente Bolsonaro
Sachsida relembra em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo a permissão dada pelo ex-presidente Bolsonaro para prosseguir com os estudos de privatização: “Ele falou prontamente: ‘vai adiante'”. Com este apoio, o então ministro iniciou as discussões e estudos necessários para transformar a estatal em uma empresa privada.
No entanto, com a mudança de governo, o cenário alterou-se drasticamente. O presidente Lula (PT) ordenou a remoção da Petrobras e de várias outras empresas, incluindo os Correios e o Serpro, do Programa de Parceria de Investimentos (PPI).
Ameaça de aumento do endividamento
Adolfo Sachsida alerta para o potencial risco financeiro que essa reversão poderia representar para a Petrobras. A retirada da empresa do PPI e a descontinuação da prática do “preço de paridade de importação” poderiam resultar em um “aumento excessivo” na dívida da empresa, impactando negativamente sua lucratividade e dividendos.
Para Sachsida, a melhor opção para o país seria “desconcentrar o setor, introduzir competição e reduzir a intervenção do Estado na economia”, em clara crítica ao possível retorno dos investimentos em refinarias. Ele conclui: “O atual governo não apenas está contestando o acordo com o Cade, como pretende construir novas refinarias. Eu respeito essas ideias, mas discordo delas”.
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