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A queda do Bitcoin pode ser resultado de fatores econômicos, decisões governamentais e movimentos do mercado. Os investidores avaliam os riscos e oportunidades diante dessa volatilidade
Compreender os fatores que influenciam o preço do Bitcoin nem sempre é simples, já que diversos catalisadores podem atuar simultaneamente. Esse parece ser o cenário atual, enquanto analistas do mercado buscam explicações para a recente queda da criptomoeda, que recuou até 28% em relação ao seu recorde de mais de $109.000, registrado em 20 de janeiro.
O mercado de criptomoedas sofreu o impacto, afetando outras moedas digitais como ethereum e solana.
A liquidação acontece após um período de alta alimentação pela expectativa de políticas desenvolvidas à criptoeconomia. O presidente Donald Trump prometeu transformar os EUA na capital mundial das criptomoedas durante sua campanha.
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O bitcoin chegou a ultraar os US$ 100.000 após sua vitória eleitoral, mas agora acumula perdas de cerca de 20% desde sua posse.
Impacto de indicadores econômicos
A queda no bitcoin e em outras criptomoedas ganhou força após a divulgação de um relatório que apontou uma redução maior do que o esperado na confiança do consumidor neste mês. O dado reforçou a preocupação do mercado sobre a economia dos EUA.
Paul Schatz, presidente da Heritage Capital, afirmou à ABC News que o cenário de risco no mercado se inverteu. “O tema ‘risco positivo’ agora é totalmente ‘sem risco’, como evidenciado pelos títulos finalmente se recuperando como um porto seguro, juntamente com bens de consumo básicos e serviços públicos.“
Schatz também destacou que muitas pessoas buscaram criptomoedas como alternativa de segurança, mas agora estão sendo penalizadas. “A criptomoeda se manteve notavelmente bem”, ele acrescentou. “Acho que muitas pessoas correram para ela como uma jogada de ‘segurança’ e agora estão sendo punidas.”
Influência política no mercado
A volatilidade do bitcoin também está ligada às expectativas dos investidores em relação às políticas do governo Trump. O presidente indicou nomes projetados para o setor de cargos estratégicos, como Paul Atkins para a Comissão de Valores Mobiliários (SEC).
No entanto, o mercado ainda espera medidas concretas que possam contribuir para a indústria de criptomoedas.
Eric Trump, filho do presidente, tentou encorajar investidores ao postar no X (antigo Twitter) a frase “Compre nas quedas!!!“, substituindo a letra “B” pelo símbolo do bitcoin. A publicação gerou reações mistas entre os investidores.
Enquanto isso, os membros do Partido Republicano no Congresso pedem urgência na orientação de ações digitais.
Em um artigo de opinião, os deputados French Hill e Bryan Steil afirmaram que “Washington está dormindo ao volante há muito tempo” e defenderam uma legislação mais clara para proteger os investidores e fomentar a inovação.
Roubo de criptomoedas e riscos no setor
A queda do bitcoin também ocorre em meio a um grande roubo de criptomoedas. A exchange Bybit, com sede em Dubai, sofreu um ataque que resultou no desvio de US$ 1,5 bilhão em ativos digitais. Pesquisadores de segurança acreditam que a Coreia do Norte está por trás do ataque.
Ben Zhou, cofundador e CEO da Bybit, garantiu que a empresa mantém reservas superiores ao total de ativos dos clientes. “A Bybit apoia integralmente todos os ativos de clientes confiados à nossa plataforma, mantendo uma taxa dinâmica de mais de 1:1. Temos a sorte de ter amigos para todas as condições em uma indústria acirrada — nossos colegas e até mesmo concorrentes nos apoiaram em tempos desafiadores, e nossos clientes merecem o mesmo nível de comprometimento.”, afirmou Zhou.
O roubo reforça preocupações sobre a vulnerabilidade do setor de criptomoedas. A falta de regulamentação clara e o aumento da atividade de hackers geram riscos adicionais para investidores e empresas do setor.
Criptomoedas e política internacional
Um escândalo envolvendo o presidente da Argentina, Javier Milei, trouxe mais incertezas ao mercado. O líder argentino está sob investigação por suposta manipulação da moeda meme LIBRA. O ativo digital disparou e depois caiu rapidamente após postagens de Milei no X.
Diante das acusações, Milei negou qualquer envolvimento irregular e se distanciou do projeto. O episódio levantou dúvidas sobre a influência de líderes políticos no mercado de criptomoedas e os riscos de manipulação.
Saída de dinheiro de ETFs de Bitcoin
Os fundos de investimento atrelados ao bitcoin também registraram forte saída de capital. Dados da LSEG indicam que os investidores retiraram cerca de US$ 644 milhões em fevereiro, o maior volume desde o lançamento dos ETFs de bitcoin em janeiro de 2024.
O movimento pode indicar uma mudança de sentimento no mercado, com investidores buscando ativos considerados mais seguros diante da volatilidade do bitcoin.
Pré-venda para o Bitcoin
Analistas divergem sobre o futuro do bitcoin. O especialista Michaël van de Poppe acredita que a criptomoeda ainda pode cair antes de ser recuperada. “Qual é o pior cenário possível? US$ 83-87 mil. Então, deveríamos estar girando para cima“, escreveu no X.
Já Paul Schatz prevê um recuo maior, entre 25% e 50% no ano. No entanto, ele vê espaço para o bitcoin no portfólio de investidores. “A alocação percentual está na casa dos dígitos únicos, dependendo da tolerância ao risco”, afirmou.
Para Schatz, o bitcoin pode se tornar atrativo caso caia abaixo de US$ 80.000. “Eu digo às pessoas para negociarem os grandes nomes e deixarem o lixo e os memes para os jogadores e espectadores.“
A volatilidade do mercado de criptomoedas segue como um desafio para investidores. A combinação de fatores econômicos, políticos e tecnológicos continua moldando o futuro do setor.
Com informações de Abc News.
