Após décadas de promessas e esquecimento político, o asfaltamento de uma das rodovias mais importantes de Roraima é anunciado oficialmente, prometendo transformar o futuro de Normandia e abrir uma nova rota de desenvolvimento na fronteira com a Guiana.
Após mais de três décadas de promessas e frustrações, o governo federal confirmou o asfaltamento de um dos trechos mais problemáticos da BR-401, em Roraima.
A obra de pavimentação vai contemplar cerca de 70 quilômetros da rodovia que conecta os municípios de Bonfim e Normandia, no extremo norte do país.
O anúncio foi feito pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, nesta quinta-feira (10), em vídeo publicado nas redes sociais da deputada federal Helena Lima (MDB).
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O trecho em questão, atualmente de terra batida, representa um gargalo logístico para o escoamento da produção agrícola local, além de ser motivo de constantes reclamações dos moradores.
A BR-401 também é um corredor estratégico por conectar o Brasil à Guiana, abrindo uma rota internacional de comércio e turismo pela fronteira norte.
Obra promete transformar realidade de Normandia
De acordo com o ministro, o projeto básico da pavimentação já está finalizado, e a expectativa é que as obras comecem em breve.
“Com essa estrada, Normandia vai ser uma outra cidade. Como está sendo feita a ligação com a Guiana, ao norte, e com a conexão até Bonfim, a cidade deixará de ser fim de linha e ará a ser rota do desenvolvimento de Roraima”, afirmou Renan Filho.
A deputada Helena Lima, que acompanhou o anúncio, destacou que emendas parlamentares já estão destinadas para garantir a execução da obra.
O investimento, embora não tenha sido oficialmente detalhado, deverá ser financiado por recursos federais e complementado com verbas de bancadas parlamentares.
O trecho que será asfaltado corresponde aproximadamente ao segmento entre o km 107 da rodovia, próximo ao entroncamento de Bonfim, e o km 185, onde está localizada a cidade de Normandia.
Ou seja, são cerca de 80 km que, por décadas, permaneceram esquecidos pelo poder público.
Espera de 30 anos pela pavimentação
A pavimentação da BR-401 é uma demanda antiga e carregada de frustração para os moradores de Normandia.
Muitos relatam que a situação da estrada prejudica a economia local, causa danos materiais frequentes e expõe os motoristas a riscos constantes.
Em 2024, uma reportagem realizada no município revelou o descontentamento da população.
Um produtor rural, que preferiu não se identificar, resumiu o impacto da precariedade da rodovia:
“Normandia é o maior produtor de melancia de Roraima, além de plantar soja e arroz. Mas para escoar a produção, é um sofrimento. Temos que pagar frete extra porque os nossos próprios veículos quebram na estrada”.
Acidentes são comuns, e os prejuízos se acumulam.
Segundo relatos enviados à imprensa local, motoristas enfrentam buracos profundos, lama em época de chuva e poeira densa durante a seca.
Um morador chegou a desabafar:
“Esses guerreiros rodam todos os dias nessa estrada, e, na maioria das vezes, o que ganham é só para manter seus carros rodando.”
Potencial estratégico da BR-401
Mais do que uma simples estrada, a BR-401 representa um eixo vital para o desenvolvimento de Roraima.
A rodovia liga Boa Vista à fronteira com a Guiana, ando por Bonfim e Normandia, e tem grande potencial para fomentar o comércio transfronteiriço.
Desde a reabertura da ponte sobre o rio Tacutu — que conecta o Brasil à cidade guianense de Lethem — o fluxo de mercadorias entre os dois países aumentou significativamente.
No entanto, a ausência de pavimentação no trecho final da BR-401 tem limitado o aproveitamento pleno dessa integração.
Com a conclusão da obra, especialistas acreditam que Roraima poderá se tornar um novo corredor logístico para exportações brasileiras rumo ao Caribe e aos Estados Unidos, usando o porto de Georgetown, na Guiana.
Essa rota alternativa reduziria custos e distâncias para diversos setores da economia, especialmente o agronegócio.
Desenvolvimento regional e qualidade de vida
A chegada do asfalto deve também melhorar diretamente a qualidade de vida da população de Normandia.
A cidade, com pouco mais de 10 mil habitantes, enfrenta isolamento parcial durante o período chuvoso, quando a estrada se torna praticamente intransitável.
O transporte de pacientes, alimentos, combustíveis e até professores para as escolas da zona rural é frequentemente afetado.
Com o asfaltamento, espera-se um salto em mobilidade, segurança e o a serviços básicos.
Além disso, Normandia abriga comunidades indígenas e quilombolas, que há anos reivindicam maior presença do Estado.
O asfaltamento da BR-401 pode representar um marco de integração social e valorização cultural dessas populações, muitas vezes esquecidas.
Projetos complementares e próximos os
O governo federal ainda não anunciou uma data oficial para o início das obras, mas fontes do Ministério dos Transportes indicam que o processo licitatório deve ser iniciado ainda no primeiro semestre de 2025.
A pavimentação deverá ser acompanhada por obras de drenagem, sinalização e construção de agens de fauna, considerando os impactos ambientais da intervenção.
Técnicos da pasta já foram enviados à região para levantar informações adicionais.
Conforme a deputada Helena Lima, o compromisso com a BR-401 faz parte de um pacote maior de investimentos em infraestrutura para o Norte do país, que inclui melhorias em outras rodovias federais como a BR-174 e a BR-210.
E você, acha que o asfaltamento da BR-401 pode realmente mudar o destino de Roraima ou será mais uma promessa esquecida no tempo? Comente abaixo!