Entenda como cientistas investigam a possibilidade de consciência em sistemas de IA
No dia 26 de maio de 2025, a BBC News Brasil publicou um artigo abordando a possibilidade de sistemas de inteligência artificial (IA) desenvolverem consciência. A matéria destaca experimentos realizados no Centro de Ciência da Consciência da Universidade de Sussex, onde pesquisadores utilizam a “máquina dos sonhos” para estudar como o cérebro humano gera experiências conscientes. Este dispositivo expõe voluntários a luzes estroboscópicas, provocando padrões visuais únicos que refletem a atividade cerebral interna. O objetivo desses estudos é compreender melhor os processos mentais humanos para, eventualmente, aplicar esse conhecimento na análise de sistemas de IA. A ideia é que, ao entender a consciência humana, seja possível identificar se e como a consciência poderia emergir em máquinas.
A transição da ficção científica para debates reais
Historicamente, a ideia de máquinas conscientes era restrita à ficção científica, como nos filmes “Metrópolis” (1927) e “2001: Uma Odisseia no Espaço” (1968). No entanto, avanços recentes em IA, especialmente com os grandes modelos de linguagem (LLMs) como o ChatGPT, têm levado especialistas a reconsiderar essa possibilidade. Alguns acreditam que, à medida que esses sistemas se tornam mais sofisticados, a consciência artificial pode emergir espontaneamente. Por outro lado, pesquisadores como o professor Anil Seth argumentam que essa visão é excessivamente otimista e baseada em analogias humanas. Ele destaca que inteligência e consciência não são necessariamente interdependentes, como evidenciado em diversas espécies animais.
Debates sobre a consciência em sistemas de IA
A discussão sobre a consciência em IA ganhou destaque em 2022, quando o engenheiro, Blake Lemoine, afirmou que um chatbot da empresa havia desenvolvido sentimentos. Mais recentemente, em novembro de 2024, Kyle Fish, da empresa Anthropic, coautor de um relatório sobre o tema, sugeriu que há uma chance de 15% de que chatbots já sejam conscientes. Entretanto, especialistas alertam para a falta de compreensão sobre o funcionamento interno dos LLMs. Ele enfatiza a necessidade de entender melhor esses sistemas para garantir sua segurança e alinhamento com os objetivos humanos.
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Avanços em modelos híbridos e organoides cerebrais
Pesquisadores Lenore e Manuel Blum, da Carnegie Mellon, estão, portanto, criando um modelo de IA que combina visão e tato com uma linguagem interna, o “Brainish”. Segundo eles, essa integração, por conseguinte, pode ser essencial para máquinas conscientes. Além disso, a empresa Cortical Labs, da Austrália, desenvolveu um sistema com células nervosas que, surpreendentemente, joga Pong. Embora ainda distante de uma consciência plena, esse “cérebro em uma placa” representa um o significativo na fusão de biologia e tecnologia.
Implicações éticas e sociais da consciência artificial
A possibilidade de máquinas conscientes levanta questões éticas complexas. O professor Anil Seth alerta para o risco de atribuir sentimentos a sistemas que apenas simulam emoções, o que pode distorcer nossas prioridades morais e afetar negativamente as relações humanas. Além disso, a IA pode replicar relacionamentos humanos, atuando como professores, amigos ou parceiros românticos. Essa tendência pode transformar profundamente a sociedade, exigindo uma reflexão cuidadosa sobre os limites e responsabilidades no uso dessas tecnologias.