Surge um império bilionário da carne: Marfrig e BRF podem formar a maior potência alimentícia do Brasil, com faturamento de R$ 150 bilhões e presença em mais de 100 países!
Duas gigantes brasileiras do setor alimentício estão prestes a dar um o histórico. Marfrig, uma das maiores produtoras de carne bovina do mundo, e BRF, reconhecida por marcas como Sadia e Perdigão, anunciaram um plano de fusão total que pode redesenhar o mapa global da indústria de proteínas. A operação, avaliada em cerca de R$ 17 bilhões, poderá dar origem à MBRF Global Foods Company S.A., um novo colosso com faturamento estimado em R$ 150 bilhões e presença em mais de 100 países.
A fusão que promete transformar o mercado de alimentos
O anúncio oficial veio por meio de um comunicado conjunto divulgado pelas duas empresas, onde informaram que a Marfrig, que já detém 50,49% das ações da BRF, busca agora adquirir os 49,51% restantes. A proposta será votada em assembleias extraordinárias de acionistas no dia 18 de junho, e, caso seja aprovada, a BRF se tornará uma subsidiária integral da Marfrig, encerrando sua negociação na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
O processo será feito por meio de troca de ações: cada acionista da BRF (exceto a própria Marfrig) poderá receber 0,8521 ações ordinárias da Marfrig por cada ação ordinária que possua da BRF. Alternativamente, haverá a opção de um pagamento em dinheiro de até R$ 19,89 por ação.
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Por que essa fusão é estratégica?
A união dessas duas empresas não é apenas um movimento corporativo, trata-se de uma reestruturação estratégica do mercado global de proteínas. Com a fusão, a nova companhia poderá competir diretamente com outros gigantes do setor, como a norte-americana Tyson Foods e a também brasileira JBS.
A Marfrig é referência mundial em carne bovina, com forte atuação na América do Sul e América do Norte. Já a BRF domina o mercado de carne de frango e alimentos industrializados, com marcas profundamente enraizadas no cotidiano dos brasileiros. A sinergia entre os negócios deve proporcionar ganho de escala, redução de custos operacionais e expansão para novos mercados.
Números que impressionam
A Marfrig começou 2025 com resultados robustos. No primeiro trimestre, registrou um lucro líquido de R$ 88 milhões, alta de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior. Sua receita líquida alcançou R$ 38,6 bilhões, com EBITDA ajustado de R$ 3,2 bilhões e margem de 8,3%.
As operações sul-americanas foram destaque, com crescimento de 24,6% no volume de vendas (206 mil toneladas) e receita de R$ 4,1 bilhões. Já o EBITDA da região avançou 56%, somando R$ 452,9 milhões. Na América do Norte, os resultados também foram expressivos: US$ 3,266 bilhões em receita líquida, 15,4% a mais do que no primeiro trimestre de 2024.
A BRF, por sua vez, também mostrou desempenho positivo nos últimos trimestres, o que torna a fusão ainda mais estratégica. As duas empresas já vinham ampliando parcerias operacionais, reduzindo custos conjuntos e explorando novas oportunidades comerciais. Agora, o movimento é de consolidação total.
Sustentabilidade e reconhecimento internacional
Outro ponto relevante é a crescente valorização das boas práticas ambientais. A Marfrig recebeu a nota máxima do CDP (Carbon Disclosure Project) nas categorias de Clima, Segurança Hídrica e Florestas, um feito inédito entre empresas das Américas e do setor alimentício. Isso posiciona a companhia como referência em sustentabilidade, o que tende a atrair investidores internacionais e parcerias comerciais com países que exigem compromissos ambientais mais rígidos.
“Ao longo dos últimos meses, intensificamos as sinergias com a BRF, ampliamos nossa presença global e mantivemos nosso compromisso com uma pecuária sustentável, rastreável e livre de desmatamento”, afirmou Marcos Molina, presidente dos conselhos de istração das duas empresas.
O que muda para o consumidor brasileiro?
No curto prazo, é pouco provável que os consumidores percebam mudanças imediatas nos preços ou produtos nas gôndolas. Entretanto, a nova estrutura pode gerar ganhos de eficiência que eventualmente se reflitam em maior competitividade, inovação de produtos e até exportações mais agressivas.
Além disso, com marcas como Sadia, Perdigão, Qualy e outras sob o mesmo guarda-chuva, a MBRF poderá concentrar ainda mais seu poder de barganha sobre o varejo, influenciando as estratégias de distribuição e marketing no setor de alimentos processados.
E o que pensa o mercado?
Analistas financeiros observam o movimento com otimismo, mas também com cautela. A fusão de duas companhias de grande porte exige tempo, integração de sistemas e alinhamento cultural. Há também desafios regulatórios e sindicais que podem surgir no caminho.
No entanto, a tendência é que, uma vez consolidada, a MBRF ganhe musculatura suficiente para atuar de forma ainda mais agressiva no mercado internacional de proteínas, reforçando o protagonismo do Brasil como potência global do agronegócio.