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Japão inova e transforma lixo em cimento: pó de obra e vidro viram cimento ecológico mais forte e sustentável que o tradicional

Escrito por Jefferson S
Publicado em 01/06/2025 às 17:32
Engenheiro despeja mistura de pó de construção e vidro reciclado em molde para blocos sólidos, com destaque para resistência e ausência de cimento
Mistura de resíduos reciclados é usada para produzir blocos de solo estabilizado com alta resistência e zero uso de cimento Portland

Novo material substitui o cimento comum, reduz emissões de carbono e aproveita resíduos industriais para estabilizar solos sob estradas e pontes

Pesquisadores japoneses criaram um aglomerante de solo inovador que dispensa completamente o uso de cimento tradicional. A nova fórmula, feita inteiramente com poeira de construção e vidro reciclado, oferece desempenho estrutural superior e reduz o impacto ambiental das obras civis, é o que informa a Interesting Engineering

Esse material atinge resistência de compressão acima de 160 kN/m², superando os requisitos para aplicação em fundações de estradas, edifícios e pontes. O segredo está em um processo de ativação térmica a 110°C e 200°C que potencializa a reatividade química da mistura.

Diferente do cimento Portland, responsável por até 8% das emissões globais de CO₂, a nova solução apresenta pegada de carbono reduzida e elimina a necessidade de enviar resíduos para aterros industriais.

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Segundo o professor Shinya Inazumi, líder do projeto, a tecnologia representa um avanço notável na engenharia sustentável, criando valor onde antes havia descarte.

Além de sustentável, o novo material é seguro. Testes iniciais revelaram risco de lixiviação de arsênio, prontamente resolvido com a adição de hidróxido de cálcio, tornando o produto adequado para uso urbano e ambientalmente seguro.

A solução também tem excelente trabalhabilidade, cura rápida e resistência a ciclos de congelamento e desgelo, sais e sulfatos — características ideais para zonas de desastre e ambientes extremos.

Adeus ao cimento? Entenda por que essa inovação importa

O cimento, derivado do latim caementum, é há séculos o principal aglomerante hidráulico usado em obras civis. Sua função básica é ligar agregados miúdos ou graúdos na formação de argamassas e concretos. No entanto, sua produção consome grandes quantidades de energia e libera CO₂ em proporções alarmantes.

A inovação japonesa vem justamente desafiar esse padrão, propondo um caminho alternativo mais limpo e economicamente viável para países em desenvolvimento e regiões com solos argilosos de difícil compactação.

A ausência de fornos de alta temperatura no processo — comuns na produção de cimento — reforça ainda mais o caráter ecoeficiente da descoberta.

A equipe propõe até o uso do novo composto para criar blocos de solo estabilizado de baixo carbono, substituindo tijolos queimados ou blocos de concreto em construções rurais.

O material também pode ser utilizado em soluções rápidas de infraestrutura em regiões afetadas por desastres naturais, dada sua rápida aplicação e resistência ao tempo.

Para os pesquisadores, a inovação é mais do que um novo produto: é uma mudança de paradigma. “Estamos redefinindo como a engenharia civil pode agregar valor aos resíduos industriais num mundo com recursos cada vez mais limitados”, conclui Inazumi.

A pesquisa foi publicada na revista científica Cleaner Engineering and Technology.

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Jefferson S

Profissional com experiência militar no Exército, Inteligência Setorial e Gestão do Conhecimento no Sebrae-RJ e no Mercado Financeiro por meio de um escritório da XP Investimentos. Trago um olhar único sobre a indústria energética, conectando inovação, defesa e geopolítica. Transformo cenários complexos em conteúdo relevante sobre o futuro do setor de petróleo, gás e energia. Envie uma sugestão de pauta para: [email protected]

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