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Imagens de satélite revelam geoglifos de 2.000 anos sob a floresta, quem as construiu e para quê?

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 01/06/2025 às 19:13
Atualizado em 02/06/2025 às 19:51
Descubra os geoglifos na Amazônia: estruturas geométricas de 2.000 anos no Acre reveladas por satélite. Quem os construiu e para quê?
Descubra os geoglifos na Amazônia: estruturas geométricas de 2.000 anos no Acre reveladas por satélite. Quem os construiu e para quê?

Descubra como os geoglifos na Amazônia, especialmente no Acre, revelam sociedades antigas complexas, suas possíveis funções e o impacto dessas descobertas.

A vasta floresta amazônica, por séculos vista como um “vazio demográfico”, tem revelado segredos de um ado complexo. Imagens de satélite e novas tecnologias descortinaram impressionantes geoglifos na Amazônia, especialmente no estado do Acre. Estas enormes estruturas geométricas de terra, com até 2.000 anos, desafiam antigas narrativas e apontam para civilizações sofisticadas.

Entenda a descoberta desses enigmáticos monumentos, quem os construiu, suas possíveis finalidades e como estão reescrevendo a história da ocupação humana na Amazônia pré-colombiana.

A surpreendente descoberta dos geoglifos na Amazônia acriana

A redescoberta dos geoglifos na Amazônia, principalmente no Acre, iniciou-se com o avanço do desmatamento a partir da década de 1970, que expôs as estruturas. As primeiras investigações formais datam de 1977, mas foi a visão aérea, impulsionada pelo professor Alceu Ranzi em 1986, e o uso de imagens de satélite a partir de 2005, que revelaram a magnitude do fenômeno.

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Estas estruturas apresentam formas geométricas precisas como círculos, quadrados e hexágonos, com dimensões que variam de 100 a 300 metros de diâmetro ou lado. As valas escavadas podem ter até 5 metros de profundidade e 20 metros de largura. Datações por carbono-14 indicam que foram construídos principalmente entre 500 a.C. e 1000 d.C. Sítios notáveis incluem Jacó Sá (tombado pelo IPHAN) e Tequinho. Até março de 2025, mais de mil geoglifos foram identificados no Acre.

Quem construiu os geoglifos na Amazônia e como viviam essas sociedades?

Imagens de satélite revelam geoglifos de 2.000 anos sob a floresta, quem as construiu e para quê?
O CRÉDITO DA IMAGEM FOTOGRÁFICA do Geoglifo é do © Maurício de Paiva / Fotoarqueologia. Onde a fotografia está oficialmente incluída. https://www.instagram.com/relatos_visuais/

A identidade étnica exata dos construtores dos geoglifos na Amazônia permanece um enigma, sendo por vezes chamados de “Civilização Aquiry”. A hipótese mais provável é que se tratava de uma civilização multiétnica em rede, compartilhando traços culturais. A construção dessas obras monumentais exigiu organização social avançada e conhecimento técnico, utilizando ferramentas de madeira e pedra.

Evidências arqueológicas indicam uma economia diversificada, com cultivo de milho e abóbora, coleta de castanhas e frutos, caça e pesca. Essas sociedades praticavam o manejo florestal ativo, incluindo queimadas controladas, há pelo menos 4.000 anos, moldando a paisagem. Muitos geoglifos eram interconectados por um sistema de estradas retilíneas.

O propósito dos enigmáticos geoglifos na Amazônia

A função primária dos geoglifos na Amazônia é amplamente aceita como cerimonial e ritualística. A monumentalidade e precisão geométrica transcendem necessidades puramente utilitárias. Eles provavelmente funcionavam como espaços de encontro social e agregação comunitária, reunindo diferentes grupos para rituais, festividades ou deliberações.

As estruturas também poderiam servir como marcadores territoriais, imbuindo a paisagem de significado cultural – uma “tatuagem na terra”, como descrito pela etnia Huni Kuin. Para alguns povos indígenas atuais, esses locais são considerados sagrados. Embora funções secundárias como defesa ou observação astronômica sejam especuladas, a interpretação ritualística predomina.

O impacto dos geoglifos na Amazônia pré-colombiana

As descobertas dos geoglifos na Amazônia refutaram categoricamente a noção de um “vazio demográfico” pré-colombiano na região. Elas são testemunhos de uma ocupação humana densa, duradoura e socialmente organizada, com capacidade de transformar a paisagem em larga escala.

Essas sociedades não apenas se adaptaram à floresta, mas a moldaram ativamente, demonstrando que a complexidade social na Amazônia também floresceu em regiões de terra firme. Isso enriquece a história indígena e tem implicações para o entendimento da biodiversidade amazônica, que pode ter sido influenciada por essas práticas ancestrais.

O futuro da pesquisa e preservação dos geoglifos na Amazônia

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A tecnologia LiDAR (Light Detection and Ranging) revolucionou a pesquisa, permitindo mapear estruturas sob a floresta densa. Projetos como “Amazônia Revelada” (USP) e “Desvelando o ado profundo” (Instituto Geoglifos da Amazônia) utilizam LiDAR e integram o conhecimento tradicional indígena.

A principal ameaça aos geoglifos na Amazônia continua sendo o desmatamento. A preservação desses sítios é urgente, incluindo o tombamento pelo IPHAN e o reconhecimento como Patrimônio Mundial pela UNESCO. O potencial turístico existe, mas deve ser desenvolvido de forma responsável. Os geoglifos são um elo vital com o presente, oferecendo lições sobre sustentabilidade e a profunda relação entre humanos e a floresta.

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Rafael Medeiros
Rafael Medeiros
02/06/2025 11:42

Os 2 quadrados estão apontando para um centro. É só medir a curvatura entre eles .

Antônia barbosa
Antônia barbosa
02/06/2025 18:46

Faltou os créditos das fotos.

Maurício de Paiva
Maurício de Paiva
Em resposta a  Antônia barbosa
02/06/2025 19:13

O CRÉDITO DA IMAGEM FOTOGRÁFICA do Geoglifo é meu: © Maurício de Paiva / Fotoarqueologia : onde a fotografia está oficialmente incluída. https://www.instagram.com/relatos_visuais/

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