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Mercado Livre vendendo coisas piratas? Veja como a Anatel pode derrubar o site com multas de R$ 50 milhões!

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 28/05/2025 às 21:23
Atualizado em 29/05/2025 às 17:27
Anatel aplica multas milionárias contra marketplaces que vendem eletrônicos piratas; Mercado Livre e Amazon no centro da fiscalização no Brasil.
Anatel aplica multas milionárias contra marketplaces que vendem eletrônicos piratas; Mercado Livre e Amazon no centro da fiscalização no Brasil.

Grandes marketplaces enfrentam ações da Anatel devido à venda de eletrônicos irregulares, com multas milionárias que podem transformar o comércio online no Brasil e mexer no jogo das grandes empresas de tecnologia e varejo digital.

A venda de produtos eletrônicos irregulares tem sido uma preocupação crescente no Brasil, especialmente em grandes marketplaces como o Mercado Livre.

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), grande parte dos eletrônicos piratas apreendidos no país tem origem nessas plataformas online.

A superintendente de fiscalização da Anatel, Gesiléa Fonseca Teles, revelou em coletiva nesta segunda-feira (26) que muitos desses dispositivos não am pela homologação exigida e circulam com notas fiscais fraudulentas, causando prejuízos ao fisco e riscos aos consumidores.

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Segundo dados da Anatel, já foram aplicadas multas que somam R$ 7 milhões contra plataformas que comercializam aparelhos eletrônicos irregulares, como celulares, drones e notebooks.

O Mercado Livre, plataforma de origem argentina, lidera as autuações, respondendo sozinho por mais de R$ 6 milhões desse total.

Esse valor reflete o resultado de várias diligências feitas nos centros de distribuição dessas empresas.

A pirataria eletrônica impacta significativamente as finanças públicas brasileiras.

Conforme estimativas da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o mercado ilegal de smartphones causou uma evasão fiscal de aproximadamente R$ 3,5 bilhões em 2024.

A entidade também calcula que mais de 5,46 milhões de smartphones não homologados foram vendidos no país no último ano, enquanto a Receita Federal apreendeu cerca de 650 mil aparelhos contrabandeados.

Outras grandes varejistas como Amazon, Americanas, Magazine Luiza e Shopee também foram multadas pela comercialização de produtos irregulares.

As companhias, segundo informações, já foram notificadas e estão recorrendo istrativamente contra as autuações.

Porém, Mercado Livre e Amazon contestam judicialmente a competência da Anatel para regular o comércio eletrônico e a internet, alegando que essas atividades extrapolam o âmbito definido pela lei que rege o regulador.

Competência da Anatel e decisões judiciais

A superintendente da Anatel, Gesiléa Fonseca Teles, afirmou que a agência já obteve decisões provisórias favoráveis nos tribunais, reconhecendo a responsabilidade dos marketplaces na venda desses dispositivos ilegais.

O julgamento dos recursos está marcado para junho, e uma decisão definitiva pode levar até ao bloqueio temporário ou definitivo dos sites.

Além disso, a Anatel mantém uma medida cautelar que permite aplicar multas que podem atingir R$ 50 milhões e até determinar a suspensão das plataformas que não retirarem anúncios de produtos irregulares.

Na primeira fiscalização detalhada em junho, a agência constatou que 43% dos aparelhos vendidos no Mercado Livre eram piratas, percentual superado apenas pela Amazon, onde o índice chegou a 51,25%.

A maioria desses anúncios oferecia smartphones.

Sobre as denúncias, o Mercado Livre afirma que recebeu as críticas com surpresa.

François Martins, diretor de relações governamentais da empresa, explicou que o último relatório oficial da Anatel, divulgado em julho de 2024, apontou apenas 5,8% de celulares ilegais na plataforma — um número dentro do limite máximo permitido de 9%.

Segundo ele, a companhia adotou medidas rigorosas para exigir que vendedores só ofertem produtos homologados, disponíveis em um catálogo .

No entanto, Gesiléa Teles destaca que a fiscalização continua em vigor, e a medida cautelar ainda está ativa, sem punições definitivas aplicadas no momento.

Fiscalização intensificada e apreensões

Nesta segunda-feira (26), a Anatel intensificou as operações de fiscalização nos centros de distribuição do Mercado Livre, Amazon e Shopee, espalhados por São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás e Bahia.

Durante essas ações, já foram apreendidos drones e smartphones irregulares, e as operações seguem até terça-feira (27).

Segundo o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, os marketplaces são a principal porta de entrada desses produtos ilegais no Brasil, facilitando o o do consumidor a aparelhos não certificados.

A fiscalização é feita a partir do monitoramento de anúncios online, que subsidia as visitas às instalações das empresas para coibir a circulação desses produtos.

A Amazon, por sua vez, afirma em nota que não comercializa produtos irregulares e exige que seus parceiros ofereçam apenas itens devidamente licenciados e homologados.

A empresa reforça ainda o compromisso com a Anatel desde 2023, mantendo uma colaboração contínua para proteger os consumidores brasileiros.

Impacto e opiniões de entidades do setor

A Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net) considera que bloquear os sites seria uma medida extrema que afetaria milhões de usuários e lojistas.

Segundo a entidade, as plataformas investem em tecnologia e equipes especializadas para detectar e retirar rapidamente anúncios irregulares, muitas vezes impedindo até mesmo a publicação desses anúncios.

A maioria dos produtos contrabandeados são vendidos por pequenas lojas hospedadas dentro dos marketplaces, muitas delas operadas por comerciantes de origem chinesa que oferecem marcas como Xiaomi, RealMe e Oppo.

Esses aparelhos não seguem os padrões de qualidade brasileiros e são vendidos a preços baixos, geralmente com notas fiscais falsas.

O Mercado Livre destaca que também sofre com a fraude documental promovida por esses vendedores.

Além do impacto financeiro, a Anatel alerta para os riscos à segurança dos consumidores, já que aparelhos não homologados não am por testes rigorosos, podendo apresentar falhas graves como explosão de baterias.

Notificações e ações conjuntas

Em dezembro de 2024, o Ministério da Justiça notificou Mercado Livre e Amazon devido à venda de aparelhos irregulares.

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) identificou que muitos vendedores cadastrados apenas com F realizam vendas expressivas sem emissão de nota fiscal, violando o Código de Defesa do Consumidor.

Operações conjuntas da Receita Federal e polícias civis dos estados de Mato Grosso e Paraná revelam que uma das principais rotas de entrada dos eletrônicos contrabandeados é a fronteira com o Paraguai, além de aeroportos que recebem produtos sem a documentação adequada.

Recentemente, o deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP) propôs um projeto de lei para responsabilizar os marketplaces pelo calote tributário gerado pelo contrabando de aparelhos eletrônicos, buscando fortalecer o combate à pirataria digital.

Perspectivas e desdobramentos

O enfrentamento à venda de eletrônicos piratas nas plataformas online tem sido intensificado, mas a disputa judicial sobre a competência da Anatel ainda é um entrave.

Enquanto isso, consumidores e o governo acompanham atentos os desdobramentos das ações, que podem redefinir o futuro do comércio eletrônico no Brasil.

Você já teve alguma experiência com produtos eletrônicos irregulares comprados online?

O que acha que deve ser feito para proteger o consumidor brasileiro? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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