Testes profissionais e depoimentos de usuários revelam por que o novo X-Pro pode ser a combinação ideal entre força bruta, controle de fábrica e manutenção consciente.
A Beta 300RR X-Pro 2025 chegou cercada de expectativas entre quem gosta de dois tempos, e as primeiras análises profissionais tratam de explicar o porquê. O teste mais detalhado, conduzido pela equipe da Dirt Bike Magazine, coloca o novo pacote especial frente a trilhas abertas, single-tracks travados e até trechos de enduro extremo. Para completar a visão de laboratório, o site Enduro21 rodou com a X-Pro em especiais cronometrados, enquanto proprietários reunidos no Reddit relatam o dia a dia com o modelo.
Reunindo essas três frentes, imprensa especializada, pilotos de teste e usuários comuns, fica possível entender não só o desempenho real da moto, mas também a dor no bolso de quem pensa em adotá-la. A seguir, destrinchamos as mudanças técnicas, o comportamento no terreno, a experiência de manutenção e os concorrentes que mais ameaçam a Beta na faixa dos 300 cc.
Este guia combina as impressões assinadas pela Dirt Bike Magazine e Enduro21 com relatos diretos de proprietários, oferecendo um panorama equilibrado para quem está de olho na X-Pro 2025 como próxima companheira de trilha.
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O que muda do 300RR padrão para o X-Pro 2025
A versão X-Pro não é apenas uma 300RR com grafismo diferente, ela chega de fábrica com a suspensão KYB totalmente ajustável, corpo dianteiro de 48 mm e amortecedor traseiro mais progressivo. Esse conjunto deixa a moto 300 g mais leve que o modelo convencional, graças a molas de titânio e balança revisada.
O motor segue o dois tempos de 293 cc com power-valve eletrônico, porém recebeu uma ECU redesenhada com dois mapas de ignição acionados por botão no guidão. Há também volante mais leve, que segundo Enduro21 entrega aceleração mais rápida sem sacrificar o torque em baixa.
Outro destaque é a embreagem, agora hidráulica, com manete e bomba Nissin que precisam de menos força nos dedos, algo que agradou de imediato pilotos que encaram subidas longas de pedras. A ergonomia mudou levemente, tanque 0,5 l mais estreito e assento plano ajudam o piloto a avançar o corpo em curvas de cotovelo.
O pacote X-Pro inclui ainda rodas Giant reforçadas, protetores de disco, guidão Neken e escapamento de parede fina assinado pela Arrow. Na prática, quem faria este “upgrade” pós-compra encontra tudo instalado em fábrica, somando economia de tempo e garantia.
Como ela se comporta na trilha: impressões de Dirt Bike Magazine
Em single-track apertado a revista elogiou a entrega linear, observando que o motor empurra a 2 000 rpm sem engasgar, algo raro em dois tempos de maior cilindrada. O teste relata que em pisos soltos basta um toque suave na embreagem para a roda dianteira vencer raízes grossas.
Nas retas largas de cascalho houve espaço para esticar a terceira marcha, e a equipe apontou estabilidade surpreendente mesmo sem amortecedor de direção. Eles creditaram o mérito ao chassi em aço com tubos de maior diâmetro, introduzido na linha 2023 e agora mantido.
Sobre frenagem, o conjunto Nissin com disco de 260 mm mostrou potência suficiente, mas o redator avaliou que as pastilhas de fábrica ainda demoram a “morder” na primeira volta, recomendando assentar o conjunto antes de provas longas.
Para pilotos de 80 a 90 kg a calibragem de suspensão saindo da caixa agradou, porém abaixo dessa faixa houve indicação de reduzir cinco cliques na compressão dianteira para evitar transferência excessiva de peso em descidas.
No geral, a Dirt Bike Magazine concluiu que a X-Pro 2025 é menos cansativa que 300 dois tempos rivais, graças ao torque utilizável e ao acerto de suspensão pronto para trilhas mistas.
Enduro extremo com a Beta X-Pro, segundo o teste da Enduro21
O roteiro escolhido incluía subidas de degraus úmidos, troncos sucessivos e canaletas profundas, simulando uma etapa de hard enduro. A publicação notou que o mapa “Soft” da ECU facilita o controle de tração natural do motor, deixando a roda traseira mais dócil em pedras molhadas.
Na ergonomia, o pedal de freio redesenhado ficou 8 mm mais alto, evitando toques involuntários em valas, ponto crucial para não travar a roda descendo lajes. O guidão mais baixo ajuda a transferir peso à frente em zigue-zagues.
Um elogio recorrente foi à caixa de ar de o rápido, que permite limpar filtro em menos de dois minutos, detalhe essencial em provas onde poeira ou água são inimigos constantes.
A equipe destacou também a corrente DID de série, que resistiu dois dias sem ajustes, porém alertou para desgaste acelerado das pastilhas de freio traseiro, sugerindo material sinterizado para quem compete.
Ao fim, Enduro21 afirmou que a X-Pro traz pacotes que pilotos costumam comprar depois, tornando-a “pronta para largar” em categorias E3 ou provas de montanha.
Voz do dono: prós, contras e ajustes populares no Reddit
Entre proprietários a primeira qualidade citada é o “motor manteiga”, expressão que resume entrega suave de potência, excelente para iniciantes em dois tempos grandes. Vários usuários relatam zero problemas elétricos nos primeiros 100 h, algo que não era regra em Betas antigas.
O ponto sensível segue sendo a distribuição de peças, já que a rede da marca na América do Norte continua menor que a de japonesas. Um usuário contou ter aguardado três semanas por uma tampa de embreagem, situação que indica a importância de manter peças de reposição básicas em casa.
Muitos recomendam substituir a ventoinha por uma de maior fluxo, especialmente em climas quentes, pois o sensor aciona com frequência em trilhas lentas. A troca custa pouco e evita fervura.
A suspensão KYB agrada, mas três donos reportaram fazer revalve para ajustar à pilotagem de Cross-Country, alegando que o acerto original privilegia o conforto em baixa velocidade.
Por fim, embora o preço de compra supere alguns rivais, a turma do Reddit argumenta que o pacote pronto economiza até 2 000 dólares em upgrades que eles fariam de qualquer forma.
Vale a pena? Custos, rede de serviços e concorrentes diretos
No mercado brasileiro a X-Pro ainda não tem valor oficial, mas tomando os 11 999 dólares sugeridos nos EUA como base, ela desembarcaria próxima de rivais como KTM 300 EXC Six Days e Sherco 300 SE Factory. Todas oferecem componentes , porém a Beta chega com o diferencial de suspensões KYB já elogiadas por mecânicos de competição.
O custo de manutenção sobe em itens específicos, como corpo de válvula eletrônico e plásticos de design próprio, contudo o consumo de peças de desgaste não difere muito das austríacas segundo donos mais rodados.
Rede de concessionárias é a maior interrogação, pois em alguns estados não há oficina autorizada, exigindo envio de cilindro para retífica em outro lugar. Nesse cenário, pilotos que fazem a própria manutenção tendem a olhar com mais carinho para a Beta.
Entre pontos positivos contam a embreagem suavíssima, pacote de proteção de fábrica e torque em baixa que poupa marchas. No lado oposto, a revenda ainda depreciará mais rápido enquanto a marca não ampliar presença.
Para quem disputa enduro ou hard enduro e já investiria em suspensões, rodas reforçadas e escape, a 300RR X-Pro 2025 oferece economia de tempo e garantia. Para trilheiros ocasionais, o modelo padrão pode ser mais sensato.