Obras da Linha 6 do Metrô SP avançam com gestão de riscos inovadora. Projeto melhora mobilidade e integra regiões da capital com segurança e tecnologia.
As obras da Linha 6-Laranja do Metrô SP seguem avançando com um dos sistemas mais robustos de gestão de riscos já implementados em projetos de infraestrutura no Brasil. Em um esforço conjunto entre a construtora espanhola Acciona, o governo de São Paulo e os parceiros Société Générale, Stoa e Transdev, a iniciativa ganhou destaque por aplicar um modelo multidisciplinar de planejamento capaz de enfrentar os desafios técnicos e logísticos de uma metrópole como São Paulo.
Com previsão de conclusão em 2027, o empreendimento é considerado o maior da infraestrutura metroviária da América Latina, e já foi reconhecido com o Prêmio Inova Infra 2025, graças ao rigor no monitoramento, atuação preventiva e uso de tecnologia de ponta em todas as etapas da construção.
Uma PPP que transforma mobilidade e gestão urbana
Firmada como uma parceria público-privada (PPP), a concessão da Linha 6 do Metrô SP engloba desde a construção civil, fornecimento de material rodante, operação e manutenção até possíveis expansões.
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A Acciona, líder do consórcio, adotou uma abordagem inovadora para mitigar riscos de engenharia e sociais, garantindo mais segurança aos trabalhadores, à população do entorno e à integridade da obra.
Segundo os técnicos da empresa, o programa de gerenciamento de riscos foi essencial em diversas fases do projeto, como nos emboques dos túneis, no manuseio da tuneladora (tatuzão) e durante o lançamento de estruturas metálicas de grande porte.
Segurança reforçada nas escavações com presença de areia
Um dos maiores desafios enfrentados nas obras da Linha 6 foi a escavação de túneis em solos arenosos.
Para isso, a Acciona implementou ações preventivas como rebaixamento do lençol freático, uso de instrumentação e monitoramento contínuo, além de treinamentos específicos para os frentistas de túnel.
Também foram realizados simulados de evacuação e aplicação de concreto projetado nas frentes de escavação durante paradas.
“No caso de escavação de túneis, principalmente com a presença de areias, foram identificadas medidas preventivas e atenuantes (contingência) que permitiram a execução dos túneis de maneira segura”, destacam os responsáveis técnicos.
Obras com tuneladoras exigem alto controle técnico e coordenação
As operações das tuneladoras – máquinas responsáveis por escavar os túneis – demandaram reuniões prévias específicas para avaliação de riscos.
Nessas ocasiões, foram elaborados registros detalhados com medidas preventivas, como isolamento de pessoas e equipamentos, controle de pressão e volume escavado, e monitoramento intensivo das estruturas próximas.
O mesmo cuidado foi aplicado em áreas críticas, como agens sob a Linha 1-Azul, Linha 4-Amarela e Avenida 23 de Maio, com menos de sete metros de cobertura.
Nesses pontos, houve interrupção programada da operação de trens, instalação de sensores em tempo real, e ações coordenadas com órgãos públicos.
A movimentação de grandes estruturas metálicas nas obras da Linha 6 também recebeu atenção especial da equipe de riscos.
Antes da operação, foram feitas reuniões de alinhamento com foco em segurança viária, autorização de interdições temporárias, avaliação de condições climáticas, e definição de planos de rigging e patolamento de guindastes.
Essas medidas foram fundamentais para evitar acidentes em áreas urbanas densas, onde a presença de pedestres e veículos é constante.
Tecnologia como aliada na tomada de decisões
Para lidar com a complexidade dos dados e riscos, a Acciona utiliza a plataforma Site Information Model Database (SIMDB), uma base digital de informações que estrutura os registros conforme boas práticas internacionais.
A ferramenta é constantemente alimentada com dados de campo, o que possibilita tomadas de decisão em tempo real.
“Nada disso seria possível sem as ferramentas tecnológicas adequadas ao grande volume e complexidade dos registros gerados”, afirmam os responsáveis técnicos Emílio Símon Povoa, Renan Castiglieri Souza, Daniel Bugno, Gabrielly Farias e Lucio Matteucci.
Obras da Linha 6-Laranja: integração e benefício direto a 633 mil pessoas
Conhecida como Linha Universitária, a Linha 6-Laranja conectará a Brasilândia à estação São Joaquim, reduzindo o tempo de deslocamento de 1h45 para apenas 23 minutos.
A expectativa é atender mais de 633 mil ageiros por dia, interligando áreas periféricas à região central com 14 estações, entre elas Freguesia do Ó, Água Branca, PUC-Cardoso de Almeida e Higienópolis-Mackenzie.
O trajeto permitirá integração com outras três linhas:
- Linha 7-Rubi e Linha 8-Diamante (TM) em Água Branca
- Linha 4-Amarela, em Higienópolis
- Linha 1-Azul, na estação São Joaquim
A atuação da Acciona no Metrô SP oferece um modelo de excelência que pode ser replicado em outros grandes projetos de mobilidade urbana no Brasil e na América Latina.
A união de tecnologia, planejamento multidisciplinar e gestão de riscos eficaz posiciona a Linha 6 como um símbolo da nova engenharia nacional.
Com informações da Revista O Empreiteiro.