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Cenário ferroviário brasileiro está mudando! Mulheres estão dominando os trilhos, assumindo postos de maquinistas, mecânicas e engenheiras. Com determinação, elas conquistam espaço em um setor historicamente masculino e provam que não há barreiras para o talento feminino.
Ao longo dos anos, o setor ferroviário brasileiro tem assistido a uma mudança transformadora, que antes parecia impensável.
Tradicionalmente dominado por homens, as ferrovias do país têm sido agora palco de uma revolução silenciosa, mas significativa, com a crescente presença feminina.
O que antes parecia ser um universo fechado e , hoje abre portas para um número crescente de mulheres, ocupando funções como maquinistas, manobradoras, mecânicas e eletricistas.
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E o mais impressionante: essa transformação não é uma tendência isolada, mas sim uma verdadeira mudança de paradigma que vem ganhando força de forma acelerada.
A transformação: a presença feminina nas ferrovias
De acordo com Natália Thomaz de Omena Lima, 39 anos, maquinista da Rumo Logística, em reportagem do jornal Folha de S.Paulo, “não há limites para a mulher na ferrovia, a mulher pode fazer qualquer setor, qualquer função.”
Sua frase reflete um sentimento que ressoa por todo o setor ferroviário, onde as mulheres começaram a marcar presença nos últimos anos, em cargos até então raramente vistos em um ambiente predominantemente masculino.
Hoje, ela é uma das responsáveis pela condução de um trem que percorre as vastas linhas da Rumo, uma das maiores operadoras ferroviárias do Brasil.
E seu relato é apenas um exemplo de como o setor está se reconfigurando.
Desafios e vitórias: a jornada de Natália
Antes de se tornar maquinista, Natália teve uma trajetória bem distinta, com agens por diferentes áreas, como o setor istrativo de uma empresa de transportes, além de experiências como faxineira, babá, vendedora e vigilante.
Seu encontro com as ferrovias aconteceu de maneira inesperada, enquanto trabalhava em uma empresa terceirizada que prestava serviços para a Rumo.
Ao observar homens manobrando trens, decidiu conversar com um deles, que lhe revelou uma oportunidade: a empresa estava abrindo vagas para mulheres no setor.
Foi assim que, há cerca de um ano, Natália começou a realizar o sonho de conduzir uma locomotiva, superando as barreiras de um setor com pouca presença feminina.
O crescente movimento: um novo olhar sobre o setor ferroviário
O exemplo de Natália não é isolado.
Nos últimos cinco anos, a Rumo Logística intensificou seu movimento de inclusão, promovendo a capacitação e contratação de mulheres para funções tradicionais do setor ferroviário.
No ano ado, a empresa formou a primeira turma de maquinistas compostas por mulheres, com cerca de 40 participantes, que receberam treinamentos especializados nas cidades de Araraquara e Rio Claro, em São Paulo.
Esse movimento tem crescido a os largos, com o número de mulheres no quadro da Rumo saltando de 830, em 2022, para 1.250 no ano ado, representando um aumento de 15%.
Além disso, as mulheres já ocupam 30% dos cargos de liderança na empresa, com duas delas ocupando posições de vice-presidência.
Mudança no setor: mais do que um número crescente
Para Bruna Alcântara Perpétuo, vice-presidente de Gente, Cultura e Segurança da Rumo, essa mudança é mais do que apenas números.
“Quando você cria um grupo diverso, cria possibilidade de desenvolver ideias e opiniões distintas que tornam uma tomada de decisão mais assertiva.”
Esse pensamento reflete o entendimento de que a presença feminina não só traz novos olhares, mas também contribui para um ambiente de trabalho mais produtivo e inovador.
Essa transformação não se limita apenas à Rumo Logística, mas tem se espalhado para outras empresas do setor.
A construção da ferrovia estadual em Mato Grosso, prevista para ser concluída no início da próxima década, tem sido um exemplo de como as mulheres têm ocupado funções de engenharia, segurança do trabalho e planejamento, áreas historicamente associadas aos homens.
A maior visibilidade e a crescente presença feminina nesse tipo de projeto são um reflexo claro da mudança de mentalidade que vem acontecendo no Brasil.
CCR Metrô Bahia: A Inclusão Chegou ao Metrô de Salvador
Na capital baiana, Salvador, outra concessionária tem se destacado nesse processo de inclusão: a CCR Metrô Bahia.
A empresa é responsável pelo transporte de mais de 400 mil ageiros por dia, em um sistema ferroviário de 38 quilômetros que a por 22 estações e 10 terminais integrados.
A presença de mulheres nas funções de liderança é uma realidade crescente. Hoje, 32% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres, um número que a empresa pretende aumentar nos próximos anos.
Steffane Souza Guimarães, operadora de trem há nove anos e nove meses, é uma das principais representantes dessa nova era no metrô baiano.
Para ela, “o fato de sua função ser tradicionalmente masculina não é uma limitação, mas uma motivação para provar sua competência.”
“Me sinto totalmente capaz de exercer não só essa função, como muitas outras porque sou forte e muito determinada. Para mim, não existem funções de homem ou mulher, mas funções que exigem pessoas motivadas a fazer dar certo”, afirmou.
Investindo na sensibilização e na capacitação feminina
A CCR Metrô Bahia, assim como outras empresas do setor, tem se esforçado não só para contratar mais mulheres, mas também para sensibilizar o público masculino sobre a importância dessa mudança.
Investir na sensibilização do público masculino é uma das estratégias da empresa para fortalecer a presença feminina no setor.
A importância da mudança de mentalidade para a sociedade e para as empresas
A presença crescente de mulheres nas ferrovias e metrôs não é apenas um reflexo da mudança social em curso, mas também uma oportunidade para as empresas repensarem suas estratégias de inclusão e gestão de talentos.
A transformação do setor ferroviário está intimamente ligada a essa mudança de mentalidade.
A quebra de estereótipos sobre o que homens e mulheres podem ou não fazer abre portas para um futuro mais justo e igualitário, onde as oportunidades são determinadas pelo talento e não pelo gênero.
A importância de persistir e se reinventar
Steffane Souza Guimarães também compartilhou seu ponto de vista sobre os desafios enfrentados por mulheres em um setor predominantemente masculino.
Para ela, a chave para o sucesso é a persistência, o autocontrole e a capacidade de lidar com as intercorrências do dia a dia.
A preparação e o esforço são fundamentais para superar obstáculos e alcançar o sucesso.
“Eu estava disposta a superar tudo isso, porque o desafio é justamente o que me move, me torna mais forte, mais resistente e me faz evoluir como pessoa e como profissional”, disse Steffane, refletindo a perseverança que se tornou uma característica comum entre as mulheres que têm trilhado esse caminho.
O futuro das ferrovias e o papel das mulheres
A transformação que as mulheres estão promovendo nas ferrovias e sistemas de metrô brasileiros é um exemplo claro de como a inclusão e a diversidade podem ser catalisadores de mudanças significativas no mercado de trabalho.
A presença feminina em funções tradicionais e de liderança nesse setor não apenas desafia estereótipos, mas também amplia as possibilidades de crescimento e inovação.
Como Natália, Steffane e outras mulheres têm mostrado, não existem limites para o que as mulheres podem conquistar nos trilhos, se o caminho for pavimentado com oportunidades e o reconhecimento do seu potencial.
