O Rio Grande do Norte é um dos estados nordestinos que receberão as maiores parcelas de investimentos em exploração e produção de petróleo e gás terrestre em força tarefa apelidada pelo governo de “Virada do Onshore”
O segmento de petróleo e gás onshore brasileiro que a muito tempo vinha numa retração enorme, começa a dar sinais claros que entrará num ciclo de ascendência com perspectivas de investimentos novos a curto prazo. Ressaltando que a Pratica Engenharia assinou um grande contrato com a Petrobras E&P onshore e offshore no RN e Ceará recentemente. Saibam mais aqui.
A ambiência de mudanças no cenário se estabeleceu a partir do lançamento do Programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres (REATE), encabeçado pelo Ministério de Minas e Energia, especificamente, pela Secretaria de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, que tinha como secretário o Sr. Márcio Félix. Esse programa teve sua primeira fase iniciada em 2017 e agora, em 2019, foi reeditado com o nome REATE 2020 tendo como lema a “Virada do Onshore”.
O programa estabelece ações para garantir a retomada das atividades a partir de políticas que fomentem uma ambiência para atração de investimentos com meta para atingir a produção de 500 mil barris/dia de óleo equivalente até 2030. Temas como a Inovação e regulação, Institucionalização da Indústria, Gás, Multiplicação das Companhias e Promoção da Livre Concorrência estão na pauta do programa e seguem sendo discutidos por profissionais e entidades que atuam no setor.
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Para o Rio Grande do Norte o REATE 2020 tem uma importância excepcional, haja vista, que no ado chegamos a produzir mais de 100 mil barris/dia e hoje nossa produção é menos da metade, ou seja, 38 mil barris. Com as políticas de incentivo nossa produção poderá dobrar nos próximos 5 (cinco) anos garantindo a retomada da economia do estado a partir da indústria petrolífera.
Como acreditar nesse novo cenário para o Onshore Potiguar? Bem fácil. De novembro de 2018 até hoje temos sinais muito positivos. Primeiro pela consolidação do projeto Topázio da Petrobras que já garantiu a transferência dos polos Riacho da Forquilha com produção de 6 mil barris/dia e o polo de Macau com produção próximo aos 3 mil barris/dia que serão operados, respectivamente, pela Potiguar E&P e a 3R Petroleum. Ainda se soma a isso a perspectiva de vendas do polo Fazenda Belém e o sucesso do leilão da Oferta Permanente que teve 19 blocos arrematados na Bacia Potiguar. Para o próximo leilão espera-se uma demanda ainda maior de blocos na Bacia Potiguar pelos operadores.
Em termos de movimentação financeira o polo Riacho da Forquilha foi comprado por US$ 384 milhões com perspectivas da Potiguar E&P investir outros US$ 150 milhões nos próximos cinco anos com perspectiva de dobrar a produção. Já a 3R Petroleum desembolsou algo próximo a US$ 191,1 milhões para a compra do polo Macau e deve fazer investimentos na ordem de US$ 80 milhões para, também, dobrar a sua produção. Com o leilão da Oferta Permanente outros US$ 4,8 milhões deverão ser injetado na economia do estado para garantir o Programa Mínimo de Investimento das empresas nos blocos arrematados.
No geral, os investimentos anunciados pelos operadores independentes nesse novo cenário do Onshore Potiguar gira entorno de US$ 234,7 milhões ou R$ 957 milhões com dólar cotado a R$ 4,08. Vale destacar que não estão contabilizados os investimentos já consolidados ou anunciados pela Petrobras e demais operadores para os campos que estão em operação.
O cenário para o Rio Grande do Norte é promissor e, sobretudo, para a cadeia de fornecimento que vem sofrendo bastante nos últimos quatro anos. Para esse setor é a garantia de geração de novos negócios e, consequentemente, retomada do processo de contratação de pessoal especializado e reaquecimento da economia de um modo geral, já que grande parte das compras dessas empresas serão de forma localizada.
Está dado outra chance a economia do estado e dos municípios produtores de óleo e gás no que concerne ao planejamento de futuro, resta agora que o dever de casa seja bem feito para garantir que essa retomada das atividades projetem novos horizontes econômicos para esses entes federativos e que as empresas em conjunto com os trabalhadores e a sociedade sejam os grande beneficiados de todo esse processo.
Fonte: Gutemberg Dias, presidente da Redepetro RN e professor do Departamento de Geografia da UERN.
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