Entre 2010 e 2020, a Mata Atlântica perdeu 186 mil hectares de vegetação nativa, com Minas Gerais e Bahia concentrando 60% da destruição – Impactos no clima, na biodiversidade e na oferta de água são devastadores!
A Mata Atlântica segue encolhendo a uma velocidade preocupante. Um estudo publicado na revista científica Nature Sustainability revelou que, entre 2010 e 2020, mais de 186 mil hectares de floresta nativa desapareceram – o equivalente a quase 200 mil campos de futebol. Isso significa que, a cada dia, enormes áreas desse bioma essencial são convertidas em pastagens, plantações ou loteamentos.
Os dados foram levantados por cientistas da Fundação SOS Mata Atlântica, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa identificou mais de 14 mil áreas desmatadas ao longo de uma década, muiitas delas em propriedades privadas e com sinais evidentes de desmatamento ilegal.
O impacto alarmante do desmatamento na Mata Atlântica
O desmatamento da Mata Atlântica não é um fenômeno isolado, mas sim um processo contínuo que se intensifica a cada ano. O levantamento aponta que a destruição ocorre em todos os 17 estados que possuem áreas do bioma, mas o problema é mais grave em Minas Gerais e Bahia, que concentraram 60% da perda total. Esses dois estados foram responsáveis por metade da área de floresta madura desmatada no período analisado.
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Outros estados também sofrem com o avanço da degradação ambiental. Paraná e Santa Catarina aparecem logo atrás, representando 12% e 4% da perda de vegetação, respectivamente. Com isso, a paisagem da Mata Atlântica está mudando rapidamente, colocando em risco ecossistemas inteiros.
Por que a Mata Atlântica está desaparecendo?
A conversão da floresta para outros usos é o principal motivo desse desmatamento. Entre os responsáveis pela devastação do bioma, destacam-se:
Expansão agropecuária e silvicultura
- A pecuária e a silvicultura (plantio de árvores para extração de madeira e celulose) são os grandes vilões na Bahia e em Minas Gerais. No primeiro, 36% das terras desmatadas foram convertidas em pastagens, enquanto no segundo, 33% da floresta cedeu espaço para plantações de eucalipto.
Agricultura temporária e urbanização
- No Sul do Brasil, o desmatamento segue uma lógica diferente: 41% das áreas devastadas foram destinadas à agricultura temporária, prejudicando a regeneração da floresta.
- A urbanização desordenada também ameaça a Mata Atlântica, com cidades crescendo sobre áreas que deveriam ser protegidas.
As consequências da destruição
O desmatamento não é apenas um problema ambiental, mas um risco direto para a vida humana. A destruição da Mata Atlântica traz impactos profundos para a biodiversidade, o clima e a segurança hídrica.
Perda de biodiversidade
Esse bioma é um dos mais ricos em diversidade do mundo, abrigando milhares de espécies endêmicas, ou seja, que não existem em nenhum outro lugar. Com o desmatamento, muitas dessas espécies correm risco de extinção, o que afeta o equilíbrio ecológico da região.
Impactos no clima e na oferta de água
A Mata Atlântica desempenha um papel essencial na regulação climática e no regime hídrico. Com a destruição das florestas:
- A oferta de água é reduzida, prejudicando rios e reservatórios;
- O risco de secas e enchentes aumenta, colocando milhões de pessoas em perigo;
- O bioma perde resiliência diante das mudanças climáticas, tornando o Brasil mais vulnerável a eventos extremos.
E muito triste essa situação vamos ser otimistas e achar que a situação vai melhorar.