Resíduos cítricos ganham destaque com a chegada da maior usina de biogás do mundo: multinacional sa investe em nova unidade para reduzir 20% das emissões em município de SP.
NA terça-feira (11), a Louis Dreyfus Company (LDC), multinacional da França e uma das líderes globais na produção e venda de sucos cítricos, lançou oficialmente a construção da maior usina de biogás do mundo produzida a partir de resíduos cítricos, localizada em Bebedouro, interior de São Paulo.
Saiba como será a nova usina de biogás do Brasil
A nova unidade que usará resíduos cítricos possui uma área total de aproximadamente 200 mil m² e uma capacidade inicial para tratar 400 m³/h de efluentes cítricos gerados na unidade local da empresa, podendo gerar mais de 50 mil Nm³/dia de gás sustentável. A expectativa é de uma redução acima de 20% nas emissões de CO2 da operação em Bebedouro, alinhada ao compromisso global da empresa com a sustentabilidade.
O grande diferencial da maior usina de biogás do mundo é o uso de um inóculo específico desenvolvido pela própria LDC, que decompõe com eficiência os resíduos cítricos provenientes do processamento, como laranjas e limões.
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Durante as fases de testes piloto, a LDC alcançou resultados que superaram em até 16% a eficiência de tecnologias já existentes no mercado. O combustível produzido substituirá o gás natural tradicionalmente usado nas indústrias da empresa, o que representa uma economia estimada em 50% no consumo de combustíveis fósseis da unidade.
O processo de tratamento dos resíduos cítricos na maior usina de biogás do mundo começará em um tanque homogeneizador, seguindo para lagoas anaeróbicas, onde o inóculo realiza a decomposição de matéria orgânica. Posteriormente, o material é transferido para lagoas aeróbicas para filtragem final. A água resultante, totalmente tratada, será devolvida integralmente ao Rio Paiol, garantindo que não haja contaminação ou desperdício.
Maior usina de biogás do mundo está prevista para o final do primeiro semestre de 2026
Vale mencionar que o lodo gerado pelo processo poderá ser reutilizado como fertilizante orgânico nos mais de 30 mil hectares de pomares istrados pela empresa. A construção da unidade está prevista para ser concluída até o final do primeiro semestre de 2026, com potencial de expansão, tendo em vista que o terreno total adquirido possui 10 mil hectares, possibilitando a expansão caso a demanda aumente.
Segundo Paulo Hladchuk, Head Global da Plataforma de sucos da LDC, a maior usina de biogás do mundo torna possível um modelo real de economia circular e ainda reduzirá a emissão de gases poluentes em 20%.
Outro ponto importante do empreendimento é a possível produção futura de biometano, desde que o combustível e por um processo de purificação que amplie sua concentração de metano para 96%, permitindo sua utilização comercial e em frotas de veículos da própria empresa.
Maior usina de biogás do mundo recebe apoio do governo de SP
O projeto que usa resíduos cítricos conta com um importante apoio institucional do Governo do Estado de São Paulo, que tem fomentado investimentos em energias renováveis e biocombustíveis.
O Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, Guilherme Piai, destacou que este investimento de milhões de dólares demonstra a confiança no ambiente de negócios em São Paulo, que oferece segurança jurídica, pesquisa e disponibilidade de crédito para o agronegócio.
O investimento da multinacional reflete a confiança no setor cítrico brasileiro, especialmente em São Paulo, onde são produzidos sete em cada dez copos de suco consumidos no mundo. O setor cítrico em São Paulo gerou mais de 45 mil empregos na safra 2023/2024, crescimento de 10% em relação ao ano anterior, demonstrando o impacto positivo do setor na economia regional.
Fonte: Globo Rural