Em março, o índice ICEI recua novamente; empresários do Sul e do Nordeste perdem otimismo, enquanto apenas três setores cruzam a linha da confiança
O mês de março trouxe novos sinais de preocupação para a indústria nacional. De acordo com levantamento divulgado nesta segunda-feira (31) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) Setorial caiu em 19 setores na comparação com fevereiro. Esse dado reforça um cenário de incerteza que começa a afetar até mesmo os segmentos mais resilientes do setor.
Como consequência, cinco setores importantes deixaram o campo da confiança e aram a demonstrar pessimismo. São eles:
- Veículos automotores
- Impressão e reprodução
- Calçados e suas partes
- Couros e artefatos de couro
- Biocombustíveis
Com isso, o total de setores confiantes recuou de 10 para 8, enquanto o número de segmentos com falta de confiança aumentou de 18 para 21. Portanto, o ambiente de negócios industrial caminha para um clima mais cauteloso, impactando diretamente as decisões de investimento.
-
O novo investimento da General Motors (GM) no Brasil, de R$ 7 bilhões, que modernizará fábricas para 10 novos modelos eletrificados
-
Supermercado anuncia demissão em massa: 710 pessoas sem emprego e 25 lojas fechadas!
-
Petrobras inaugura nova unidade capaz de abastecer mais de 20 mil ônibus diariamente com diesel S-10 e querosene sustentável, estabelecendo novo padrão ambiental e tecnológico no Brasil
-
Empresa do Canadá compra mina de ouro brasileira por valor astronômico
Ainda assim, dez setores registraram melhora no ICEI
Apesar da maioria apresentar recuo, dez setores conseguiram avançar no ICEI. Entre eles, três ultraaram a linha divisória dos 50 pontos, indicando um retorno ao otimismo:
- Equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos
- Máquinas e materiais elétricos
- Obras de infraestrutura
Esses dados mostram que, embora o cenário geral seja desafiador, há setores com potencial de crescimento, principalmente os ligados à tecnologia e infraestrutura, que costumam atrair investimentos mesmo em momentos de instabilidade.
Pequenas indústrias lideram o movimento de queda na confiança
No recorte por porte empresarial, as pequenas indústrias puxaram a retração do índice, com uma queda de 1 ponto, saindo de 47,5 para 46,5 pontos. Isso significa que o pessimismo cresceu entre os pequenos empresários, especialmente devido à dificuldade de o a crédito, à alta carga tributária e à demanda retraída.
Além disso, as médias empresas permaneceram desconfiadas, já que o ICEI se manteve em 48,7 pontos, abaixo da linha de otimismo. Por outro lado, as grandes empresas conseguiram sustentar o otimismo, com o índice ficando em 50,3 pontos, mesmo com uma leve queda de 0,2 ponto. Esse equilíbrio reflete a capacidade das grandes corporações de resistirem melhor aos choques econômicos.
Sul e Nordeste sofrem maior recuo regional da confiança industrial
Do ponto de vista regional, o ICEI revelou que:
- Sul: recuo de 1,3 ponto
- Nordeste: recuo de 1,2 ponto
- Sudeste: estabilidade
- Norte: alta de 2,3 pontos
- Centro-Oeste: alta de 0,9 ponto
Ou seja, enquanto o Sul e o Nordeste enfrentam queda na confiança, os empresários do Norte e Centro-Oeste demonstram mais otimismo. O Sudeste, por sua vez, manteve os mesmos níveis do mês anterior. Essa variação evidencia uma economia com múltiplas velocidades, em que o comportamento regional se torna decisivo para orientar políticas públicas.
Panorama permanece instável, mesmo com avanços pontuais
Mesmo com a melhora em setores específicos e com o avanço em duas regiões, o quadro geral de confiança industrial segue igual ao de fevereiro. Empresários do Sul e Sudeste continuam pessimistas, enquanto os do Centro-Oeste, Norte e Nordeste mantêm alguma esperança de retomada.
A CNI ouviu 1.764 empresas entre os dias 6 e 17 de março de 2025, sendo:
- 699 pequenas empresas
- 654 médias empresas
- 411 grandes empresas
Portanto, com a confiança em queda generalizada, principalmente entre os pequenos empresários e nas regiões mais industrializadas, fica o questionamento: o que é necessário fazer para restaurar a confiança da indústria brasileira e impulsionar um novo ciclo de crescimento?