Com a frase “Let’s drill, baby!”, presidenta da Petrobras defende com firmeza a exploração da Margem Equatorial, apontando o projeto como estratégico para a soberania energética e a redução das desigualdades no Norte do Brasil
Durante a Offshore Technology Conference (OTC), realizada em Houston, nos Estados Unidos, a presidenta da Petrobras, Magda Chambriard, reforçou a importância da exploração de petróleo na Margem Equatorial brasileira.
O evento, realizado na terça-feira (6), foi marcado por declarações enfáticas da executiva, que defendeu com firmeza o avanço do projeto. Ao lado do governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade), Magda afirmou: “Teremos boas surpresas no momento em que tivermos a licença para perfurar”.
Uma das últimas fronteiras do petróleo no Brasil
A fala foi registrada em vídeo e confirmada pela Petrobras ao jornal Valor Econômico, que teve o exclusivo ao conteúdo. A Margem Equatorial abrange seis estados: Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte.
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É considerada uma das últimas grandes fronteiras de exploração de petróleo no Brasil. Segundo Magda, a região é estratégica para garantir segurança energética, aumentar a arrecadação pública e combater desigualdades regionais.
“Let’s drill, baby!”: soberania energética em pauta
Diante de um público internacional, Magda usou uma frase marcante: “Let’s drill, baby!”. A expressão, comum em debates políticos nos Estados Unidos, foi ressignificada no discurso da presidenta da estatal como uma afirmação da soberania energética brasileira.
O objetivo, segundo ela, é mostrar que o Brasil está disposto a avançar na exploração responsável de seus recursos, mesmo diante de pressões externas e internas.
Amapá aposta em virada econômica
O onde Magda discursou foi promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). Nele, o governador Clécio Luís reforçou a importância da exploração para o Amapá.
“Precisamos muito desses recursos e acreditamos que é possível fazer isso de forma segura”, afirmou. A Petrobras garantiu que usará tecnologias avançadas e seguirá protocolos ambientais rigorosos.
As declarações surgem em meio a um ime institucional com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Até agora, o órgão ambiental ainda não concedeu a licença necessária para o início das perfurações.
A resistência é atribuída à influência da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. O posicionamento do Ibama já foi criticado inclusive por membros do governo.
Apoio político cresce
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou sobre o tema. Em entrevista, ele afirmou que o Ibama “não pode ficar nessa lenga-lenga”. A fala foi vista como um gesto de apoio à posição do senador Davi Alcolumbre (União-AP), principal articulador político da iniciativa.
Em março, o Ibama aprovou o plano de limpeza da sonda que será usada na operação. Foi um o importante no processo de licenciamento. No entanto, a autorização final ainda não foi concedida, mesmo diante de apelos de autoridades do Norte do país.
Para Magda e aliados do projeto, a defesa da Margem Equatorial é mais que uma questão técnica. É um direito do Brasil de explorar suas riquezas com responsabilidade e compromisso social.
Com informações de Brasil 247.