Investimentos federais priorizam portos e estaleiros fluminenses, com obras previstas até 2028 e foco em empregos, sustentabilidade e competitividade logística nacional
No dia 9 de maio de 2025, o Fundo da Marinha Mercante (FMM) aprovou um pacote de R$ 6,6 bilhões destinado à modernização da infraestrutura portuária do Rio de Janeiro. Essa liberação ocorreu durante a primeira reunião do conselho do fundo em 2025, coordenada pelo Ministério de Portos e Aeroportos, liderado pelo ministro Silvio Costa Filho. Com isso, obras logísticas estão previstas para o segundo semestre de 2025, abrangendo os municípios de Itaguaí, Niterói e áreas estratégicas da Baía de Guanabara. Segundo o Ministério, o objetivo principal é promover crescimento econômico sustentável e geração de empregos por meio do fortalecimento da indústria naval regional. De acordo com a Agência Brasil, o pacote marca o maior investimento isolado aprovado pelo FMM em uma única reunião desde sua criação, em 1958.
Construção de navios da Petrobras e modernização do estaleiro Green Port
Entre os projetos destacados está a construção de quatro navios Handy pela Petrobras, com orçamento de R$ 1,5 bilhão e previsão de entrega até o final de 2029. Em nota oficial divulgada em 10 de maio de 2025, a empresa destacou que os navios serão destinados ao transporte de derivados de petróleo e reduzirão o custo com afretamento. A iniciativa também criará 640 empregos diretos, com as obras concentradas em estaleiros do estado, especialmente na região metropolitana do Rio. Além disso, a empresa Green Port, situada na Ilha da Conceição, em Niterói, investirá R$ 242,2 milhões para construir um novo dique flutuante até 2027. Por conseguinte, conforme relatório enviado ao Ministério, o objetivo será atender embarcações offshore de médio e grande porte, além de gerar 492 empregos diretos.
Terminal ITG 02 em Itaguaí reforça capacidade de exportação do estado
Enquanto isso, a Cedro Participações executará o terminal portuário ITG 02, em Itaguaí, voltado à exportação de minério de ferro. Segundo apresentação feita pela empresa em Brasília, o terminal contará com cais moderno, armazéns eficientes e sistemas de gestão energética sustentável. Com investimento total de R$ 3,5 bilhões, o projeto criará 2.847 empregos diretos e, além disso, deverá ser concluído até 2028. Por isso, em 13 de maio de 2025, o Diário Oficial da União confirmou a destinação dos recursos ao aprovar, finalmente, os três projetos prioritários do Rio. Os avaliadores selecionaram todos os empreendimentos com base em critérios técnicos, impacto social e viabilidade ambiental, seguindo as diretrizes da nova política portuária federal.
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Estratégia nacional prevê R$ 22 bilhões para reativação da indústria naval brasileira
Embora o estado do Rio concentre muitos investimentos, o FMM também aprovou R$ 22 bilhões, o que beneficia 26 projetos em outras regiões brasileiras. Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, a decisão integra uma estratégia nacional de reestruturação da logística marítima e da retomada da indústria naval brasileira. Em entrevista publicada no jornal O Globo, em 11 de maio de 2025, o ministro Silvio Costa Filho afirmou que os recursos representam um marco para a recuperação industrial do setor. Ele destacou que priorizaram o Rio de Janeiro por causa de sua posição geográfica estratégica, da infraestrutura instalada e da capacidade produtiva já consolidada. O Ministério, portanto, reforçou que ajustou os critérios de aprovação para, além disso, focar em resultados mensuráveis e, assim, estabelecer metas ambientais claras. Além disso, buscou garantir total transparência na aplicação dos recursos, o que, consequentemente, fortalece a confiança na gestão pública.
Sustentabilidade e inovação estão no centro dos projetos fluminenses
Os empreendimentos aprovados se destacam, pelo compromisso com práticas sustentáveis e soluções de alta eficiência ambiental. O terminal ITG 02, por exemplo, terá reaproveitamento de água, energia limpa e controle eletrônico de emissões, segundo dados técnicos apresentados pela Cedro Participações. Já a Green Port, conforme relatório ao Ministério do Meio Ambiente, comprometeu-se com o licenciamento ambiental completo e, além disso, com tecnologias de menor impacto offshore. Enquanto isso, a Petrobras anunciou que, com navios de design hidrodinâmico moderno, será possível reduzir o consumo de combustível em até 12%, de maneira eficiente. Por consequência, segundo a revista Portos e Navios, essas ações colocam o Rio de Janeiro no centro da logística portuária, com forte expectativa de crescimento até o final da década.