Com investimento histórico de R$ 36 bilhões, o governo federal e o Paraná fecham parceria para modernizar rodovias estratégicas, conectar regiões produtoras ao litoral e impulsionar a infraestrutura, com obras que prometem mudar o cenário logístico do Brasil.
Com investimentos de R$ 36 bilhões, governo federal e Paraná oficializam concessão histórica que promete reestruturar mais de 1,2 mil km de estradas estratégicas no estado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, oficializaram nesta segunda-feira (28) a de contratos de concessão dos lotes 3 e 6 das rodovias estaduais e federais paranaenses.
Os acordos, com validade de 30 anos, integram o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e envolvem um investimento total de R$ 36 bilhões em infraestrutura rodoviária.
-
O que é a ferrovia chinesa que vai ‘rasgar’ o Brasil? Entenda esse projeto
-
A estrada que some no mapa: por que uma das principais rodovias (BR) nunca foi pavimentada de verdade?
-
Essa é a única ponte rodoferroviária de 2 andares do Brasil
-
A obra de R$ 1 bilhão que pode revolucionar as rodovias deste estado brasileiro
A cerimônia aconteceu no Palácio do Planalto, em Brasília, com a presença do ministro dos Transportes, Renan Filho, além de executivos da CCR S/A e da EPR, concessionárias responsáveis pelos dois lotes.
A iniciativa promete revolucionar a logística de transporte no estado, conectando regiões produtivas ao Porto de Paranaguá e ao litoral sul.
Rodovias estratégicas e duplicações previstas
O lote 3, sob a responsabilidade da CCR, compreende 569 quilômetros de rodovias que cruzam o Norte do Paraná até o porto de Paranaguá, ando por 22 municípios.
O investimento previsto é de R$ 16 bilhões.
Já o lote 6, que ficará a cargo da EPR, terá aporte de R$ 20 bilhões para recuperar e expandir 662 quilômetros de estradas que conectam o Oeste e o Sudoeste do estado ao litoral.
Com isso, o eixo da BR-277 será completamente revitalizado, desde a fronteira com o Paraguai e a Argentina até o litoral paranaense.
Estão previstas duplicações extensas, melhorias na pavimentação, construção de viadutos, pontes e faixas de escape.
Os motoristas também contarão com novos pontos de descanso para caminhoneiros, além de serviços de resgate médico e mecânico, o que deve elevar significativamente a segurança nas estradas.
Parceria inédita entre governos estadual e federal
Segundo o governador Ratinho Junior, essa é a maior parceria de concessão rodoviária da América Latina.
Ao todo, o projeto inclui mais de 3,3 mil quilômetros de vias concedidas à iniciativa privada, sendo 1,8 mil quilômetros duplicados e mais de mil obras de arte especiais (como pontes e viadutos).
“Fizemos uma proposta ao governo federal para unificar rodovias estaduais e federais em um único pacote de concessão.
Isso atraiu mais investidores e criou um modelo inédito”, destacou Ratinho.
“Esse modelo nos permitiu tirar projetos do papel e iniciar obras esperadas há décadas.”
O projeto total de concessões inclui seis lotes.
Com os dois assinados nesta segunda-feira, os lotes 3 e 6, já são quatro em vigor.
Os outros dois, lotes 4 e 5, serão leiloados em setembro deste ano.
Gestão de Lula promete maior volume de investimentos privados
O ministro dos Transportes, Renan Filho, ressaltou que a atual gestão federal é responsável pelo maior volume de investimentos privados em infraestrutura da história recente do Brasil.
“Estamos virando a página ao tirar obras do papel.
Essa gestão será lembrada como a que reestruturou a malha rodoviária com participação expressiva do setor privado, mas sem abrir mão da supervisão pública”, afirmou Renan Filho.
Além das obras físicas, os contratos exigem conectividade digital com cobertura 4G ao longo das estradas, ampliando a segurança e a comunicação dos usuários.
Goiás também avança em obras rodoviárias
O ministro aproveitou a ocasião para anunciar que, no dia seguinte, terá início o Plano de 100 Dias da concessionária Rota Verde Goiás.
Com investimentos de R$ 6,87 bilhões, o projeto visa modernizar 426 quilômetros de rodovias entre Goiânia e Itumbiara, ando por Rio Verde.
O plano contempla recuperação do asfalto, limpeza, conservação, reparos no sistema de drenagem e outras melhorias emergenciais nas BRs-060/452, fundamentais para o escoamento agrícola da região Centro-Oeste.
BR-040 terá leilão decisivo e nova subida da serra
Na quarta-feira (30), a B3 — Bolsa de Valores de São Paulo — sediará o leilão da concessão da BR-040/495, no trecho entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro.
Entre as obras mais aguardadas está a nova subida da Serra de Petrópolis, com destaque para o túnel de 4,8 km que teve suas obras paralisadas em 2016.
Essa intervenção é considerada vital para desafogar o trânsito na região serrana fluminense, uma das mais congestionadas do estado.
O túnel poderá ser decisivo para destravar o fluxo entre os dois estados, beneficiando diretamente o transporte de cargas e ageiros.
Concessões com contrapartidas e supervisão
Apesar da privatização das operações, os contratos estabelecem exigências rígidas de cumprimento de metas, penalidades por descumprimento e contrapartidas sociais e ambientais.
Além da cobertura de internet, as concessionárias devem garantir atendimento de emergência eficiente, manutenção constante e relatórios periódicos à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
O governo federal promete transparência e fiscalização contínua para que os serviços prestados estejam de acordo com os interesses da população e com os padrões de segurança exigidos.
Uma nova era para a infraestrutura do país?
Os investimentos robustos nas rodovias brasileiras marcam uma tentativa do governo de reconstruir a malha viária nacional com apoio da iniciativa privada.
A proposta atende não apenas a um apelo antigo do setor produtivo, mas também melhora o fluxo de ageiros, gera empregos e fortalece a logística nacional.
Segundo especialistas, o modelo pode servir de exemplo para outros estados que desejam destravar projetos parados e promover o crescimento regional.
No entanto, o sucesso do programa depende da execução eficiente das obras e da atuação firme dos órgãos reguladores.
Você acredita que essas concessões rodoviárias realmente vão resolver os gargalos da infraestrutura no Brasil ou é preciso ir além? Deixe sua opinião nos comentários!