Unidade de produção da SBM Offshore será peça-chave para a exploração no Bloco 58 e mira primeiro óleo em 2028
A construção do FPSO GranMorgu, que atuará no primeiro grande projeto offshore do Suriname, já chegou a 27% de conclusão, segundo informou a estatal Staatsolie. Com investimento de US$ 10,5 bilhões, o projeto busca replicar o sucesso offshore da vizinha Guiana e prevê início da produção para 2028.
Avanço da construção reforça papel estratégico do FPSO no Bloco 58
A unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência (FPSO) GranMorgu, desenvolvida pela SBM Offshore, representa um dos principais marcos da indústria de petróleo e gás do Suriname. Com 27% de progresso já alcançado na fase de construção, a plataforma será instalada no Bloco 58, que abriga os campos Sapakara e Krabdagu, com estimativa de cerca de 750 milhões de barris de petróleo recuperáveis.
De acordo com a Staatsolie, estatal de energia do Suriname, o FPSO é baseado no casco Fast4Ward MPF C, cuja fabricação foi concluída pela China Merchants Heavy Industry e entregue em fevereiro de 2025. Já os módulos superiores estão sendo construídos por empresas como BOMESC Offshore Engineering e STS VOF, com e da COSCO Shipping Heavy Industries, em infraestrutura localizada na Ásia.
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FPSO GranMorgu mira produção de 220 mil barris/dia a partir de 2028
A capacidade de processamento do FPSO GranMorgu está projetada para 220.000 barris por dia, distribuídos por aproximadamente 30 poços submarinos. O projeto é liderado pela TotalEnergies, que divide a operação com a APA Corporation — ambas com 50% de participação. A Staatsolie, por sua vez, já demonstrou interesse em adquirir até 20% do empreendimento.
Segundo o especialista Vitor Padua, o FPSO GranMorgu será equipado para processar 220 mil barris de petróleo por dia, consolidando-se como a base da infraestrutura produtiva no projeto offshore do Suriname.
Tecnologia embarcada reforça compromisso ambiental e operacional
O FPSO contará com soluções de última geração voltadas à redução das emissões de gases de efeito estufa. Entre os destaques estão o sistema totalmente elétrico, a reinjeção integral do gás associado aos reservatórios, eliminação da queima rotineira e sensores permanentes para metano. A unidade também incorporará tecnologia de recuperação de calor e resfriamento otimizado por água do mar — práticas alinhadas aos compromissos de sustentabilidade da TotalEnergies.
FPSO impulsiona geração de empregos e economia surinamesa
Além da dimensão técnica e energética, o projeto GranMorgu também assume um papel socioeconômico relevante. A estimativa é de que mais de 6.000 empregos, diretos e indiretos, sejam gerados ao longo da implantação. A projeção do primeiro óleo em 2028 posiciona o Suriname como um novo polo de interesse na exploração offshore na América do Sul, despertando atenção de players globais do setor.
De acordo com a publicação da OilNow, que acompanha de perto o avanço dos projetos na região, o Suriname enxerga no GranMorgu uma oportunidade histórica de transformar sua matriz econômica, diversificando receitas e consolidando sua presença na geopolítica energética.