Trabalhadora da geração Z deixa emprego estável e decide empreender em busca de mais liberdade e realização pessoal.
A decisão de largar um emprego estável e bem remunerado não é fácil para a maioria das pessoas. No entanto, cada vez mais trabalhadores da Geração Z estão dispostos a abrir mão de salários altos para buscar realização pessoal e equilíbrio.
É o caso de Cindy Moon, uma jovem de 28 anos que deixou um cargo de liderança em marketing na Austrália para investir em um sonho próprio.
Três empregos corporativos antes dos 30
Cindy Moon, natural da Coreia e morando na Austrália há dez anos, já acumulava três experiências em grandes empresas.
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Trabalhou como consultora de gestão, analista e, por último, como líder de marketing de conteúdo. Mesmo após alcançar uma posição de destaque, Moon decidiu abandonar a carreira corporativa.
A jovem contou ao Yahoo Finanças que acreditava ter encontrado o “emprego dos sonhos” ao aceitar o cargo de marketing.
Para assumir a vaga, abriu mão de um salário maior em Sydney e se mudou para Melbourne, onde não tinha nenhum amigo ou parente. “Corri um risco muito grande ao reduzir meu salário. Era em torno de US$ 70.000 e, em um ano, fui promovida e ganhei mais de US$ 100.000“, relatou.
Mudança de cidade e rotina puxada
A mudança trouxe desafios pessoais. Além de estar longe do noivo, que permaneceu em Sydney, Moon ou a trabalhar intensamente.
Ela frequentemente fazia horas extras e atuava durante os fins de semana. “Provar meu valor e priorizar minha carreira acima de tudo eram meus únicos objetivos“, afirmou.
Apesar da ascensão profissional, o peso da solidão e da distância da família começou a pesar. Após quase dois anos nesse ritmo, Moon percebeu que não sabia mais por que trabalhava tanto.
“Um emprego decente e dinheiro não determinam o sucesso“, concluiu. Em fevereiro, tomou a decisão de pedir demissão e retornar para Sydney.
Prioridade para a saúde mental
A história de Moon reflete uma tendência cada vez mais comum entre os jovens trabalhadores. Muitos da Geração Z estão priorizando o bem-estar mental e a qualidade de vida acima de altos salários.
Segundo especialistas, metade dos jovens estaria disposta a deixar o emprego mesmo sem ter outra oportunidade em vista.
Contudo, o cenário não é fácil para quem opta por esse caminho. Os recrutadores alertam que o mercado de trabalho australiano enfrenta dificuldades. Quem abandona o emprego sem uma alternativa imediata pode precisar lidar com períodos prolongados de desemprego, especialmente em meio à atual crise do custo de vida.
Rejeições e mudança de rumo
De volta a Sydney, Moon inicialmente pretendia conseguir outro emprego na área de marketing. No entanto, após diversas rejeições durante os processos seletivos, começou a repensar seus planos. Foi nesse período que o noivo sugeriu uma nova ideia: abrir um negócio próprio de cuidados com a pele.
“Sou coreana e somos obcecadas por cuidados com a pele. Toda vez que volto para a Coreia e vejo meus amigos, eles só falam sobre isso“, contou. Moon percebeu que muitos produtos populares na Coreia ainda não tinham grande presença no mercado australiano. “Notei uma grande lacuna no mercado“, explicou.
Após um processo de seleção que durou três meses e resultou em mais uma rejeição, Moon decidiu que era o momento de apostar em si mesma e abrir o próprio negócio.
Investimento de US$ 30.000 em novo negócio
Para colocar o plano em prática, Moon investiu US$ 30.000 de suas economias pessoais no lançamento da Muun Skincare, sua nova marca de cosméticos. A estreia da empresa está prevista para julho. Além desse valor, ela ainda possui algumas aplicações em ações, mas não conta com outras reservas significativas.
A marca será inspirada na experiência pessoal de Moon com tratamentos dermatológicos coreanos. Um dos destaques da linha será o uso de matcha como ingrediente principal dos produtos.
Custos maiores que o previsto
Durante o desenvolvimento do negócio, Moon descobriu que os custos para empreender eram mais altos do que havia calculado inicialmente. Gastos com frete, produção, embalagens e órios superaram o orçamento original. “Basicamente, estou duas vezes acima do meu orçamento inicial”, relatou.
O investimento representa o maior risco financeiro já assumido por Moon. Como consequência, alguns projetos pessoais precisaram ser adiados, incluindo o casamento com seu noivo. “Estávamos planejando nos casar no ano que vem, mas eu disse ao meu noivo que, se o negócio não der certo, teremos que adiar porque eu não terei dinheiro”, afirmou. Felizmente, ela conta com o apoio dele nesse momento de transição.
Riscos calculados e apoio familiar
Apesar dos desafios, Moon reconhece que está em uma situação privilegiada para se arriscar. Ela não tem filhos, não precisa arcar com uma hipoteca e seus pais estão saudáveis e financeiramente independentes. Esses fatores lhe dão maior liberdade para tentar empreender sem tantas pressões externas.
“Não tenho medo de perder os US$ 30.000 que investi“, disse. Para ela, o mais importante é estar construindo algo próprio. “Mesmo que fracasse, saberei que fiz nos meus próprios termos”, declarou.
Liberdade acima do dinheiro
A decisão de Moon ilustra uma mudança de valores entre os jovens profissionais. Mais do que altos salários, muitos desejam autonomia e propósito em suas carreiras. “Esse tipo de liberdade vale mais que dinheiro“, concluiu.
O caso de Cindy Moon se encaixa em um movimento que vem ganhando força globalmente, em que jovens talentos preferem arriscar em projetos pessoais, mesmo diante de riscos financeiros, em busca de um estilo de vida alinhado com suas prioridades e valores.