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Produção de biodiesel cresce no Brasil e Abiove defende elevação da mistura B15 no diesel nacional

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 21/05/2025 às 11:35
Instalação de biodiesel no Brasil com campo de soja e frasco de biocombustível em destaque
Campo de soja, frasco de biodiesel e usina ao fundo simbolizam o avanço da produção nacional de biocombustível

Queda nos preços do biodiesel e do óleo de soja reforça viabilidade

Conforme dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) em 8 de maio de 2025, o preço do biodiesel caiu aproximadamente 15% desde dezembro de 2024. Além disso, o valor do óleo de soja, principal matéria prima utilizada na produção de biodiesel, apresentou uma redução acumulada de 5,7% entre janeiro e abril deste ano, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Ainda que esses fatores econômicos apontem para um cenário favorável, a mistura obrigatória de biodiesel no diesel segue em 14% (B14) desde março de 2024, conforme decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A Abiove defende que a elevação da mistura para 15% (B15) é possível sem impacto nos preços finais ao consumidor, desde que aprovada ainda em 2025.

Capacidade industrial e safra de soja respaldam ampliação

O Brasil possui capacidade instalada para produzir até 10 bilhões de litros de biodiesel por ano, segundo dados da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio). A safra 2024/2025 de soja alcançou produção superior a 150 milhões de toneladas, conforme balanço divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O óleo de soja, que representa mais de 70% da matéria-prima utilizada no biodiesel nacional, está com disponibilidade estável. A substituição parcial do diesel fóssil por biodiesel pode contribuir com os compromissos climáticos firmados pelo Brasil. A estrutura produtiva do setor está pronta para atender a uma demanda maior caso o CNPE autorize o avanço do B15. A próxima reunião do conselho está prevista para dezembro de 2025, e até lá, o percentual atual segue em vigor.

Custos controlados e benefícios ambientais ampliam apoio à mistura B15 no diesel nacional

A justificativa para manter a mistura em 14%, apresentada pelo governo em 2024, foi o risco de alta inflacionária em função do preço do óleo de soja na época. Contudo, com a redução dos preços registrada em 2025, esse argumento perdeu força entre entidades do setor produtivo. Estudos publicados pela FGV Energia em março de 2025 indicam que a elevação da mistura teria impacto nulo sobre o preço do diesel na bomba, considerando os valores atuais de mercado. Adicionalmente, a produção de biodiesel no Brasil contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa e fortalece cadeias agrícolas ligadas à oleaginosa. A Abiove ressalta que a mudança seria gradual e avaliada por parâmetros técnicos definidos pelas autoridades reguladoras.

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Projeções para o B15 no diesel indicam impacto positivo na cadeia produtiva brasileira

Se o B15 vigorar em 2025, a demanda extra de biodiesel pode chegar a 650 milhões de litros, exigindo 700 mil toneladas de soja. Essa estimativa foi divulgada pela Abiove e é baseada nas projeções de consumo do diesel nacional ao longo do ano. Segundo o IBGE, o processamento de soja em 2025 pode atingir 57,5 milhões de toneladas, superando as 55,8 milhões de 2024. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avalia que o setor agroindustrial tem condições logísticas para atender à nova demanda.

Próximos os para a adoção da mistura B15 no diesel nacional dependem do CNPE

A proposta para avançar com a mistura B15 depende da decisão do Conselho Nacional de Política Energética, que se reunirá em dezembro de 2025. Enquanto isso, a Abiove continua dialogando com autoridades do governo e, além disso, apresenta dados técnicos e econômicos que comprovam a viabilidade da proposta. A entidade afirma que o setor está pronto para ajustar o fornecimento e, portanto, contribuir com a descarbonização e a redução dos combustíveis fósseis. Embora ainda não haja definição oficial, a expectativa é de que a decisão considere, sobretudo, os indicadores atualizados de produção, oferta e preços.




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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e s, faça contato no e-mail: [email protected].

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