A Kia surpreende o mercado ao lançar um novo motor 2.5 turbo de alta eficiência em pleno avanço dos carros elétricos, desafiando as tendências globais e apostando em soluções híbridas e de autonomia estendida para manter presença em diversos mercados estratégicos.
Em um movimento considerado ousado em meio à tendência global de eletrificação, a Kia revelou um novo motor a combustão interna durante o Investor Day 2025, reafirmando seu compromisso com soluções híbridas e de autonomia estendida.
A decisão chamou a atenção por ir na contramão de boa parte das montadoras, que hoje concentram seus investimentos exclusivamente em veículos 100% elétricos (EVs).
O novo motor 2.5 turbo de alta eficiência é voltado para modelos híbridos e veículos elétricos com autonomia estendida (EREVs), um segmento que tem ganhado tração por oferecer a liberdade da combustão com os benefícios da eletrificação.
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De acordo com a marca sul-coreana, o propulsor apresenta ganhos de 12% em potência e 5% em eficiência térmica em comparação com as versões anteriores utilizadas em modelos como o Sorento e o K5.
Motor faz parte de estratégia modular e versátil
Embora o CEO da Kia, Ho Sung Song, não tenha divulgado especificações detalhadas sobre o novo motor, informações apresentadas durante o evento indicam que ele será parte de uma nova família modular de propulsores.
Isso permitirá à marca adaptar o motor a diferentes tipos de veículos e mercados, mantendo o foco em eficiência e desempenho.
A modularidade também sugere que a Kia poderá integrá-lo a uma nova geração de transmissões híbridas e sistemas de tração otimizados, o que amplia ainda mais as possibilidades de uso.
Essa nova família de motores não apenas sustenta a estratégia de múltiplas soluções da montadora, como também antecipa tendências para mercados onde a eletrificação total ainda enfrenta barreiras de infraestrutura.
Segundo analistas do setor automotivo, a decisão da Kia reforça uma visão pragmática sobre a transição energética, equilibrando inovação e realidade comercial.
Em muitos países — inclusive no Brasil — a penetração dos elétricos ainda esbarra em custos, incentivos limitados e malha de recarga insuficiente.
Propulsor do motor deve ultraar os 330 cv com apoio elétrico
Com base nas características dos modelos atuais que utilizam a motorização 2.5 turbo, como o K5 GT e o SUV Sorento, especialistas estimam que a nova versão poderá superar facilmente os 330 cavalos de potência combinada quando associada a motores elétricos.
Além disso, a Kia promete melhorias notáveis na transição entre combustão e propulsão elétrica, característica vital para o desempenho e o conforto em condução urbana e rodoviária.
A montadora também afirma que a aceleração será mais responsiva e suave, aumentando a competitividade frente a híbridos de marcas como Toyota e Honda, que atualmente lideram esse nicho.
Esse novo motor será incorporado a uma plataforma inédita voltada para EREVs, veículos que utilizam o motor a combustão apenas como gerador de energia, enquanto o eixo motriz é impulsionado por eletricidade.
Esse conceito, adotado por montadoras como Nissan e BMW em alguns mercados, garante excelente eficiência energética e menor emissão de poluentes em trajetos urbanos.
Kia tem meta ambiciosa de crescimento até 2030
Além do anúncio técnico, a Kia apresentou metas ousadas para sua expansão global, mirando 4,5% de participação no mercado automotivo mundial até 2030.
Para isso, a empresa pretende atingir vendas anuais de 4,19 milhões de unidades, um salto significativo em relação à capacidade atual, de 3,63 milhões.
Desse total, 1,26 milhão de veículos serão puramente elétricos, enquanto híbridos e modelos EREV somarão 1,07 milhão.
Ou seja, mais da metade das vendas projetadas envolverá algum tipo de eletrificação, consolidando a estratégia multissoluções da Kia.
Cinco novos modelos e expansão em mercados estratégicos
Para alcançar essa meta, a montadora vai lançar cinco novos modelos globais em 2025, além de promover a reestilização de veículos já existentes e criar três novas variantes.
Um dos lançamentos mais aguardados é o de uma picape elétrica exclusiva para o mercado norte-americano, com projeção de vendas de até 90 mil unidades por ano.
A Kia também ampliará a produção de SUVs elétricos de médio e grande porte nas Américas e reforçará sua linha de compactos e hatchbacks na Europa, onde a demanda por carros menores e mais econômicos segue alta.
Essa diversificação demonstra que a empresa quer estar presente em todos os segmentos, apostando tanto em inovação quanto em adaptabilidade regional.
Segundo a empresa, a produção será descentralizada e ajustada conforme as demandas locais, o que também deve reduzir custos logísticos e emissões no transporte de veículos.
A estratégia já vem sendo adotada por outras montadoras asiáticas e tem se mostrado eficaz, especialmente diante das crescentes exigências ambientais em países europeus.
Realismo tecnológico em um cenário de transição energética
Ao manter investimentos significativos em motores a combustão de última geração, a Kia transmite uma mensagem clara ao mercado: a eletrificação total ainda não é viável em escala global.
Embora os elétricos puros representem o futuro, a transição exige soluções intermediárias que atendam às condições atuais dos consumidores e das infraestruturas de cada país.
A combinação de motores turbo eficientes com eletrificação parcial oferece desempenho elevado, menor consumo e redução de emissões, sem depender exclusivamente de redes de recarga, que ainda são limitadas em muitos lugares.
Em entrevista ao portal sul-coreano Hankyung, um porta-voz da empresa afirmou que “a diversificação tecnológica é essencial para garantir competitividade em um mundo em transformação”.
Essa fala sintetiza bem a lógica da nova motorização: não se trata de retrocesso, mas de uma evolução pragmática para atender um mercado plural.
Setor automotivo repensa exclusividade dos elétricos
Enquanto marcas como Tesla, BYD e Volvo seguem firmes no compromisso com EVs puros, outras fabricantes começam a rever suas estratégias, reavaliando a viabilidade dos motores a combustão em mercados emergentes e rurais.
A Toyota, por exemplo, nunca abandonou os híbridos e agora colhe os frutos de uma transição gradual.
A decisão da Kia pode servir de exemplo para outras montadoras que desejam equilibrar inovação, sustentabilidade e viabilidade comercial.
Num setor marcado por rápidas transformações, encontrar esse ponto de equilíbrio pode ser a chave para o sucesso na próxima década.
E você, acredita que motores a combustão ainda têm espaço no futuro ou que a era dos elétricos já é irreversível? Compartilhe sua opinião nos comentários!