A ascensão meteórica e a queda inesperada de uma gigante da moda jovem revelam segredos e desafios que poucos conhecem, expondo as transformações radicais que moldam o futuro do varejo de roupas íveis no mundo contemporâneo.
A Forever 21, uma das marcas mais emblemáticas da moda jovem e ível, enfrenta um momento histórico ao anunciar a falência nos Estados Unidos e o fechamento de mais de 300 lojas físicas em todo o país.
Esse movimento revela não apenas o colapso financeiro da gigante do fast fashion, mas também a transformação profunda que o mercado da moda está vivendo diante das mudanças no comportamento do consumidor e da digitalização acelerada do varejo.
Fundada em 1984 em Los Angeles, a Forever 21 rapidamente conquistou fama mundial graças a seu modelo de negócios baseado em preços baixos e lançamentos frequentes de coleções alinhadas às últimas tendências.
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No entanto, conforme especialistas do setor alertavam, o ritmo acelerado de crescimento, combinado à falta de adaptação às demandas contemporâneas, acabou levando a empresa ao seu maior desafio desde a fundação.
Mudanças no comportamento do consumidor colocam o modelo tradicional em xeque
Um dos fatores centrais para o declínio da Forever 21, segundo analistas, foi a transformação do perfil do consumidor, especialmente entre os jovens.
As novas gerações valorizam cada vez mais a sustentabilidade, a ética na produção e a transparência das marcas, pontos em que a Forever 21 sofreu duras críticas ao longo dos anos.
Além disso, a popularização do comércio eletrônico e das redes sociais como plataformas de venda direta reduziram drasticamente a necessidade de grandes redes físicas.
Os consumidores atuais buscam experiências digitais personalizadas e práticas, o que torna o modelo tradicional de lojas espalhadas em grandes centros comerciais menos atrativo.
Concorrência acirrada e gestão que não acompanhou o ritmo
A Forever 21 enfrentou forte competição de gigantes do fast fashion como Zara, H&M e Shein, que conseguiram se reinventar com mais agilidade, adotando tecnologia para monitorar tendências em tempo real e aprimorar suas cadeias de suprimentos.
Enquanto essas marcas investiam em inovação digital e estratégias de produção sob demanda, a Forever 21 manteve uma expansão agressiva, que aumentou seus custos fixos, como aluguel e manutenção de dezenas de lojas ao redor do mundo.
No Brasil, a rede chegou a ter 15 lojas, mas encerrou suas operações em 2022, após resultados insatisfatórios.
Outro ponto crítico foi a gestão interna, com erros estratégicos evidentes na istração de estoques.
Produtos defasados e excesso de mercadoria encalhada nas prateleiras agravaram o quadro financeiro.
Histórico da crise: de 2019 a 2025
O sinal mais claro da crise aconteceu em 2019, quando a Forever 21 entrou com pedido de proteção judicial contra falência, o chamado Chapter 11 nos Estados Unidos.
Na época, a marca fechou mais de 100 lojas como parte de um plano de reestruturação.
Apesar de tentativas para recuperar o fôlego, com aporte de novos investidores e mudanças no modelo de negócios, os esforços não foram suficientes para evitar a falência definitiva, anunciada em 2025.
Agora, o fechamento de mais de 300 lojas nos EUA marca o maior retrocesso da empresa, que antes figurava entre as líderes do varejo de moda jovem.
O que acontece com a Forever 21 fora dos Estados Unidos?
Apesar da falência nos Estados Unidos, as operações internacionais seguem em funcionamento.
Conforme a Authentic Brands Group (ABG), empresa detentora dos direitos da marca, a estratégia atual foca em licenciar a Forever 21 para operadores locais em diferentes países.
Isso significa que a marca pode continuar ativa em mercados onde o potencial de consumo justifique a presença, ainda que em formatos diferentes dos tradicionais.
No Brasil, as lojas foram encerradas em 2022, após a tentativa de expansão malsucedida.
A lição do caso Forever 21 para o futuro do varejo de moda
O caso da Forever 21 reforça uma lição que já é consenso entre especialistas: a transformação digital é imprescindível para a sobrevivência no mercado varejista atual.
Marcas que negligenciam canais digitais e a personalização da experiência de compra correm risco de perder relevância rapidamente.
Além disso, o consumidor contemporâneo exige responsabilidade social e ambiental das empresas.
A falta de transparência da Forever 21 sobre condições de trabalho e práticas sustentáveis afetou sua imagem e contribuiu para a perda de fidelidade do público.
Fast fashion em transformação
Embora a demanda por moda rápida e ível ainda exista, o modelo de fast fashion tradicional está sendo reavaliado.
Marcas como Shein utilizam dados em tempo real para ajustar a produção à demanda, enquanto outras investem em moda circular, coleções cápsula e reaproveitamento de materiais, atendendo a consumidores mais conscientes.
O que esperar do futuro da Forever 21?
A Authentic Brands Group anunciou que pretende continuar explorando o potencial da Forever 21 por meio de licenciamentos, com foco em operações online e parcerias locais.
Um possível retorno da marca ao mercado pode acontecer em um formato mais enxuto, digitalizado e alinhado aos valores de responsabilidade social, diferente da estratégia anterior baseada em lojas físicas massivas.
Impacto para o setor de moda e varejo
O fim da Forever 21 como conhecíamos pode marcar o início de uma nova era no varejo de moda, em que inovação, sustentabilidade e relacionamento direto com o consumidor serão fundamentais para o sucesso.
Investidores, consumidores e profissionais do setor devem acompanhar atentamente os próximos os da ABG para avaliar se a Forever 21 ainda poderá representar uma força relevante para o público jovem ou se será apenas mais uma marca icônica a desaparecer da cena global.
E você, como vê o futuro da moda rápida diante das mudanças de comportamento dos consumidores?
A queda da Forever 21 é um sinal de que marcas tradicionais precisam mudar urgentemente ou há espaço para novos modelos de negócio?
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