Apesar da queda no desemprego, o Brasil enfrenta uma crise de escassez de mão de obra qualificada. Setores como construção civil e varejo sofrem com a falta de profissionais capacitados. Especialistas alertam para a necessidade urgente de programas de qualificação e ajustes em políticas assistenciais para reverter esse cenário em 2025.
O Brasil enfrenta um paradoxo econômico: apesar do crescimento do emprego, empresas relatam dificuldade para preencher vagas em diversos setores.
A escassez de trabalhadores afeta desde cargos operacionais até funções especializadas, criando um obstáculo para a expansão dos negócios no país.
Segundo dados recentes, a taxa de desemprego atingiu 6,2% no fim de 2024, o menor nível desde 2012, e o contingente de ocupados subiu para 104 milhões.
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Contudo, muitas empresas relatam dificuldades para contratar, o que indica um problema estrutural no mercado de trabalho.
De acordo com a Revista Veja, o temor de perder o Bolsa Família e a falta de qualificação são apontados como algumas das principais razões para esse cenário.
Expansão dos programas sociais e seu impacto no trabalho
O Bolsa Família, criado em 2004, ou por mudanças nos últimos anos.
Durante o governo Bolsonaro, o programa foi reformulado como Auxílio Brasil e o valor médio do benefício saltou de R$ 200 para R$ 600 mensais.
O número de lares atendidos também aumentou, ando de 14 milhões para mais de 20 milhões.
Economistas, como Daniel Duque, da Fundação Getulio Vargas (FGV), apontam que existe uma relação entre a ampliação do programa e a redução da oferta de trabalhadores, especialmente em setores de baixa remuneração.
Dados da FGV indicam que 19% das empresas enfrentam dificuldades para encontrar trabalhadores para cargos elementares.
Setores mais afetados pela escassez de mão de obra
A falta de trabalhadores impacta vários segmentos da economia. Na construção civil, 82% das empresas relatam problemas para contratar ou reter funcionários.
O setor varejista também sofre com a escassez, afetando 77% das empresas. A indústria e o setor de serviços seguem uma tendência similar.
No Mato Grosso do Sul, por exemplo, a Federação das Indústrias do Estado (Fiems) estima que existam 25 mil vagas abertas, algumas há mais de um ano, por falta de candidatos qualificados.
Segundo Sérgio Longen, presidente da Fiems, “muitas fábricas tiveram que congelar planos de expansão devido à dificuldade de encontrar trabalhadores”.
Falta de qualificação profissional e soluções propostas
A baixa qualificação profissional é outro desafio significativo. Levantamento da FGV revela que 65% das empresas têm dificuldades para encontrar trabalhadores qualificados.
O avanço da tecnologia e a mudança nos hábitos de consumo também impactam o mercado de trabalho, tornando algumas funções obsoletas e aumentando a demanda por novas habilidades.
Especialistas sugerem que o governo deve vincular o Bolsa Família a programas de qualificação profissional para facilitar a transição dos beneficiários para o mercado de trabalho.
Atualmente, 45% das empresas investem em treinamento interno para suprir a falta de mão de obra qualificada, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Mudanças culturais e novos formatos de trabalho
O perfil dos trabalhadores também tem mudado.
Muitos jovens priorizam flexibilidade, trabalho remoto e qualidade de vida, o que influencia a oferta de mão de obra para empregos tradicionais.
Uma pesquisa do Instituto Ideia revelou que 30% dos jovens brasileiros sonham em empreender, e muitos já abriram seus próprios negócios.
A digitalização acelerada também transformou setores como o varejo.
Com o crescimento do e-commerce, a demanda por vendedores caiu, enquanto a procura por profissionais de tecnologia e logística explodiu.
Isso contribui para o descomo entre a mão de obra disponível e as necessidades do mercado.
Para especialistas, o Brasil enfrenta um desafio duplo: reduzir a dependência dos programas assistenciais e qualificar a mão de obra para atender às novas demandas do mercado.
A queda no desemprego é um dado positivo, mas a escassez de trabalhadores qualificados mostra que há muito a ser feito.
Para garantir o crescimento sustentável das empresas, será necessário investir em educação profissional e criar políticas que incentivem a entrada dos beneficiários dos programas sociais no mercado de trabalho.
A bolsa deve ser de estudo e qualificação profissional. Assistencialismo só para crianças e idosos em situação de risco. Já vi pessoas que são carentes e que recebem auxílio, mas que estão em perfeita condição para trabalhar.
Outro fator que considero importante ser estudado, são as famílias com pessoas dependentes por transtornos ou enfermidades. Com as novas políticas de acolhida das pessoas com problemas psiquiátricos e o aumento na quantidade de crianças com transtornos ou autismo, dificulta o compromisso do trabalhador que tem de cuidar ou faltar o trabalho para cuidar do familiar dependente.
Os problemas de cunho psiquiátricos, outras doenças e o aumento na quantidade de idosos em proporção a população jovem, também é um elemento que dificulta o compromisso de um trabalhador numa empresa. Infelizmente as vezes tem que faltar trabalho para os cuidados médicos ou atenção em crises.
Estamos vivenciando tais situacoes em família. Infelizmente.
Continuam incessantemente,divulgando essa mentira aos 4 ventos e os empresarios e empregadores nunca fazem uma autocrítica,com o salário de fome que pagam,qualquer um trabalhando em casa,ganha mais,na area da construção civil especificamente,o ambiente é pessimo,baixos salarios,sem perspectivas e ou benefícios,além de tudo,sem as mínimas condições de trabalho,na verdade quem precisa de qualificação são os empresários para aprenderem a lidar com trabalhadores mais exigentes e um mercado de trabalho com mais opções