Mansão de luxo de Vijay Mallya, avaliada em 19 milhões de dólares, permanece vazia no topo de arranha-céu indiano, em meio a disputas judiciais.
No alto de um arranha-céu de 121 metros em Bengaluru, na Índia, uma mansão avaliada em 19 milhões de dólares permanece desocupada.
Projetada para ser uma réplica da Casa Branca, a Sky Mansion foi construída para o empresário Vijay Mallya, mas nunca recebeu moradores.
Desde a fuga do magnata para o Reino Unido em 2016, o futuro da luxuosa propriedade segue indefinido, envolto em disputas legais e tentativas de recuperação financeira.
-
O Rio invisível do Amazonas: o misterioso rio subterrâneo de mais de 6 mil km que corre sob o Amazonas
-
Sucesso global sem lucros? Conheça o caso do ChatGPT, que mesmo faturando quase 10 bilhões de dólares por ano ainda não é rentável
-
Japão encontra um gigantesco depósito de minerais estratégicos no fundo do mar. Dias depois, um porta-aviões chinês surge na região. Coincidência?
-
Os 10 carros que usaram o motor THP no Brasil e que exigem atenção redobrada na manutenção
O projeto grandioso de Mallya
Vijay Mallya, de 69 anos, encomendou a construção da Sky Mansion em 2010. A cobertura ocupa as 34ª e 35ª andares das Kingfisher Towers, em Bengaluru.
Espalhada por impressionantes 3.700 metros quadrados distribuídos em dois níveis, a mansão foi planejada com elementos de extremo luxo.
Entre os destaques, estão um heliporto, uma piscina de borda infinita e um deck aberto, que oferece uma vista panorâmica de 360 graus da cidade.
Mesmo sendo parte de um arranha-céu, a propriedade funciona como uma vila privada. Ela possui dois elevadores exclusivos, destinados apenas aos ocupantes da mansão.
As Kingfisher Towers foram erguidas em um terreno de 18 mil metros quadrados, onde também há outros imóveis de alto padrão.
Narayan Murthy, sogro do ex-primeiro-ministro britânico Rishi Sunak, teria adquirido um apartamento no mesmo edifício no ano anterior.
Desafios de engenharia
A construção da Sky Mansion foi considerada um desafio técnico significativo. Segundo Irfan Razack, presidente do Prestige Group, a montagem da cobertura exigiu uma solução estrutural complexa.
A mansão foi construída em um sistema de balanço, sustentada apenas em uma extremidade. Em entrevistas à imprensa local, Razack declarou: “É uma estrutura complexa. Foi um desafio construir a mansão sobre um enorme balanço naquela altura.“
Apesar de o exterior da propriedade parecer finalizado, o interior da mansão permanece incompleto. A empresa Morph Design and Co, responsável pela decoração interna e ligada ao Prestige Group, afirmou que os interiores ainda não estavam prontos.
Embora a manutenção e a limpeza da cobertura continuem sendo realizadas pelos incorporadores, o imóvel segue vazio em razão dos entraves jurídicos que envolvem seu proprietário.
A fuga e as acusações contra Mallya
Antes de concluir o projeto e ocupar sua mansão, Vijay Mallya deixou a Índia em 2016. O empresário é acusado de fraudar ao menos 17 bancos indianos, gerando um prejuízo estimado em quase £ 1 bilhão.
Parte das dívidas foi originada de empréstimos obtidos para financiar as operações da extinta Kingfisher Airlines, de sua propriedade. Sem conseguir quitar os valores devidos, Mallya viu sua situação financeira se deteriorar.
Além das acusações de fraude, Mallya também enfrentou processos por lavagem de dinheiro. Após sua fuga, o magnata declarou falência no Reino Unido, onde permanece até hoje.
Desde então, o governo indiano e os bancos credores buscam recuperar os montantes pendentes por meio de processos judiciais e da venda de seus ativos em diversos países.
Tentativas de recuperação dos bens
A Sky Mansion faz parte do conjunto de propriedades visadas pelas autoridades para ressarcir os credores. De acordo com SS Naganand, advogado que representa um dos bancos envolvidos, o edifício está incluído no processo de recuperação. Ele explicou: “A torre fazia parte de todo o processo de recuperação e todos os bens pertencentes a ele fazem parte do processo, certamente aquela mansão.“
Segundo Naganand, o Prestige Group construiu a estrutura principal do edifício, retendo parte das unidades, enquanto Mallya adquiriu a cobertura superior para uso pessoal.
Com o início das disputas legais, tanto tribunais indianos quanto britânicos aram a analisar os bens do empresário, incluindo a luxuosa mansão.
Apesar das tentativas de venda e do interesse de autoridades financeiras, o imóvel ainda não teve seu destino definido. A Diretoria de Execução da Índia, também chamada de polícia de crimes financeiros, apreendeu várias propriedades de Mallya, mas a Sky Mansion permanece sob análise.
O ex-advogado do empresário, EC Agrawala, declarou: “A mansão estava em construção. Nos últimos três ou quatro anos, não o acompanhei. Foi apreendido pela Diretoria de Fiscalização, mas não totalmente confiscado.“
O futuro indefinido da propriedade
Até o momento, a Sky Mansion segue desocupada. A Prestige Constructions, responsável pelo projeto, não respondeu aos questionamentos sobre o destino da cobertura.
O governo indiano, segundo as partes envolvidas, ainda não tomou uma decisão definitiva sobre o imóvel, o que mantém a situação da mansão em suspenso.
Vijay Mallya permanece no Reino Unido, enquanto a Índia segue tentando extraditá-lo para que responda pelos crimes financeiros no país de origem.
Paralelamente, o valor do empréstimo tomado por ele para sustentar a Kingfisher Airlines continua sendo alvo de disputas judiciais, com bancos buscando reaver os prejuízos.
Quem é Vijay Mallya
Vijay Mallya, 69 anos, é um ex-empresário e político. Além de ser o fundador da Kingfisher Airlines, também foi coproprietário da equipe de Fórmula 1 Force India, atualmente extinta.
O empresário acumulou uma série de dívidas e acusações criminais após o colapso de seus negócios.
Ele deixou a Índia em 2016, fugindo para o Reino Unido, onde permanece, enquanto enfrenta processos de extradição movidos pelo governo indiano.
Desde sua saída, diversas propriedades e bens de Mallya foram apreendidos em tentativas de recuperação dos valores devidos aos bancos indianos.
Apesar disso, parte de seus ativos, como a Sky Mansion, ainda aguardam decisões judiciais que possam determinar seu destino final.