Ministro promete cumprir a antiga promessa de Dilma Rousseff de “armazenar vento”. O governo aposta em tecnologias inovadoras para melhorar a eficiência energética no Brasil.
Em um cenário de crescente busca por fontes de energia mais limpas e sustentáveis, o Brasil continua a explorar novas formas de otimizar a produção e o consumo de energias renováveis.
O país, que já é referência em energia eólica e solar, agora mira em um desafio antigo: armazenar o vento.
Esta ambiciosa proposta foi recentemente relembrada pelo atual Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que, em um evento, reforçou o compromisso de seguir adiante com o plano de implementar tecnologias capazes de capturar e armazenar a energia gerada pelo vento e pelo sol.
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A ideia de “armazenar vento” não é nova, e remonta a 2015, quando a então presidente Dilma Rousseff fez a declaração durante uma reunião da ONU sobre mudanças climáticas.
Na ocasião, Dilma discutia a intermitência das fontes renováveis, como a energia solar e eólica, e a necessidade urgente de desenvolver tecnologias que permitissem armazenar essa energia para momentos em que o consumo fosse maior do que a produção.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, essa promessa, até então tida como um desafio técnico e científico, pode estar mais próxima de ser cumprida do que muitos imaginavam.
A visão de Dilma e o desafio do armazenamento de energia
Quando Dilma Rousseff abordou o tema do armazenamento de energia, ela usou uma metáfora simples para explicar a dificuldade técnica que enfrentava: “O vento podia ser isso, também, mas a gente não conseguiu ainda tecnologia para estocar vento”.
Essa declaração, na época, gerou risos e memes nas redes sociais, mas refletia uma realidade do setor energético.
Embora a energia hidrelétrica seja a mais barata e ível em termos de manutenção e armazenamento, fontes intermitentes como o vento e o sol ainda enfrentam o obstáculo de não terem uma solução viável para garantir a continuidade do fornecimento de energia.
A questão da intermitência é um dos maiores desafios enfrentados pelas energias renováveis. Isso ocorre porque a produção dessas fontes não segue uma programação fixa e pode ser imprevisível.
No caso da energia eólica, por exemplo, a produção de eletricidade pode ser maior à noite, quando o vento é mais constante, mas o consumo é menor.
Portanto, é necessário encontrar formas de “armazenar” essa energia gerada para garantir que ela esteja disponível quando o consumo de energia aumentar, como durante o dia.
O avanço do armazenamento de energia no Brasil
Foi com esse cenário em mente que o atual ministro Alexandre Silveira anunciou uma nova estratégia para o setor.
Durante sua fala, ele afirmou que até o meio de 2025, o Brasil realizará o primeiro leilão de sistemas de baterias para armazenar energia gerada por fontes eólicas e solares.
O objetivo é criar um sistema de armazenamento que permita que a energia produzida durante períodos de baixa demanda seja armazenada e utilizada nos momentos em que o consumo aumenta.
“Eu quero armazenar o vento. Eu vou armazenar o vento”, disse Silveira.
Ele também destacou que, com o desenvolvimento dessas baterias, será possível garantir que, mesmo quando o vento parar, a energia armazenada nas baterias possa ser liberada para manter a estabilidade do sistema elétrico.
Além disso, a ideia também se aplica à energia solar.
O ministro mencionou que a tecnologia de armazenamento permitirá “armazenar o sol”, de modo a garantir que a energia gerada durante o dia seja aproveitada também à noite, quando a demanda por eletricidade é maior.
Esse avanço pode colocar o Brasil na vanguarda das tecnologias de armazenamento de energia, tornando-se um dos primeiros países a implementar soluções tão inovadoras.
O papel das baterias no futuro da energia renovável
A introdução de sistemas de armazenamento de energia por meio de baterias pode representar uma verdadeira revolução no setor elétrico, principalmente em países que, como o Brasil, possuem um vasto potencial para gerar energia solar e eólica.
Esses sistemas de baterias, uma vez desenvolvidos e íveis em termos de custo-benefício, permitirão que as fontes intermitentes de energia, como o vento e o sol, se tornem mais seguras e confiáveis, mesmo quando a produção dessas fontes não for constante.
Hoje, as usinas eólicas no Brasil já representam uma parte significativa da capacidade de geração de energia, com cerca de 16% da potência instalada do país.
Além disso, a energia solar tem se expandido de forma impressionante, representando atualmente cerca de 8,4% do total da matriz elétrica brasileira.
A combinação dessas duas fontes renováveis com sistemas de armazenamento poderá garantir que o Brasil continue avançando na transição energética e se torne cada vez mais independente de fontes de energia não renováveis.
O futuro das energias renováveis no Brasil
A implementação desses sistemas de armazenamento de energia e a expansão das fontes renováveis são os importantes para o futuro energético do Brasil.
O país se destaca mundialmente pela sua matriz elétrica limpa, e com o desenvolvimento de novas tecnologias de armazenamento, o Brasil pode consolidar ainda mais sua posição de liderança no uso de fontes renováveis.
Em setembro de 2024, o Ministério de Minas e Energia (MME) iniciou uma consulta pública para colher sugestões sobre o edital do leilão de reserva de capacidade para sistemas de armazenamento de energia.
O processo de consulta foi finalizado em outubro, e a previsão é de que o leilão aconteça até junho de 2025.
Esse leilão é uma das primeiras grandes etapas do governo para garantir a viabilidade dos novos sistemas de armazenamento e para reforçar a infraestrutura do setor elétrico nacional.
O impacto das energias renováveis no Brasil
As energias eólica e solar estão ganhando cada vez mais destaque na matriz energética do Brasil, e com o aumento de sua capacidade de geração, o país deve alcançar uma maior segurança energética nos próximos anos.
De acordo com o governo, a diversificação da matriz energética e o aumento das fontes renováveis irão garantir a estabilidade e a sustentabilidade do sistema elétrico, permitindo que o Brasil continue a crescer sem comprometer o meio ambiente.