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Homem sai para pescar e encontra naufrágio de 102 anos

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 24/05/2025 às 19:44
naufrágio
Os destroços estão submersos sob quase três metros de profundidade no Lago Michigan. Sociedade Histórica de Wisconsin

Christopher Thuss saiu para pescar e encontrou, por acaso, os destroços do rebocador JC Ames, afundado em 1923.

Em uma noite comum de terça-feira, o americano Christopher Thuss saiu para pescar no Lago Michigan, próximo à costa de Manitowoc, no estado americano de Wisconsin.

O que parecia ser apenas mais uma pescaria acabou revelando uma descoberta histórica: um naufrágio de 102 anos.

Descoberta inesperada no sonar

Enquanto navegava tranquilamente, Thuss notou algo diferente no sonar do seu barco. A imagem era estranha, e ele decidiu se aproximar.

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No começo, eu não sabia exatamente o que estava vendo”, contou à WGBA-TV. “Virei naquela direção e o navio inteiro estava ali.”

Sem intenção, ele havia encontrado os destroços do JC Ames, um rebocador de 50 metros de comprimento.

A embarcação estava a apenas 3 metros abaixo da superfície do lago, de acordo com um comunicado da Sociedade Histórica de Wisconsin.

Confirmação da identidade do navio

A descoberta foi rapidamente analisada por especialistas.

Tamara Thomsen, arqueóloga marítima da Sociedade Histórica de Wisconsin, e Brendon Baillod, presidente da Associação de Arqueologia Subaquática do estado, se uniram para confirmar que se tratava realmente do JC Ames.

Esse tipo de descoberta é sempre muito empolgante porque permite que um pedaço da história perdida ressurja”, declarou Thomsen.

Segundo ela, o navio ou mais de um século submerso e só voltou a aparecer por acaso.

Os especialistas acreditam que tempestades de inverno podem ter mexido na areia e revelado os destroços.

O fato de a estrutura estar quase sem mexilhões quagga — moluscos invasores comuns nesses casos — reforça essa teoria.

Legado familiar de descobertas

A descoberta teve um significado especial para Thuss.

Sua avó adotiva, apelidada de “Suzze do Naufrágio”, ficou conhecida por localizar diversos naufrágios, incluindo três em três dias, em 2015.

Por isso, o primeiro telefonema de Thuss foi para o pai, que compartilhou a notícia com Suzze.

É muito especial que eu seja a primeira pessoa a ver este barco desde que ele foi visto pela última vez”, disse Thuss ao Milwaukee Journal Sentinel.

História do JC Ames

O JC Ames foi construído em Manitowoc, em 1881, pela empresa Rand & Burger.

Na época, era chamado de JC Perrett e custou US$ 50 mil para ser construído — valor que ultraaria US$ 1 milhão hoje, conforme aponta a Sociedade Histórica de Wisconsin.

Segundo o livro Green Bay Workhorses: The Nau Tug Line, publicado em 1990, o navio era “um dos maiores e mais poderosos rebocadores dos lagos”. Seu motor composto dianteiro e traseiro gerava 670 cavalos de potência.

Inicialmente, ele era usado no comércio de madeira e tinha capacidade para puxar até cinco barcaças ao porto.

Em 1889, o rebocador sofreu danos após uma colisão com a barcaça a vapor MT Greene, mas foi reparado.

Mudanças de dono e novos usos

Em 1895, a embarcação foi vendida para a Lake Michigan Car Ferry Transportation Company. A empresa a utilizava para transportar barcaças ferroviárias entre Chicago e Peshtigo, em Wisconsin.

Durante esse período, o rebocador recebeu novas caldeiras e ou a se chamar JC Ames.

Em 1908, foi comprado pela Nau Tug Line. A função principal era puxar barcaças carregadas de madeira para celulose entre os portos do Lago Superior e Green Bay.

Dez anos depois, foi novamente vendido, dessa vez para a Newaygo Tug Line, com sede em Appleton.

Com o tempo, o navio ficou obsoleto. Em 1923, o JC Ames foi desmontado em Manitowoc. O motor e a caldeira foram removidos, e a estrutura foi rebocada para fora do porto, incendiada e abandonada.

Segundo Thomsen, esse era o procedimento comum na época para se desfazer de embarcações antigas.

Queimar os navios se transformava até em entretenimento para os moradores da região dos Grandes Lagos.

Os historiadores acreditam que mais de uma dúzia de navios afundaram na mesma área onde o JC Ames foi descoberto. No entanto, apenas alguns deles foram localizados até hoje.

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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